Schumpeter: desenvolvimento por meio da inovação
Schumpeter e a inovação para gerar desenvolvimento
Joseph Schumpeter é conhecido por suas contribuições teóricas para a ciência econômica contemporânea. Por mencionar em seus trabalhos a inovação como meio para alcançar o desenvolvimento econômico (descrito como alteração do estado de equilíbrio econômico), o autor é também amplamente citado quando o assunto é inovação e empreendedorismo.
Contexto histórico
Joseph Alois Schumpeter foi um dos mais importantes economistas do início do século XX. Nascido em 1883 no Império Austro-Húngaro, ingressou na faculdade de direito na Universidade de Viena em 1901. Após isso, começou a lecionar antropologia na universidade de Czernovitz (onde hoje é a Ucrânia) até 1911, quando se mudou para Graz e permaneceu durante toda a primeira guerra mundial. Em 1919 assumiu o cargo de ministro das finanças da República Austríaca, onde permaneceu por pouco tempo. Em seguida, tornou-se presidente de um banco privado, o Bidermann Bank, que veio a falir em 1924. Assim, essa desastrosa passagem pelo setor privado custou a Schumpeter toda sua fortuna. Posteriormente, voltou a lecionar em Bonn, na Alemanha, entre 1925 e 1932.
Com o fortalecimento do nazismo, Joseph Schumpeter decide deixar a Europa, transferindo-se em 1932 para os Estados Unidos. Assim, naquele mesmo ano, assumiu a docência na universidade de Harvard, em Cambridge, estado de Massachusetts. Em 1933 ele fundou a Sociedade Econométrica, encorajando uma série de economistas matemáticos – apesar de Schumpeter não ser matemático, ele defendia a existência da integração entre a matemática e a sociologia para melhor entendimento das teorias econômicas. Joseph permaneceu como cidadão de Cambridge até o dia de sua morte em janeiro de 1950.
Contribuições teóricas para inovação
Schumpeter em suas obras descreve que as inovações são fatores preponderantes para a alteração no estado de equilíbrio de uma economia. Assim, é descrito que uma inovação não necessariamente deve ser radical, podendo ser apenas alteração nos arranjos comerciais. Toda introdução de inovação no sistema econômico é chamado por Schumpeter de “ato empreendedor”: Uma nova matéria-prima, uma introdução de um novo produto no mercado, um novo modo de produção, um novo modo de comercialização de bens e serviços ou até uma quebra de monopólio. Assim, essas são ações realizadas pelo “empresário empreendedor”, visando a obtenção de “lucros extraordinários”. O chamado lucro extraordinário é o que o autor descreve não como a simples remuneração sobre o capital investido, mas o rendimento acima da média do mercado.
Condições para inovação
O autor descreve três condições a serem cumpridas para a inovação:
- Em determinado período temporal, deverão existir possibilidades mais distintas ou vantajosas do ponto de vista econômico do privado. Seja na indústria como um todo ou em algum de seus segmentos.
- Que exista acesso limitado a essas possibilidades. Essas limitações podem estar associadas a qualificações pessoais necessárias ou fatores externos.
- A situação econômica deve permitir cálculo de custos e planejamento confiável. Assim, a situação apresentada deverá demonstrar uma situação de equilíbrio econômico.
Além disso, Schumpeter reiteradamente enaltecia os empreendedores como os pivôs do sistema econômico. Pois são eles os agentes da inovação e da “destruição criativa”. A destruição criativa é um conceito no qual o autor descrevia uma mudança no perfil econômico, onde os empreendimentos inovadores destruíam empresas e modelos de negócios antigos e ultrapassados.
Em 1992, os economistas Phillipe Aghion e Peter Howitt publicaram um artigo chamado A Model of Growth Through Creative Destruction (Um modelo de crescimento através da destruição criativa, em tradução livre). Assim, partindo das ideias de Joseph Schumpeter, formularam uma versão formal da teoria da destruição criativa. Descrevendo uma forma de competição por meio de inovações que permitiriam ao empreendedor o estabelecimento de monopólio em detrimento do monopólio anterior estabelecido no setor específico.
Obras selecionadas
Entre as obras mais famosas do autor, estão:
- A natureza e a essência da economia política (1908)
- Teoria do desenvolvimento econômico (1911)
- Ciclos econômicos (1939)
- História da análise econômica (1954, publicação póstuma)
Lúcio de Souza Silva
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