Turma de Habitats de inovação apresenta trabalho sobre Tipologias
No mês de outubro foram apresentados os trabalhos sobre as tipologias de habitats de inovação da disciplina de Habitats de Inovação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC ministrada pelos professores Clarissa Stefani Teixeira e Alexandre Augusto Biz. As atividades foram realizadas no InPETU Hub localizado no Sapiens Parque, com colaboração do VIA Estação Conhecimento.
Os grupos foram formados conforme algumas tipologias de habitats de inovação, sendo eles: Pré-Incubadora, Incubadora e Aceleradora; Living Lab; Núcleo de Inovação Tecnológica e Espaço makers.
Neste post, apresentarei os resultados gerados pelo grupo das tipologias de habitats de inovação: Pré-Incubadora, Incubadora e Aceleradora. Os integrantes deste grupo de pesquisa são: Anderson Ricardo Silvestro, Joelias Silva Pinto Junior desde que articulados Karine Gonçalves.
Pré-incubadora
“As Pré-incubadoras são ambientes que oferecem suporte a empreendedores para transformar suas ideias de negócios em empresas formalizadas juridicamente (FERREIRA, 2018).”
“Oferece ferramentas, serviços de consultoria, mentoria, assessorias, cursos e apoio institucional aos novos negócios com viabilidade técnica e mercadológica, networking e aproximação com entidades financeiras e de investimento (DEPINÉ, 2018).”
A primeira pré-incubadora foi identificada na Europa em 1997 na Universidade de Bielefeld (Alemanha) (JONES, 2013).
Uma das característica era o desenvolvimento de atividades com pessoas físicas, com base na idealização, concepção e formalizados de propostas, que precisavam de apoio para efetivação de um negócio. Foca em projetos e empreendimentos de base tecnológica, na viabilidade do negócio e desenvolver perfil empreendedor, podem realizar suas atividades em Universidades ou instituições privadas.
Importante salientar que a pré-incubadora “Não seleciona empresas já formalizadas, sendo que estas são de responsabilidade de uma incubadora” (DEPINÉ, 2018).
Um case nacional de destaque é o CocreationLab.
“O CocreationLab é um laboratório de ideação que visa desenvolver o empreendedorismo e transformar ideias em negócios!” (COCREATION LAB, 2022)
“Os novos empreendimentos passam por um processo de pré-incubação no qual se têm à disposição um conjunto de atividades e apoio institucional que auxiliarão nas etapas de validação dos modelos de negócios.” (COCREATION LAB, 2022)
Para mais informações sobre essa pré-incubadora, consulte: https://cocreationlab.com.br/
Um case internacional de grande impacto é o Hubs Pre-incubator
“HUBS Pre-incubator is a place to develop your business idea in a sustainable way! An 8-week program that supports you in taking the first steps towards entrepreneurship. You will get tools for refining and conceptualizing your business idea.” (HUBS, 2022)
O Hubs Pre-incubator possui sede no Hubs TAMK – Kauppi, Hubs City Center e Hubs Hervana, ambos na cidade de Tampere/Finlândia. Seu propósito é atender estudantes da Universidade pública de Tampere, por meio do empreendedorismo sustentável, tornando os alunos agentes de mudança socialmente responsáveis.
Incubadora
Outra das tipologias de habitats de inovação é a incubadora de empresas, que é caracterizada como promotora de empreendimentos inovadores, oferecendo infraestrutura, capacitação, suporte gerencial e orientação aos empreendedores sobre aspectos administrativos, comerciais, financeiros e jurídicos, para que estes possam desenvolver ideias e transformá-los em empreendimentos sustentáveis (Aranha, 2016).
São organizações que podem estar vinculadas às instituições de ensino públicas ou privadas, prefeituras, e até mesmo iniciativas empresariais independentes e tem como desafio, criar um ambiente onde se possa promover a integração entre centros de pesquisas, empresas, universidades e as comunidades.
Uma breve história sobre incubadora de empresas.
O primeiro registro de incubadora de empresa foi datado na década de 50, em Nova Iorque, por meio de sublocações de salas de um antigo prédio falido. A caracterização se deu, pois, as empresas residentes buscavam aconselhamento empresarial ao locador e havia um conceito de compartilhamento de equipamentos e serviços, haja visto que as locações ocorriam com empreendimentos de mesmo segmento. HACKETT & DILTS, (2004); SILVA & VELOSO, (2013).
