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Trabalhando em grupo ou sozinho: os diferentes modelos de coworking

Coworking: um espaço feito pelas pessoas

O Coworking, espaço de trabalho compartilhado, é uma ótima opção para profissionais autônomos, microempresários e para quem busca empreender. Mas ao utilizar estes espaços que tipo de serviço eles realmente compram? Como eles descrevem esse serviço? São estas, e tantas outras perguntas sobre o tema que o artigo de Clay Spinuzzi buscou responder após uma pesquisa com nove coworkings durante quase dois anos.

O artigo Working Alone, Together: Coworking as Emergent Collaborative Activity apresenta uma visão sobre coworking , como as pessoas o definem, quem decide se engajar nele e por que o fazem. Após vinte meses de entrevistas com gestores e clientes destes espaços, o autor entrevistou mais de 33 pessoas, e chegou a conclusão que existe não existe um único modelo de coworking. E que cada pessoa que utiliza estes espaços possui uma percepção diferente.

Como os gestores percebem o coworking?

Segundo o autor, os gestores percebem que existem três categorias diferentes do coworking:

  • Espaços de trabalho para a comunidade: possui o objetivo de servir as comunidades locais, com seus clientes trabalhando lado a lado, mas não uns com os outros.
  • Unoffice: espaços de escritórios flexíveis que permitem aos clientes interagir e se encontrar com os clientes. Seu objetivo é recriar as características do ambiente de escritório tradicional que os trabalhadores independentes podem perder.
  • Espaço de trabalho federado: com o objetivo de fomentar relacionamentos de negócios e pessoais, esta categoria facilita a colaboração com os outros em relacionamentos formais e informais.

Como os clientes percebem o coworking?

Para entender como os clientes percebem o coworking é preciso primeiramente entender quem são estas pessoas. Na sua pesquisa Spinuzzi identificou os seguintes perfis de clientes nestes espaços:

  • Indivíduos que podem escolher onde trabalhar
  • Indivíduos que querem compartilhar seus próprios conhecimentos
  • Indivíduos que buscam parcerias de negócios
  • Proprietários de pequenos negócios
  • Indivíduos que prezam pela interação mas que também não querem ser incomodados

Sendo assim, a partir da percepção dos clientes o autor percebeu que para estes indivíduos o coworking é um espaço de muitas possibilidades:

  • São espaços com design atrativo e profissionalismo
  • Possui flexibilidade de horários
  • Boas localizações
  • Interação com outros profissionais

Os dois modelos de coworking

A partir dos diferentes perfis de clientes e das diversas possibilidade deste tipo de espaço, o autor propõe dois modelos de coworking: o modelo bons vizinhos e o modelo bons parceiros.

coworking

No modelo bons vizinhos a colaboração não é o focada nas tarefas individuais, mas na manutenção de relacionamentos de vizinhança, para que o espaço de coworking possa apoiar melhor o trabalho paralelo de todos.

coworkingAssim, as pessoas podem estar totalmente desconectados de suas vidas profissionais, mas comprometidas em compartilhar e melhorar um espaço comunitário.

Já no modelo bons parceiros o espaço é focado para resolver problemas de trabalhos de maneira compartilhada. Desta forma as equipes de trabalho são transitórias e compostas de diferentes especialistas.

A realidade

O autor do artigo ressalta que a realidade dos coworkings é um pouco diferente do apresentado pelos modelos. Na prática é possível perceber os dois modelos sobrepostos em um único espaço, porém ficou evidente em sua pesquisa que um modelos sempre se destaca, por conta da cultura de gestão e das pessoas utilizando o espaço. Assim o corwoking é uma superclasse que engloba as configurações de bons vizinhos e bons parceiros, bem como outras configurações possíveis que tentam similarmente realizar atividades em rede dentro de um determinado espaço.

Para saber mais sobre os coworking acesse nosso post conceitual!

Este post utilizou o artigo Working Alone, Together: Coworking as Emergent Collaborative de Clay Spinuzzi como referência, publicado originalmente no Journal of Business and Technical Communication em 2012.

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Rayse Kiane

Mestre e doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Sistemas de Informação pela mesma instituição . Realiza pesquisas interdisciplinares sobre: inovação na educação, mídia e conhecimento, compartilhamento de conhecimento por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), open science e usabilidade de software.