A ambidestria como habilidade organizacional
Como usar as duas mãos da organização?
É comum o intercâmbio de termos de uma área do conhecimento para outra. Uma dessas relações de intercâmbio se dá entre as áreas da biologia e de negócios. A biologia empresta vários termos para designar fenômenos que ocorrem nos ambientes de negócios. Um exemplo disto é o termo ambidestria. Em biologia refere-se à capacidade de utilizar ambas as mãos com destreza. Já em negócios, o termo refere-se a uma organização que equilibra suas capacidades de exploração e explotação.
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Explotação ou exploração?
A atividade de explotação foca no desenvolvimento de atividades e estratégias para a melhora da organização. Em outras palavras, é uma melhoria de curto prazo, que pode se relacionar à eficiência, otimização e implementação à organização. Como resultado desta atividade tem-se a inovação incremental.
Já a exploração foca na busca por algo novo. Ou seja, foca em propiciar novos conhecimentos e direcionamentos diferentes daqueles já existentes. Daí surgem as inovações radicais, o que que pode envolver pesquisa, assumir riscos, e um grande gasto de capital.
Organizações ambidestras
Visto o exposto acima, uma empresa ambidestra é aquela que concilia o desenvolvimento de inovações incrementais e radicais, simultaneamente. Dessa forma, estas organizações seriam capazes de aprimorar o que existe, sem deixar de criar novos projetos.
Têm-se observado diferentes formas com que as organizações praticam sua ambidestria. Primeiramente, denominada separação estrutural, que consiste na descentralização espacial da exploração e explotação. Em seguida , tem-se a ambidestria conhecida como estruturas paralelas, sendo contrária a primeira. Assim, a organização realiza exploração e explotação na mesma unidade espacial, sempre alternando entre elas. Em terceiro lugar tem-se a chamada de ambidestria contextual, onde a explotação e exploração ocorre na mesma unidade, porém contando com mecanismos comportamentais para superar as tensões geradas, viabilizando ambas as atividades. Por fim, tem-se o balanceamento temporal, onde a organização alterna entre períodos de explotação e exploração.
Assim, os autores da área sugerem que organizações ambidestras possivelmente têm um desempenho superior as demais. Eles ainda ressaltam a importância de aspectos como estratégia, cultura e processos, a fim de alcançar tal comportamento.
Literatura científica sobre o ambidestria organizacional
Apesar das pesquisas sobre esta temática terem ganhado destaque nos últimos anos, ainda percebe-se incipiência no entendimento do fenômeno. No caso específico do Brasil, ainda se nota uma lacuna na literatura local. Uma vez que não há recorrência de publicação sobre este tema. Em conclusão, salienta-se a importância de estudos nesta área a fim de fomentar a discussão sobre esta prática.
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REFERÊNCIA
DE MATOS, Hélio Henrique et al. AMBIDESTRIA ORGANIZACIONAL: UMA ANÁLISE DO ESTADO-DA-ARTE NA LITERATURA NACIONAL E INTERNACIONAL. Blucher Design Proceedings, v. 3, n. 12, p. 934-942, 2017.
André Borba Mondo
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