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Incubadoras de Artes nos Estados Unidos

Olá galera que acompanha o blog do VIA. Nesta publicação estaremos analisando duas publicações importantes da autora Linda Essig (2014; 2018) sobre um ator amplamente conhecido no ecossistema de inovação: as incubadoras. Porém, a análise trouxe um recorte destes habitats que intersecciona com a economia criativa, logo temos as denominadas incubadoras de artes nos Estados Unidos de América (EUA), e vamos conhecer um pouco mais delas.

O que são incubadoras de artes?

Tipologia de habitats de inovação. Fonte: VIA

 

Segundo as definições trazidas pela autora, incubadoras de artes nada mais são que incubadoras em que seu público alvo são empreendimentos ligados às artes e ao artesanato, ou seja, incubadoras que atendem os anseios dos empreendedores da economia criativa.

Estas incubadoras nutrem o desenvolvimento destes empreendimentos ajudando-os em seus estágios iniciais a fim de que se tornem, possivelmente, empreendimentos de sucesso. Em seu primeiro estudo, Essig “inventariou” 43 incubadoras de arte por todo solo americano, onde pôde catalogar os principais serviços que elas oferecem e classificá-las.

Facilidades para criação, exibição, performances de arte e espaços de escritório; serviços de apoio à gestão dos negócios; treinamentos; possibilidades de financiamento; e auxílios fiscais estão entre os cinco tipos de serviços mais ofertados por esses habitats de inovação estadunidenses.

Essig propõe a classificação das incubadoras de artes em quatro categorias que são: Incubadoras artísticas, incubadoras de desenvolvimento comunitário, incubadoras comerciais e incubadoras de empreendimentos estudantis. Podemos visualizar os respectivos clientes, partes interessadas e objetivos destas na figura 01.

Tabela descrevendo os tipos de incubadoras de artes

Tabela 01 – Tipos de incubadoras de artes. Fonte: Essig (2014).

Criando valor por meio das incubadoras de artes

Em seu segundo estudo, Essig foca na identificação do valor gerado pelas incubadoras de artes nos Estados Unidos. Para esta análise, a autora conduziu um estudo multicaso com uma incubadora de artes de cada tipo demonstrada na figura 01.

Já na tabela 02, podemos visualizar o primeiro produto deste novo estudo que é a identificação dos principais resultados esperados para uma incubadora de artes por meio de diversas expectativas.

Descrição dos resultados esperados das incubadoras de artes.

Tabela 02 -Resultados esperados das incubadoras de artes. Fonte: Essig (2018)

Essig identificou que o valor criado pelas incubadoras de artes não está necessariamente ligado aos serviços ofertados, mas sim, no efeito positivo desses serviços sobre a capacidade das partes interessadas de atingir seus objetivos.

Desta forma, redução de barreiras, “selo de aprovação” conferido pela permanência do empreendimento na incubadora, “rede de segurança” de riscos, e sustentabilidade organizacional e autossuficiência individual são percebidos como valores entregues aos clientes destas incubadoras. Indo além, Essig traz que para que as incubadoras de artes possam agregar valor por meio dos pontos citados anteriormente, elas precisam estar atentas a algumas implicações organizacionais, tais como: prioridades estratégicas, liderança e possíveis mudanças organizacionais, e cultura de aprendizagem organizacional.

Medindo o impacto do sucesso

Por fim, Essig deixa claro em seus estudos a necessidade de medir o “sucesso” das incubadoras de artes a fim de entender se as ferramentas, politicas e/ou programas adotados estão surtindo o efeito desejado. Para tal, ela sugere como métricas: indicadores relacionados às novas receitas obtidas pelos empreendimentos incubados; e indicadores que permitam entender quanto à incubadora está contribuindo para o desenvolvimento de uma “comunidade vibrante” e/ou ecossistema criativo

Finalizando seus trabalhos sobre as incubadoras de artes nos Estados Unidos, a autora deixa claro que é necessário acompanhar as métricas ao longo do tempo a fim de entender o impacto dos processos de incubação e, para tal, existe uma necessidade do comprometimento para construir processos de avaliação, coletando dados periodicamente, analisando-os e sintetizando-os.

Inovação, habitats de inovação, indústrias criativas e economia criativa

Fonte: Freepik

Referências Bibliográficas

ESSIG, L. Arts incubators: A tipology. The Journal of Arts Management, Law and Society, [S. L.], vol. 40, p. 169 – 180. 2014

ESSIG, L. Value Creation by and Evaluation of US Arts Incubators. International Journal of Arts Management [S. L.], vol. 20. n. 02, p. 32-45. 2018

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Danisson Luiz dos Santos Reis

Doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pela Universidade Federal de Alagoas. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Sergipe. Atuo há cerca de 10 anos com Inovação, Empreendedorismo, Criatividade e Sustentabilidade. Integrante do Grupo de Pesquisa VIA Estação do Conhecimento.