Estratégias de inovação para as regiões: especialização inteligente
Cada vez mais o desenvolvimento econômico das regiões é pautado em inovação. Dessa forma, estratégias eficazes de inovação são necessárias para que as regiões consigam obter vantagem competitiva por meio de suas vocações. Assim, este post visa explorar o estudo feito por Woronowicz et al. (2016), que analisou a estrategia regional de inovação da Europa. A estratégia em questão, é conhecida como especialização inteligente, e tem como objetivo orientar as politicas regionais de inovação do velho continente.
Estratégia de inovação: especialização inteligente
A estratégia regional de inovação atual da Europa é conhecida como especialização inteligente, ou RIS3, sigla em inglês. Desse modo, a especialização inteligente baseia-se em conceitos e estágios chaves, como segue:
- conhecimento do tecido econômico e do ecossistema de inovação;
- descoberta empresarial;
- especialização em campos ou setores tecnológicos específicos;
- diversificação associada para garantir um tecido econômico sustentável ao longo do tempo;
- abertura a outras regiões europeias;
- definição de um plano de ação e orçamento;
- estabelecimento de uma governança e coordenação do ecossistema de inovação;
- implementação de um sistema de monitorização e avaliação.
Ademais, cada região que aplica o conceito de especialização inteligente é caracterizada por um contexto específico relacionado a atributos socioeconômicos exclusivos. Dessa forma, sua estratégia deve contar com um diagnóstico de inovação territorial. Assim, analisar vários indicadores ajuda a sublinhar a diversidade econômica e de inovação das regiões europeias e ajuda a distinguir as suas características territoriais.
Desse modo, o desenvolvimento de uma estratégia RIS3 pode ser entendido como uma atividade orientada para o processo (WORONOWICZ et al., 2016). Assim como afirma Dominique Foray, um dos fundadores da RIS3, que a estratégia é amplamente sobre o processo de selecionar e priorizar campos ou áreas. Ainda, decidir quais atividades devem ser desenvolvidas e, por fim, permitir que os empreendedores descubram a especialização futura. Assim, a abordagem orientada para o processo fornece um sólido ponto de partida para a análise regional nas regiões participantes.
Por fim, o princípio orientador desta abordagem é analisar a capacidade do ecossistema de inovação regional desenvolver um RIS3 forte e bem sucedido.
A necessidade de estratégias regionais de inovação
A necessidade de especialização inteligente ocorre, uma vez que, a Europa enfrenta grandes desafios econômicos. Desse modo, uma política econômica ambiciosa para o século XXI é necessária. Investimento em pesquisa, inovação e empreendedorismo estão no centro da estratégia europeia para 2020. Assim, é uma parte crucial da resposta da Europa à crise econômica. De fato, estratégias regionais de inovação para especialização inteligente, são agendas de transformação econômica integradas que fazem cinco coisas importantes:
- apoio político e investimentos nas principais prioridades regionais;
- basear-se nos pontos fortes de cada região, vantagens competitivas e potencial de excelência;
- apoiar a inovação e estimular o investimento do setor privado;
- envolver plenamente as partes interessadas e incentivar a inovação e a experimentação;
- basear-se em evidências e incluir sistemas sólidos de monitoramento e avaliação.
Dessa forma, existem etapas para projetar uma estratégia regional de inovação – especialização inteligente.
Etapas para projetar uma RIS3
O guia da RIS3 propõe seis etapas:
- PASSO 1. Análise do contexto regional e potencial de inovação;
- PASSO 2. Governança: garantir participação e propriedade;
- PASSO 3. Elaboração de uma visão global para o futuro da região;
- PASSO 4. Identificação de prioridades;
- PASSO 5. Definição de políticas coerentes, roteiros e plano de ação;
- PASSO 6. Integração dos mecanismos de monitoramento e avaliação.
Dificuldades na implementação
Assim, mesmo com a existência de uma estratégia regional de inovação bem estabelecida, muitas regiões enfrentaram dificuldades notáveis na sua implementação. Dessa forma, as razões variam de falta de interesse, falta de habilidade até políticas gerais. Ademais, níveis de governança inadequados ou regiões onde as capacidades administrativas e profissionais são limitadas impediram a correta implementação da RIS3.
Assim, para que a estratégia seja corretamente implementada é preciso capacidade no nível pessoal, organizacional, e também a nível de sistema. Além disso, para poder gerir o desenvolvimento do RIS3, monitorar e melhorar este processo em conformidade, é necessário um quadro de gestão em diferentes dimensões.
Para saber mais sobre a estratégia regional de inovação, acesse: sistemas regionais de inovação na América Latina.
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Referências
WORONOWICZ, Tanja et al. Towards a regional innovation strategies modelling. Procedia Computer Science, v. 104, p. 227-234, 2017.
Guilherme Paraol
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