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Ecossistema Empreendedor Universitário

Daniel Prokop (2021) procura explicar por que o desenvolvimento de spin-offs é diferente nas universidades, examinando seus ecossistemas chegando a um conceito de ecossistema empreendedor universitário e apresentando a composição e características desse ecossistema.

Para tal autor as universidades desempenham um papel fundamental nos sistemas ou ecossistemas de inovação onde, como parte de sua Terceira Missão entrelaçados com estratégias de desenvolvimento econômico local e regional elas se engajam na transmissão e tradução de conhecimento, respondendo ativamente à escassez de habilidades regionais para melhorar a recepção de conhecimento, envolvidos em fortes redes com empresas, estimulados por instituições institucionalizadas e mecanismos de apoio.

Ecossistema empreendedor universitário: O que o compõe?

Segundo Prokop (2021), o ecossistema empreendedor universitário constitui um conjunto único de vínculos com atores locais, regionais e nacionais que uma universidade constrói e utiliza para suas atividades de comercialização, em particular, formando spin-offs e garantir o seu sucesso. Esses UEEs são compostos principalmente por:

escritórios de transferência de tecnologia, fundadores acadêmicos, investidores (empreendedores experientes) e incubadoras de empresas, e variam em uma dimensão espacial, com uma localização geográfica e alcance particular.

Além disso, as redes são importantes para entender os resultados bem-sucedidos das empresas spin-off, pois encapsulam os relacionamentos não capturados entre os atores humanos e organizacionais, bem como o que está sendo transferido por meio desses laços.

Os escritórios de transferência de tecnologia se concentram nos estágios iniciais de identificação de oportunidades, proteção de propriedade intelectual e contribuem com suas redes de investidores e empreendedores externos. Há uma evidência crescente de que, embora os NITs possam ter um papel menos influente na formação de spin-offs, essas unidades estão relacionadas à geração de investimentos para empreendimentos spin-offs ou sua sobrevivência.

Para saber sobre spin-offs acesse aqui

Os fundadores acadêmicos, embora responsáveis ​​pela geração de conhecimento e suas redes com a indústria são reconhecidos principalmente pelo desenvolvimento de tecnologia em estágio inicial. Suas características, como financiamento prévio da indústria ou excelência científica, estão relacionadas a níveis mais altos de divulgação, enquanto a colaboração anterior na indústria ou a experiência em invenção desempenham um papel no empreendedorismo acadêmico.

Ademais, é importante notar que os empreendedores acadêmicos (ou seja, os fundadores da spin-off) são indivíduos com experiência em operar em setores públicos ou sem fins lucrativos em transição para um mercado orientado ao lucro. Tal mudança sugere sua potencial luta para administrar empresas tipicamente com fins lucrativos, especialmente devido às suas motivações não financeiras ou falta de treinamento empreendedor, indicando a necessidade de envolver indivíduos para aumentar as chances de sucesso de tais empreendimentos.

Estes são considerados empreendedores externos (e experientes), que se concentram no desenvolvimento do negócio, consequentemente construindo a credibilidade da spin-off que é vital para a busca de financiamento externo. Dada a sua experiência de negócios, os empreendedores externos também exploram suas redes com investidores, explicando por que essas empresas têm características de alto crescimento em comparação com spin-offs lideradas por inventores. Além disso, envolver empreendedores externos está relacionado a maiores taxas de spinoffs (Lockett et al., 2003).

Os investidores podem ser representados na forma de business angels (Mosey e Wright 2007), fundos públicos (Huggins 2008), fundos de investimento universitários (Fini et al., 2011; Good et al., 2019) ou indústria de capital de risco (Wright et al. ., 2006), e oferecem o financiamento tão necessário para empresas spin-offs sem dinheiro, aumentando suas chances de sobrevivência (Prokop et al., 2019). Seu engajamento se concentra em todas as etapas do desenvolvimento da empresa, embora seja mais pronunciado nos primeiros anos dos novos empreendimento.

O papel das incubadoras de empresas é mais pronunciado nos estágios iniciais de desenvolvimento da empresa spinoff (Bourelos et al., 2012). Estas instalações oferecem uma lista de serviços de apoio empresarial: espaço de escritório, administração, formação, investimento, consultoria e apoio profissional à gestão empresarial.

Resultados

A partir da interpretação da Terceira Missão de cada Universidade, os resultados desse ecossistema empreendedor universitário podem ser variados: desenvolvimento de spin-offs, licenciamento, pesquisa por contrato, consultoria ou eventos públicos (PROKOP, 2O21).

Referências Bibliográficas

PROKOP, Daniel. University entrepreneurial ecosystems and spinoff companies: Configurations, developments and outcomes. Technovation, v. 107, p. 102286, 2021.

 

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Juliana de Souza Corrêa

Mestranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina, formada em Relações Internacionais (UFSC) e com especialização em Inovação em Gestão Pública. Servidora da UFSC e integrante do Grupo VIA atuando junto ao Pacto pela Inovação de Santa Catarina e realizando pesquisas com foco em inovação e empreendedorismo.

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