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Pequenas e Médias Empresas na Economia do Conhecimento

Utilizando o sexto capítulo do livro Informação e Globalização na Era do Conhecimento, esse post visa abordar as pequenas e médias empresas na economia do conhecimento e suas implicações para políticas de inovação. A publicação original é de autoria de Renata Lèbre La Rovere, doutora em ciência econômica e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Pequenas e Médias Empresas

A importância das PMEs

A importância das pequenas e médias empresas (PMEs) para o crescimento econômico vem sendo rediscutida com a consolidação do paradigma tecno-econômico da Era do Conhecimento. Dessa forma, contrastando com o pequeno papel que essas empresas desempenhavam na economia na década de 1970. Isso é devido ao antigo paradigma de produção em massa. O período pós-fordista permitiu a coexistência de diferentes sistemas de produção, mantendo a grande escala em alguns setores, enquanto em outros permitindo o modelo e especialização flexível. É nesse segundo modelo que as PMEs se destacam e são reconhecidas como difusoras de inovação.

Políticas de inovação para PMEs

A autora cita diversas complicações para definir política de inovação para pequenas e médias empresas. Primeiramente, a heterogeneidade das atividades variam de setores tradicionais até atividades de P&D. Em segundo lugar, a interação das PMEs com instituições de pesquisa dependem da ecossistema no qual estão inseridas. Em terceiro lugar, as definições de pequenas e médias empresas variam entre países, dificultando experiências vindas de outros países.

PMEs na Economia do Conhecimento

Com base nos conceitos do papel inovador das PMEs, países desenvolvidos têm definido medidas específicas para essas empresas. A autora cita também o debate na literatura sobre os fatores que influenciam a capacidade inovadora das PMEs. Enquanto grandes empresas possuem vantagens materiais por conta de seus recursos, as pequenas e médias empresas possuem vantagens comportamentais. Essa vantagem tem relação com a flexibilidade e capacidade de adaptação às mudanças do mercado. Apesar da flexibilidade e resposta rápida às mudanças, as empresas menores não possuem necessariamente um maior potencial de inovação. O acesso a crédito, poder político e economia de escala em P&D são vantagens significantes para grandes negócios.

As políticas de inovação possuem o intuito de superar limitações das PMEs. A autora destaca a ênfase dessas políticas na difusão de tecnologias de informação. Isso ocorre, primeiramente, porque o paradigma tecnológico da economia do conhecimento pressupõe a convergência entre informática e telecomunicações, criando novas oportunidades. Em segundo lugar, os formuladores de políticas acreditam na melhoria da infraestrutura de telecomunicações como um caminho para potencializar atividades de P&D, permitindo simulações, testes de novas tecnologias e melhorando o contato entre pesquisadores. E em terceiro lugar, na visão dos formuladores de políticas, a difusão de tecnologias de informação e comunicação aumentam a competitividade das empresas.

Muito frequentemente as pequenas e médias empresas não tem consciência dos possíveis ganhos e vantagens de competitividade trazidos pelo novo paradigma. Por isso, a maioria das PMEs apenas busca introduzir inovações quando percebem de forma clara as oportunidades ligadas à inovação. Isso ocorre também quando há uma pressão de clientes ou fornecedores. Algumas políticas de inovação nos países desenvolvidos estão sendo redefinidas para contornar esses problemas, focando no treinamento de usuários e apoiando a formação de rede de firmas.

Redes de Firmas

Um dos fatores importantes que determinam o potencial competitivo das PMEs são a região que estas se encontram. E da mesma forma, as PMEs possuem potencial para estimular o desenvolvimento de uma região. Principalmente no que se refere ao conhecimento tácito, a capacidade inovadora de uma firma depende da sua capacidade de produzir e absorver esse conhecimento. Sabendo disso, a autora destaca que há duas abordagens possíveis para o estudo da relação entre inovação e espaço. A primeira abordagem privilegia o papel de externalidades positivas oriundas de uma infraestrutura comum. Enquanto isso, a segunda abordagem considera a inovação como fruto de uma cultura tecnológica historicamente construídas em um espaço.

O conceito de redes de firmas é importante para analisar as PMEs de uma determinada região. Esse conceito define uma empresa não como uma entidade isolada, mas como uma processadora de informações de um centro de competências. Essas redes podem ter hierarquização ou não. Sabendo disso, os formuladores de políticas devem se atentar como as firmas da região se encaixam nas possíveis configurações de redes. Caso a rede seja hierarquizada, os formuladores devem estar em constante contato com a líder dessa hierarquia. A situação mais desafiadora para a formulação de uma rede, é no caso de uma rede descentralizada, baseada em laços de cooperação.

Para saber mais sobre o assunto, leia o capítulo original clicando AQUI.

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Lúcio de Souza Silva

Graduando em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Entusiasta de qualquer atividade relacionada a inovação e tecnologia.

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