Technlogy-Park

O papel dos parques científicos e tecnológicos no território

A importância dos parques além de seus muros

Os parques tem um papel a desempenhar no território em que são instalados. Com a globalização, novas experiências foram sendo desenvolvidas visando o desenvolvimento econômico, sendo algumas dessas formas de arranjos locais, os distritos industriais, as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos (GAINOA; PAMPLONA, 2014).

Os parques são ambientes catalisadores de produtos comercializáveis (LÖFSTEN; LINDELÖF, 2002). O seu objetivos é favorecer a geração de emprego; promover a criação e o fortalecimento de novos empreendimentos de base tecnológica; difundir a cultura e o empreendedorismo; e facilitar a transferência de conhecimento e de tecnologia entre os stakeholders envolvidos nesse processo de inovação (VEDOVELO; JUDICE; MACULAN, 2006)

Os parques brasileiros devem contribuir de forma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva “indústria do conhecimento” bem como para agregar tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos (ANPROTEC, 2020).

O sucesso para a implantação e o bom funcionamento dos parques depende de alguns fatores, dentre os quais pode-se citar: o comprometimento dos órgãos do governo (municipal, estadual e federal) e a participação efetiva do setor empresarial, das universidades e de instituições de pesquisa (STEINER; CASSIM; ROBAZZI, 2008).

Os parques têm como missão prover a “inteligência”, a infraestrutura e os serviços necessários ao crescimento e fortalecimento das empresas instaladas no mesmo.

Yantai_-Kopie Parque tecnológico

Tipologias

De acordo com a terminologia de habitats de inovação, os parques podem ser:

Parques Científicos e Tecnológicos – ambientes componentes de políticas públicas de incentivo à inovação, tendo ligações formais e operacionais com instituições de ensino superior ou com centros de pesquisa, visando a geração de empresas inovadoras, intensivas em conhecimento e novas tecnologias e outras organizações normalmente residentes no local, promovendo a interação entre elas, localizadas em um campus de universidade ou em regiões que acumulam instituições dessa natureza (MEDEIROS, 1996; BOLTON, 1997).

Parque de Inovação – ambiente que prioriza e promove a interação entre os diferentes agentes com o objetivo de gerar ideias que se transformem em produtos e serviços inovadores que impulsionem ideias ao mercado, sendo liderado pela universidade, focado na empresa e apoiado pelo governo (MAGACHO, 2010)

Parque Científico – espaço urbanizado pertencente à universidade ou instituição de pesquisa sujeita às regras locais, com ocupação por período limitado por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de empresas de alta tecnologia, parcerias ou incubação de empresas. As instalações de laboratórios são de uso temporário e/ou compartilhado e as tecnologias apresentam-se em fase de pesquisa exploratória (BALDONI; FURTADO, 2014; BARBIERI, 1994)

Parque de Pesquisa – ambiente em que as empresas de base tecnológica podem trabalhar com professores e alunos para tirar proveito de oportunidades de pesquisa colaborativa e ter fácil acessam a laboratórios da universidade, bem como equipamentos e serviços (CHAMPAIGN, [201-])

Parque Tecnológico – ambientes públicos ou privados que possibilitam a instalação física permanente de laboratórios e a produção científica com alto valor agregado, bem como o desenvolvimento de produtos e processos inovadores (BALDONI; FURTADO, 2014).

Os oito principais benefícios dos parques tecnológicos

O Percento Technologies listou oitos benefícios advindos dos parques.

1. Impulsionar a economia
2. Fornece espaço abundante para o crescimento
3. Incentivar o desenvolvimento de negócios
4. Facilitar sessões de treinamento
5. Inclusão de tecnologia mais recentes
6. Variedade de amenidades
7. Promoção de descanso e recreação
8. Equipamentos com vários recursos de segurança

Parques

No Brasil em 2020 o grupo VIA Estação Conhecimento mapeou 64 parques em operação, cinco em implantação e 23 em projeto, totalizando 92 iniciativas. Veja a localização dos parques em operação no Brasil “aqui

Para conhecer detalhes sobre as definições conforme tipologias dos parques segundo as associações internacionais e diversos autores, leia o PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS: ALINHAMENTO CONCEITUAL

Assista nosso vídeo sobre o conceito!

Referências

ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas. Parques tecnológicos do Brasil: estudo, análise e proposição. Brasília: Anprotec. 2020. 24p.
BALDONI, Lucas; FURTADO, Tosi André. Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e seu Entorno: Quais perspectivas para consolidar um Ambiente de Inovação? In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PARQUES TECNOLÓGICOS E INCUBADORAS DE EMPRESAS, 29., 2014, Belém, PA. Anais… Belém, 2014.
BARBIERI, José Carlos. Pólos Tecnológicos e de Modernização: notas sobre a experiência brasileira. Revista de Administração de Empresas, v. 34, n. 5, p. 21-31, set-out, 1994.
BONTON, William. The University Handbook on Enterprise Development. Paris: Columbus Handbooks, 1997.
GAINO, Alexandre Augusto Pereira; PAMPLONA, João Batista. Abordagem teórica dos condicionantes da formação e consolidação dos parques tecnológicos. Production, v.24, n.1, p.177-187, 2014.
LÖFSTEN, Hans; LINDELÖF, Peter. Science Parks and the growth of new technology-based firms—academic-industry links, innovation and markets. Research policy, v. 31, n. 6, p. 859-876, 2002.
MAGACHO, Lygia A. Magalhães. Parque de Inovação de serviços para as pessoas: metodologias para o planejamento. 2010, 199f. Dissertação (Mestrado)-Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Administração, 2010.
MEDEIROS, José Adelino. Incubadoras de Empresas: Lições da Experiência Internacional. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, XIX, 1996, São Paulo, SP. Anais… São Paulo, 1996.
STEINER, J.E.; CASSIM, M. B,; ROBAZZI, A. C. Parques Tecnológicos: ambientes de inovação. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. 2008, 41p.
VEDOVELLO, C. A.; JUDICE, V. M. M.; MACULAN, A M. D. Revisão crítica às abordagens a parques tecnológicos: alternativas interpretativas às experiências brasileiras recentes. Revista de Administração e Inovação, v. 3, n. 2, p. 103-118, 2006.
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Milena Teixeira

Bibliotecária e Mestranda em Engenharia do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde dedica-se a pesquisar centros de inovação e parques científicos, tecnológicos e de inovação. Entusiasta da cultura de empreendedorismo e inovação, nas horas livres participa e faz a cobertura de eventos na área para o Grupo VIA.

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