Revitalização estética nos distritos criativos
Na postagem passada trouxemos cases de distritos criativos Bairro Alto e Maboneng, agora para dar continuidade, falaremos sobre revitalização estética nos distritos criativos.
Distritos criativos: cases para conhecer
Como já sabemos, os distritos criativos são locais pujantes que visam a propagação de negócios e atividades criativas cuja base de sustentação está atrelada ao intangível, envolvendo a criação, produção e distribuição de produtos e serviços (Howkins, 2001). Essas atividades vem passando por uma transformação na economia global, a qual é cada vez mais baseada em conhecimento, inovação e, principalmente, criatividade.
A partir disso, para estimular a criatividade o ambiente deve ter espaços físicos que propiciem o compartilhamento entre as pessoas, ao mesmo tempo em que constroem experiências intensas para inspirar a imaginação e bem-estar, como: gastronomia, arte, cultura, contato com a natureza, entretenimento e outros.
Os distritos criativos devem combinar criatividade, capital intelectual e espaços que possibilitem a diversidade, a geração de riquezas e o impacto social, principalmente quando se pretende utilizar comunidades menos favorecidas como palco criativo, que muitas vezes, possuem espaços subutilizados ou considerados locais perdidos, devido a falta de interesse da administração pública ou privada, chegando ao ponto de degradação e sem perspectiva de crescimento.
O agente público neste contexto, desempenha um papel importante para revitalização desses espaços, bem como no restabelecimento e impulsionamento dessas regiões, uma vez que elas precisam ter sua estrutura urbana renovada e a segurança garantida. Contudo, para se ter um planejamento a longo prazo mantendo o vigor dos distritos criativos, se faz necessário a interação da classe criativa, empresarial e da sociedade civil como um todo, pois, a regeneração desses espaços urbanos garante benefícios não somente para a classe criativa, mas para toda a cidade.
O case ViBe Creative District, localizado na Virginia Beach nos EUA é um exemplo de revitalização estética, os organizadores realizaram o 5º Festival Anual de Murais de 19 a 28 de agosto de 2022. Foram 10 novos murais pintados por 10 artistas nacionais e locais em propriedades privadas no distrito durante 10 dias. Segundo os organizadores do festival, esse projeto de construção da comunidade é o ajuste perfeito para o distanciamento social, ao qual estimula a comunidade criativa local com bolsas de artistas pagas e proporciona ao público tempo suficiente para explorar o distrito e observar os artistas enquanto trabalham.
Todos os 10 locais foram localizados a uma distância de 2,4 km, formando um roteiro caminhada, em fachada de empresas que se manifestaram interesse em participar do festival para apoiar o crescimento do distrito. Os proprietários de imóveis selecionaram os muralistas do banco de dados da ViBe de mais de 350 artistas que se inscreveram em concursos abertos em 2022 e em anos anteriores, bem como se comprometeram a preservar os murais por um período mínimo de 2 anos e afixar uma placa de patrocinador para reconhecer os financiadores. Essas obras de arte públicas são visíveis 24 horas por dia e ajudam a criar uma sensação de lugar e chegada ao distrito das artes, afirmam os organizadores do Festival.
De fato, a valorização dos espaços por meio da revitalização estética dos distritos criativos, garantem a atração da classe criativa e inspira nas requalificações de bairros degradados, fortalecendo assim toda a indústria criativa, por meio da criação de novas atividades econômicas, o fortalecimento da segurança, infraestrutura e empregabilidade, bem como garante mais espaços acessíveis para moradia e de encontros.
Se gostou, assista esse vídeo desenvolvido pelo grupo VIA Estação Conhecimento em parceria ao Vibe Creative District. Link.
Referências:
Vibe Creative District. Disponível em: https://vibecreativedistrict.org/cool_timeline/the-city-of-virginia-beach-established-the-boundary-of-the-district-by-ordinance-and-declared-it-an-arts-and-cultural-district-and-technology-zone/. Acesso: 03 de agosto de 2022.
LANDRY, C. Origens e futuro da cidade criativa. São Paulo: SESI, 2013.
FLORIDA, R. A Ascensão da Classe Criativa – e seu papel na transformação do trabalho, do lazer, da comunidade e do cotidiano. Nova York: L&PM EDITORES, 2002.
HOWKINS, J. Economia Criativa: Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas. São Paulo: M. Books, 2001.
Ricardo Silvestro
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