Vila Flores localizado no Distrito Criativo de Porto Alegre é apresentado no EGC
Disciplina de Habitats de Inovação do programa de pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento recebe Vila Flores
O complexo Vila Flores, localizado no Quarto Distrito em Porto Alegre, foi o case brasileiro apresentado na Disciplina de Habitats de Inovação da VIA Estação Conhecimento. Assim como os centros urbanos do país, a região apresentava problemas de criminalidade e esvaziamento. Sofrendo com a degradação física, a região ganhou ao longo dos anos estigmas negativos. Mesmo estando em ponto central entre aeroporto e rodoviária da capital gaúcha, a região enfrentou problemas sociais e econômicos.
Além disso, os prédios começavam a ficar inabitáveis. Aqueles que estavam com residentes eram ilegais ou apresentavam contratos que já não tinham validade. Desta forma, começa a ser contada a história do Vila Flores por João Wallig – arquiteto e urbanista, autor e gestor do empreendimento. Wallig esclarece que o espaço é repleto de elementos históricos sendo a construção datada de 1925 e 1928 para casas de aluguel. Antes havia diversidade em termos de território, com imigrantes, conhecimento de ofício e necessidade de moradias. Hoje o percursor da verticalização apresentava problemas urbanos. Houve migração das indústrias a outras partes da cidade somado a falta de planejamento e acompanhamento do poder público na transição do território industrial para o urbano.
Entretanto, na visão de Wallig, o status da região era potencial para a mudança. Mais que um empreendimento de grande porte que poderia ser idealizado por grandes empreiteiras, o espaço foi pensado além da infraestrutura. O Vila Flores, a partir da inspiração de iniciativas internacionais, vem unindo economia criativa e revitalização urbana para a coletividade.
Vila Flores potencializa o Polo de Economia Criativa de Porto Alegre
O complexo é uma herança familiar. Localizado no bairro Floresta, as três edificações totalizam 2.332m2, e um pátio de 1.415m2. O Vila Flores foi idealizado a partir da restauração do conjunto arquitetônico projetado pelo engenheiro-arquiteto alemão José Franz Seraph Lutzenberger. Atualmente, reconhecido na capital gaúcha, o Vila Flores apresenta iniciativas de forma a movimentar a comunidade. No espaço há senso de pertencimento e consequente movimento da economia, recuperando a arquitetura e promovendo um ambiente criativo.
Com investimento privado, a recuperação dos prédios da família Wallig permitiu que o ambiente hoje seja reconhecido pelo seu complexo cultural, educacional e de negócios. Atualmente, são 32 empreendimentos residentes e estes fazem a principal propaganda do negócio, indicando e atraindo novos empreendimentos da economia criativa. Não apenas talentos da economia criativa querem estar no Vila Flores. Logo, o ambiente se tornou tão agradável que diversas organização buscam o espaço para a realização de eventos, por exemplo. A criatividade é a marca do local e com ela os empreendimentos nascem, crescem e se desenvolvem.
Recuperação com contexto é o que define o Vila Flores
Segundo Wallig a iniciativa está associada a três eixos: habitacional, cultural e empresarial. Na economia criativa uma das mudanças promovidas pelo Vila Flores se associa a locação facilitada. O mundo dos criativos funciona diferente! Pode funcionar por meio de parceiras e colaboração. Assim, também se buscou permutas de aluguéis e isso fez com que as pessoas tivessem o senso de pertencimento com o espaço. Isso foi possível na base da confiança e também na possibilidade de definições conjuntas, colaborativas. Os locatários podem fazer os ajustes de acordo com o que acreditam e precisam.
Hoje, a gestão é feita pela Associação Cultural Vila Flores. É uma instituição sem fins lucrativos criada em 2014 pelos próprios inquilinos do complexo para promover espaço de discussão, aprendizado e interação com a comunidade do entorno em eventos, oficinas e espaços de trabalho.
O movimento que preconizou a participação cidadã, se iniciou com iniciativas de eventos, sendo realizados no próprio ambiente potencializando a cultura local. Assim, artistas e empreendedores iniciaram suas ações, por meio de exposições e estes recursos começaram a ser revertidos no empreendimento de revitalização.
Especificamente tratando da obra de recuperação, pode-se dizer que o projeto arquitetônico de restauro e de adequação começou a ser desenhado de maneira coletiva e colaborativa. Desde 2010, após a divisão de bens da família Wallig, o conceito do espaço vem sendo trabalhado. Hoje, o que se encontra no bairro é economia criativa! Tudo potencializado por meio de um condomínio que apresenta diversidade em termos de talentos. Assim, Wallig explica que o retorno deve ser coletivo. As pessoas devem, ao estar no complexo, se identificarem com o propósito comum do espaço.
Agradecemos ao João Wallig e ao Movimento Traços Urbanos pela oportunidade!
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