Santa Catarina mostra forte desempenho no Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil 2022
Firjan lançou agora em Julho de 2022 o seu mais recente “Mapeamento da indústria criativa no Brasil” buscando evidenciar o comportamento, características e singularidades dos setores criativos para a economia brasileira. A partir deste documento, estaremos neste post buscando entender o que os dados revelam sobre a economia criativa em Santa Catarina.
Recapitulando: o que é economia criativa mesmo?
Quem acompanha o blog do VIA, já deve ter conferido postagens interessantes sobre esse importante braço da economia do conhecimento, mas você pode revê-las, ou acessar pela primeira vez estas postagens, aqui , aqui and aqui.
Pode-se caracterizar a economia criativa como parte da economia do conhecimento que produz bens tangíveis e intangíveis usando como insumo principal o capital intelectual e a criatividade dos agentes humanos.
Desde os anos 1990, com as primeiras políticas nacionais de estímulo aos setores criativos na Europa e na Oceania, cada vez mais, a importância econômica destas indústrias tem sido fortalecida, surgindo a reboque pesquisas acadêmicas e mapeamentos focados nesta parte da economia.
Sobre o mapeamento
Com o intuito de entender e evidenciar a importância das indústrias criativas no Brasil surge em 2008 o “Mapeamento da indústria criativa no Brasil“, trazendo dados importantes como: a participação no PIB (Produto Interno Bruto) dos setores criativos; a geração de empregos vinculados a núcleos criativos; média salarial dos setores analisados, entre outros.
Publicado a cada dois anos desde então, o mais recente mapeamento foi lançado neste mês de julho de 2022, como mencionado anteriormente, trazendo dados importantes para compreendermos os movimentos da indústria criativa no Brasil.
Importante salientar que há muitas nomenclaturas para clusterização da economia criativa, sendo que o mapeamento utiliza um agrupamento de 13 setores, agrupados em quatro categorias que são:
- Consumo: publicidade e Marketing, Arquitetura, Design e Moda;
- Tecnologia: P&D, TIC e biotecnologia;
- Mídia: editorial e audiovisual;
- Cultura: expressões culturais, patrimônio e artes, música e artes cênicas;
O mapeamento revela que no Brasil a participação no PIB em 2020 dos setores criativos chegou a 2,91%, com um PIB estimado de 217,4 bilhões de reais, continuando o crescimento na participação do PIB. Em paradoxo, analisando os números de forma absoluta, o PIB estimado foi 0,9% menor do que o ano de 2019, demonstrando uma contração do setor.
Enquanto as áreas de consumo e tecnologia tiveram expansões significativas, as áreas de mídia e cultura tiveram retrações consideráveis devido a vários fatores, tais como: digitalização, pandemia do Covid19 e impacto das novas formas de trabalho.
O que os dados revelam sobre Santa Catarina
Em Santa Catarina, de forma geral, o mapeamento revela dados muito promissores. O PIB criativo corresponde a 2,96% do PIB do estado, participação esta que só fica atrás do Rio de Janeiro, São Paulo e do Distrito Federal. Inclusive houve um crescimento de 0,46 pontos percentuais em relação ao ano de 2017 .
Os vínculos empregatícios associados a núcleos criativos correspondem a 2,24% dos empregos no estado, percentual este apenas atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Também houve um crescimento em relação ao ano de 2017 nesta dimensão, pois naquele ano esse percentual era de 2,19%
Conforme gráficos 01 e 02, metade destes postos de trabalho estão nos setores de consumo (50,3%), seguidos das áreas de tecnologia (35,4%), mídia (8,7%) e cultura (5,6%). Importante notar a comparação com a média brasileira apresentada no gráfico 02., demonstrando uma predominância maior dos setores de consumo, levemente diferente do que acontece no país.
Em números absolutos, houve um aumento de 11,7% de vínculos empregatícios associados a núcleos criativos em Santa Catarina, motivados, em sua maioria, pela expansão das áreas de consumo e tecnologia.
O que esperar dos próximos mapeamentos
O mapeamento lançado agora usa os dados até 2020 (ano um da pandemia da COVID19), no próximo mapeamento, que possivelmente usará os dados acumulados até 2022, continuaremos a análise do impacto da pandemia global do coronavírus, e confirmaremos, ou não, o impacto da digitalização, das novas formas de trabalho e das novas políticas públicas de fomento à cultura.
No mais, o mapeamento traz informações relevantes, que podem ser o ponto de partida de novos estudos acadêmicos e/ou políticas públicas que venham desenvolver e fortalecer ainda mais a economia criativa nos quatro cantos do Brasil, do Oiapoque ao Chuí.
Danisson Luiz dos Santos Reis
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