Em 1970 com destaque para o Vale do Silício, as incubadoras nos EUA foram criadas por meio de programas de incentivo a inovação, para incentivar os recém-graduados ao mundo do empreendedorismo e impulsionamento daquela região. HACKETT & DILTS, (2004).
Em 1975 na Europa, o mercado de aço britânico instalou uma incubadora para criar novos postos de trabalho no setor, fomentando o surgimento de empresas de base tecnológica. (AERNOUDT, 2004).
Em 1984, foi instalada a 1º incubadora no Brasil, com a iniciativa do CNPq na Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos-SP (PARQTEC). Contudo, no país as incubadoras somente foram consolidadas após formalização da ANPROTEC, órgão representativo deste habitat até os dias atuais. (ANPROTEC, 2016).
Como case nacional, destacamos o Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA), criada em 1986 pela Fundação CERTI (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) em resposta aos anseios de desenvolvimento do ecossistema da capital catarinense e com o objetivo de viabilizar um promissor setor econômico, aproveitando os talentos e o conhecimento gerados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Com várias certificações nacionais e internacionais, foi a primeira incubadora a receber o Prêmio de Melhor Incubadora de Empresas do Brasil (1997).
Atualmente está sediada no Parque Tecnológico Alfa e no Sapiens Parque, ambos na capital catarinense, proporcionando o ambiente propício para aproximação e networking entre startups e grandes empresas para a promoção da inovação corporativa e a geração de negócios.
Como case internacional, foi destacado a GREEN Incubator, que foi fundada para revitalizar a cidade de Detroit por meio do estímulo ao empreendedorismo, quando a cidade decretava falência devido a crise financeira global ocorrida em 2008.
Segundo Kim (2021), a cidade perdeu cerca de 60% da população, 40% estava abaixo da linha da pobreza, a taxa oficial de desemprego atingiu 29% e a taxa não oficial era estimada em 50%.
Enquanto outras incubadoras e aceleradoras de negócios locais se concentraram em aumentar o investimento e lançar empreendimentos de rápido crescimento, a GREEN Incubator orientava os empreendimentos por meio de um crescimento orgânico.
A GREEN pretendia desenvolver novos negócios baseados em comunidades pobres de Detroit e nas identidades pessoais de seus fundadores.
Vale a pena ler por completo o artigo de inspiração para este case: Fonte: Kim, S. Frame Restructuration: The Making of an Alternative Business Incubator amid Detroit’s Crisis. Administrative Science Quarterly. V. 66, Issue 3, 2021, p. 753-805.
Aceleradora
Já as aceleradora,
“são organizações que buscam acelerar a criação de novas empresas preparadas para enfrentar a realidade do mundo dos negócios e determinar sua viabilidade. Estas focam no fornecimento de educação, networking e orientação, por meio de capacitação, mentorias intensivas e eventos.” DEPINÉ (2018)
“As aceleradoras geralmente são programas de duração limitada destinados a ajudar os empreendedores a definir suas ideias e construir seus primeiros protótipos.” (MANSOORI et al., 2019).
De acordo com Roure et al. (2016), com frequência aceleradoras oferecem uma combinação de serviços e investimentos em troca da entrada no capital de empresas apoiadas.
Segundo Cohen e Hochberg (2014), os programas de aceleração englobam uma gama de recursos que anteriormente eram oferecidos separadamente.
Como case nacional a Shell Iniciativa Jovem é um grande exemplo de aceleradora implementada nos anos 2000 no Brasil.
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É a versão brasileira do programa global da Shell de incentivo ao empreendedorismo chamado LiveWIRE;
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Presente em outros 17 países;
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A iniciativa apoia jovens empreendedores para desenvolver negócios sustentáveis, promovendo o desenvolvimento econômico local;
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Os ciclos do programa estão atreladas ao estágio de maturidade dos empreendedores:
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Ideação – para quem está no começo da jornada e quer começar a empreender – duração de 3 meses;
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Operação – quando o negócio já vende e precisa de ajuda para crescer – duração de 4 meses.
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Publicado no “The UBI Global World Rankings of Business Incubators and Accelerators” o World Rankings Report 19/20, o Ranking que premiou as melhores aceleradoras do mundo, nas categorias universitária, pública e privada. Sendo que nesta última, a brasileira Shell Iniciativa Jovem foi uma das 5 premiadas.
Como case internacional, em 2005, foi criada a aceleradora Y Combinator em Cambridge (Massachusetts/EUA) a primeira aceleradora reconhecida (ROURE, 2016).
