Startup e a filosofia lean
‘The lean startup’ o livro que conceitua a startup enxuta
Na obra de Eric Ries, o termo startup refere-se a uma “instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza”. Observa-se na sua definição o autor não faz distinção acerca das características da empresa, como setor, tamanho ou atividades realizadas. Qualquer um que atrever-se a empreender a fim de criar novos produtos e serviços, sem garantias de retorno, já pode iniciar uma startup.
O que é uma startup?
O autor ainda destaca o papel central da ação humana para o sucesso de tais empreendimentos. A natureza dessa pode ser da mais variada, por exemplo, descobertas científicas, um novo uso para uma tecnologia já existente, criação de um novo modelo de negócios que traz um valor previamente oculto, ou a simples disponibilização do produto ou serviço em novo local ou para um novo grupo de clientes que, anteriormente, estavam sendo mal atendidos. Assim, este termo relaciona-se intimamente com inovação e, consequentemente, a criatividade.
E a lean startup?
Assim sendo, Ries propõem o modelo de lean startup, ou startup enxuta. Este faz uso dos princípios da filosofia inspira no famoso modelo de produção da Toyota (Ohno, 1987), o lean. Assim, este modelo busca, principalmente, reduzir o ciclo de desenvolvimento de um produto. Dessa forma, é possível economizar tempo e recursos financeiros e humanos, ao mesmo tempo que permite que um produto de qualidade seja entregue ao mercado.
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Startup e o ciclo de feedback: Construir-Medir-Aprender
O autor também se encarrega de explicar que não há mágica no processo. Em outras palavras, não há um plano infalível para gerir uma startup. Ao invés disso, o autor propõe que a redução do tempo ao mercado pode ser feita utilizando o que ele chama de Ciclo de feedback Construir-Medir-Aprender. Este é composto por seis etapas principais: ideias, construir, produto, medir dados, e aprender. Tal ciclo deve girar constantemente nos produtos da organização. Isto é, a instituição deve ser capaz de ter uma ideia, e construí-la de forma a dar origem a um produto.
Feito isso, ela deve medir, a fim de obter dados referentes ao impacto trazido pelo produto. Por fim, e importante aprender com estes dados, de maneira a acrescentar valor a ideia inicial. A primeira versão do produto que permite a volta completa neste ciclo é conhecida como mínimo produto viável (MVP, em inglês). Esta deve empregar o menor tempo e esforço possível, a fim de gerar menor desperdício de tempo e dinheiro.
Resultados
Como pontuado por Ries, este modelo faz com que as instituições sejam capazes de reconhecer a necessidade de mudanças mais cedo que os demais. Então, é fundamental que elas empreguem a filosofia lean e ‘cortem as sobras’. Isto é, eliminem, ou mitiguem, desperdícios e aumentem a eficiência das atividades que agregam valor ao produto ou serviço. Como destacado pelo autor, a startup é uma iniciativa intensamente humana. Assim, há a necessidade da ação humana para evitar a burocracia e a letargia. Dessa forma, com o suporte necessário, “as lean startups podem crescer e se tornarem empresas enxutas” (RIES, 2011).
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REFERÊNCIAS
RIES, Eric. The lean startup: How today’s entrepreneurs use continuous innovation to create radically successful businesses. Crown Books, 2011.
OHNO, Taiʻichi et al. The Toyota Production System. 1987. Tese de Doutorado. Monterey Institute of International Studies.
André Borba Mondo
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