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Experts da cultura maker apontam contribuições para a Educação

No dia 18/05 ocorreu no Espaço de Educação Maker – SESI em Blumenau o seminário Inovar para Educar no Século XXI. O principal objetivo do evento era envolver gestores empresariais e educacionais, além de formadores de professores e educadores nos conceitos e boas práticas da Cultura Maker e da Aprendizagem Criativa.

Dentre os painelistas estava o Professor Doutor Paulo Blikstein, da Universidade de Stanford, que palestrou sobre a influência da Cultura Maker para a Aprendizagem Criativa na Educação Formal e Não Formal. Na sua fala ele nos trouxe alguns conceitos de equidade no ambiente escolar. Segundo ele, sempre tentou-se padronizar o ensino para garantir que todos os estudantes tenham o mesmo acesso a ele, ou seja, que todos recebam a mesma informação e da mesma forma. Porém, as tentativas de substituir o professor por um método não obtiveram êxito, pois as condições de consumo são diferentes. Quando o aprendizado é baseado no autodidatismo, quem realmente precisa (estudantes com algum tipo de carência) acaba saindo prejudicado. Uniformidade no ensino não é sinônimo de equidade nas oportunidades.

Crianças de hoje atuarão em funções ainda inexistentes

Atualmente vivemos um momento propício para o incentivo do uso das chamadas tecnologias para explorar, aquelas que o aluno consegue operar para obter suas próprias descobertas. A redução nos custos de maquinário e a popularização de processos de programação e making, fazem com que se crie uma tendência mundial de reestruturação curricular básica. As crianças nascidas no século vinte e um têm estímulos e experiências diferentes do que a sociedade está acostumada. Uma geração que já nasceu com internet precisa ser educada de uma forma que utilize a tecnologia na formação da sua cidadania, dando suporte para serem adultos que irão trabalhar em funções que hoje ainda nem existem. Nesse contexto surgem os Espaços Maker, que são ferramentas para complementar o conhecimento gerado em sala de aula com experiências práticas no âmbito dos assuntos abordados, aumentando o interesse e o envolvimento dos alunos. Como dito por Paulo, “a escola pública tem que prender o aluno pela paixão”.

Relacionamento e criatividade como habilidades do futuro

A Gerente de Tecnologias Educacionais e Inovação da Secretaria de Estado da Educação, Mônica Renneberg, apontou que o conhecimento, o relacionamento e a criatividade são campos exclusivos do comportamento humano, e, portanto, nunca serão substituídos por máquinas. A ideia é que a tecnologia seja usada como um suporte no desenvolvimento dessas habilidades, e não que o conhecimento tecnológico seja restrito a ele próprio. Discutiu-se então como os educadores podem fazer essa abordagem para garantir que essas medidas sejam implementadas no ensino padrão.

Três passos para implantar educação maker

Segundo Paulo Blikstein existem três passos fundamentais para que esse método seja instaurado e continuado. São eles:

  1. Integrar a sala de aula

A educação maker precisa estar presente no currículo padrão e ser usufruída por todos os estudantes. Ter um espaço para trabalhar paralelamente ao horário de aula faz com que se criem “clubinhos”, onde apenas quem já tinha interesse por essas áreas será favorecido. O acesso deve ser para todos!

  1. Levar ao mundo real

Viu-se através de experiências que os melhores resultados foram colhidos quando estas tecnologias foram trazidas para solucionar problemas do dia-a-dia ou da comunidade desses estudantes. A proximidade com o tema gera o interesse, criando projetos que tem um uso e uma continuidade.

  1. Investigación

O interesse acadêmico nesses espaços também deve ser fomentado. Pesquisas envolvendo os estudantes podem ser desenvolvidas, gerando um crescimento no entendimento não apenas dos projetos e “invenções”, mas também no comportamento e na forma de como esses alunos aprendem.

O que esperam os consumidores do futuro?

Houve também um compartilhamento de experiências por parte da Maria de Lourdes Novaes e do Othon da Rocha Neves Júnior, especialistas em educação representando o SESI Santa Catarina, que expuseram alguns dos projetos que estão sendo realizados no espaço em Blumenau. Por meio de suas explicações foi possível contextualizar os temas abordados anteriormente, e de uma forma mais elucidativa observar quais são os aspectos positivos e também as dificuldades encontradas nesse formato de ensino.

O Sócio-Diretor da empresa Tecnoblu S/A, Sérgio Pires, fez uma provocação. Segundo ele o grande desafio de uma empresa é saber o que o consumidor espera do produto no futuro. No caso da educação, o que devemos fazer hoje para construir os cidadãos que queremos no futuro?

O evento nos trouxe representantes de diferentes perspectivas que estão engajados em um comprometimento comum, ajustar a educação brasileira as novas realidades para garantir o aprendizado de forma equitativa e de qualidade. Mais do que ensinar o currículo básico, é preciso incentivar nos estudantes de hoje as habilidades que serão esperadas nos profissionais de amanhã.

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