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Desde 2005, já financiou mais de 3.500 startups;
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É uma comunidade de mais de 9.000 fundadores;
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Suas empresas têm uma avaliação combinada próxima a US$ 1 trilhão;
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O objetivo geral do YC é ajudar as startups a decolarem;
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Não importando o estágio da startup, o objetivo é ajudá-la a estar em uma forma dramaticamente melhor 3 meses depois, que pode ser resumida em duas coisas:
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Ter um produto melhor com mais usuários;
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Ter mais opções para arrecadar dinheiro.
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Já passaram pelo programa de aceleração YC nomes como:
Eai, gostaram do trabalho?
Abaixo, disponibilizo as referências de buscas, para se aprofundarem ainda mais nessas tipologias de habitats de inovação.
Caso tenham outras dúvidas, vale a pena a leitura desse e-books: Habitats de inovação: alinhamento conceitual.
Referências
AERNOUDT, R. Incubators: tool for entrepreneurship? Small Business Economics, v. 23, n. 2, p. 127-135, 2004.
ANPROTEC; SEBRAE. Estudo de impacto econômico: segmento de incubadoras de empresas do Brasil. 2016. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br/Relata/18072016Estudo_ANPROTEC_v6.pdf>. Acesso em: 10/2022.
Aranha, J. A. S. (2016). Mecanismos de geração de empreendimentos inovadores: mudança na organização e na dinâmica dos ambientes e o surgimento de novos atores. Disponível em: http://anprotec.org.br/site/ebooks/mecanismos-de-geracao-de-empreendimentos-inovadores.
CELTA. Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas. Disponível em: Fonte: https://celta.certi.org.br/. Acesso em: 10/2022.
FLÔR, Clarissa da Silva et al. As aceleradoras brasileiras: levantamento para identificação do foco, atuação e distribuição territorial. Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, v. 3, n. 2, p. 77-96, 2018.
COCREATION LAB. O CocreationLab. Cocreation By TXM, 2022. Disponível em < https://cocreationlab.com.br/o-cocreationlab/>. Acesso em: 10/2022.
COHEN, Susan; HOCHBERG, Yael V. Accelerating startups: The seed accelerator phenomenon. 2014.
DEPINÉ, A; TEIXEIRA, C. S. Habitats de inovação: conceito e prática. São Paulo: Persem, 2018. 294p. v.1. ISBN 978-85-464-0681-4. Disponível em: < https://via.ufsc.br/wp-content/uploads/2018/05/HABITATS-DE-INOVACAO-conceito-e-pratica.pdf >. Acesso em: 10/2022.
FERREIRA, M. C. Z. O que são pré-incubadoras?. VIA Estação Conhecimento, 2018. Disponível em: < https://via.ufsc.br/o-que-sao-pre-incubadoras >. Acesso em: 10/2022.
HACKETT, S.; DILTS, D. A systematic review of business incubation research. The Journal of Technology Transfer, v. 29, n. 1, p. 55-82, 2004.
HUBS. Hubs Pre-incubator. Disponível em < https://hubs.fi/en/help-with-ideas/pre-incubator/ >. Acesso em: 10/2022.
JONES, P; THOMAS, B. The Pre-Incubator: A Longitudinal Study of 10 Years of University Pre-Incubation in Wales. Industry and Higher Education. Vol 27, No 5, October 2013, pp 349–363, doi: 10.5367/ihe.2013.0168
KIM, S. Frame Restructuration: The Making of an Alternative Business Incubator amid Detroit’s Crisis. Administrative Science Quarterly. V. 66, Issue 3, 2021, p. 753-805.
MANSOORI, Yashar; KARLSSON, Tomas; LUNDQVIST, Mats. The influence of the lean startup methodology on entrepreneur-coach relationships in the context of a startup accelerator. Technovation, v. 84, p. 37-47, 2019.
ROURE, Juan; DE SAN JOSE, Amparo; SEGURADO, Juan Luis. Aceleradoras para emprendimiento social. Modelos de aceleración y ecosistemas de apoyo en América Latina y el Caribe. IESE BUSINESS SCHOOL, 2016.
SHELL INICIATIVA JOVEM. Shell Iniciativa Jovem. Disponível em <https://www.iniciativajovem.org.br/site/>. Acesso em: 10/2022.
SILVA, J.; VELOSO, Y. Manual: Programa Multincubadora de Empresas. Brasília. Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico: UnB, 2013.
YCombinator. Y Combinator. Disponível em <https://www.ycombinator.com/about>. Acesso em: 10/2022.
Ricardo Silvestro
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