Habitats de inovação como espaços de criatividade
Considerando a literatura sobre criatividade, alguns autores como Jung, Frank e Caten (2010) indicam que o reconhecimento de que as habilidades associadas à criatividade podem ser desenvolvidas a partir de estímulos do ambiente não é um fato novo.
Os espaços de cooperação consistem em alugar uma área de trabalho em um espaço aberto por um período muito flexível. O espaço é compartilhado por outras pessoas que vêm de origens muito diferentes: empresários, associações, artistas, estudantes, pesquisadores (FORESTIER, 2009, p. 3).
Holahan e Gardner (1982; 2001) colocam que além de estimular o trabalho, muitos ambientes de inovação reconhecem que essa arquitetura, decoração, layout, iluminação, formato de janelas, têm uma influência crucial sobre o comportamento dos funcionários. Dessa forma, os colaboradores acabam trabalhando mais motivados pelo aspecto do ambiente.
A criatividade
Neste contexto, autores como Csikszentmihalyi (1996) já consideram que é mais fácil estimular a criatividade das pessoas ao mudar as condições do ambiente do que tentar fazer com que as pessoas pensem mais criativamente.
Tardiff e Sternberg (1988) consideram quatro categorias de análise para a criatividade sendo, a quarta, associada ao papel do ambiente na promoção ou inibição de habilidades criativas.
Corroborando com os autores, Alencar e Souza (2003), propõem dentre os componentes da criatividade, o contexto ambiental. Segundo eles, o tipo de ambiente é o facilitador do desenvolvimento e realização do potencial criativo.
Van Der Lugt, et al. (2007) listam quatro propósitos identificados para esses ambientes criativos
Teixeira et al., (2019) descrevem o design desses ambientes, a arquitetura, os móveis dos espaços criativos garantem interação dos usuários e enfatizam o conteúdo visual de qualidade.
Kristensen (2004 p. 09) comenta que “a criatividade é um processo que traz novos conhecimentos, isto é, elementos de conhecimento previamente não relacionados que são sintetizados e trazem um novo insight por meio do processo mental”. Desse modo, esses ambientes corroboram com novos insights, proporcionando inovação.
Os centros de inovação espaços criativos
Dos ambientes mais propícios a inovação, se destacam os centros de inovação. Não apenas pela estrutura física, mas pela inspiração as empresas. Os centros de inovação buscam ser ambientes propícios à inovação, por meio de novos arranjos e arquiteturas com cores e designs arrojados (TEIXEIRA et al., 2019)
O ambiente dos centros de inovação foram pensados como indutores de negociações, acordos comerciais, mudança de cultura e ativação do ecossistema. Eles conectam a quádrupla hélice, governo, empresas, universidades e a sociedade civil, impulsionando ações em seu ambiente que geram a inovação (TEIXEIRA et al., 2019)
Neste aspecto, os centros de inovação estão sendo disseminados no mundo todo. Estudos mostram esse habitat como aquele que favorece, por meio do ambiente criativo, a conexão e o desenvolvimento introduzindo novidades no mercado (TEIXEIRA et al., 2019).
O ambiente criativo tem impacto na produção criativa, quando pensamos em inovação de processos, inovação de produtos, ou quando desejamos estar em um ambiente que nos deixe com a mente aberta.
Em Florianópolis, temos diversos habitats de inovação que estimulam a criatividade. A equipe VIA recomenda visitas inspiradoras nestes ambientes. Conheça mais em nosso museu de habitat de inovação.
E para quem ainda não conhece. Abaixo fotos dos centros de inovação da cidade.
REFERÊNCIAS
ALENCAR, E. M. L. S. SOUZA F. D. Contribuições teóricas recentes ao estudo da criatividade. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 19, n. 1, p. 001-008, 2003.
CSIKSZENTMIHALYI, M. Creativity: Flow and the psychology of discovery and invention. New York: Harper Collins, cap05, p. 107- 126, 1996. Disponível em: http://www.connect-theplanet.com/creativity-flow-and-the-psychology-of-discovery-and-invention-english.pdf. Acesso em: 28 mar. 2019
FORESTIER, A. The coworking space concept. Ahmedabad: Indian Institute of Management (IIMAHD),
2009
GARDNER, G. Lab Practicals: FX. Design, Business & Society, p.56-60, 2001.
HOLAHAN, C. J. Environmental psychology. Random House, New York. 1982.
JUNG, C. F.; FRANK, A. G.; CATEN. C. S. T. Fatores de Bloqueio à Criatividade em Pesquisadores de um Pólo de Inovação Tecnológica a partir de uma perspectiva macro-ergonômica. In: Anais. XVI ICIEOM – Conferência Internacional de Engenharia Industrial e Gestão de Operações, São Carlos. 2010
KRISTENSEN, T. The physical context of creativity. Creativity and innovation management, v. 13, n. 2, p. 89-96, 2004.
TARDIFF, T. Z.; STERNBERG, R. J. 17 What do we know about creativity? The nature of creativity: Contemporary psychological perspectives, p. 429, 1988.
VAN DER LUGT, R., JANSSEN, S., KUPERUS, S., & DE LANGE, E. . . Future center ‘the shipyard’: learning from planning, developing, using and refining a creative facility. Creativity and Innovation Management, v. 16, n. 1, p. 66-79, 2007.
Milena Teixeira
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