Mulheres Na Ciência

Para ser inteligente, a revolução digital precisará ser inclusiva: as mulheres na pauta da UNESCO

UNESCO traz reflexões sobre as mulheres no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

Hoje, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a UNESCO lançou o documento To be smart, the digital revolution will need to be inclusive : excerpt from the UNESCO science report! Cabe destacar que a UNESCO é um dos vários atores que vêm conduzindo pesquisas globais e nacionais para fomentar a coleta regular de dados por sexo. Neste contexto, o report evidencia a incompatibilidade de dados e a necessidade de se ter indicadores para a gestão de ações que envolvam as mulheres, pois há falta de dados abrangentes sobre tendências de gênero.

Ainda nos dias atuais são observados dados desagregados por sexo e, em muitos casos, estes não são regularmente coletados como países do Caribe, Oceania, Sul da Ásia, Sudeste Asiático e África Subsaariana. As estimativas da UNESCO, de mulheres pesquisadoras em todo o mundo, também excluem América do Norte e China, devido a incomparabilidade desses dados. Infelizmente, essas lacunas de dados limitam o conclusões que podem ser tiradas a nível nacional, regional e global.

Investimentos e atuação científica: um gap ainda percebido

Há sinais de que as mulheres estão se aproximando da paridade em ciência, pelo menos em termos de números. No ensino superior, eles alcançaram a paridade (45-55%) no bacharelado e em níveis de mestrado, mas estão no limite para o nível de doutorado (44%). As mulheres representaram 33% dos pesquisadores em 2018. Em muitos países, elas alcançaram paridade nas ciências da vida.

Nas universidades, as pesquisadoras tendem a ter carreiras mais curtas e menos bem pagas. As mulheres mesmo representando 33,3% de todos os pesquisadores, apenas 12% dos membros das academias de ciências nacionais são mulheres.

Na academia, as mulheres tendem a receber menos verbas de financiamento, embora sejam tão produtivas quanto os homens. Em uma base anual, elas publicam tanto quanto os homens, mas são menos propensas a publicar em periódicos de alta qualidade. Outro fato interessante, é que a autoria feminina vem sendo menos citada no mundo acadêmico.

As mulheres representam 44% dos doutores, mas apenas 33% se dedicam a atuação como pesquisadoras ou escolhem deixar a profissão de pesquisadora. Outro ponto levantado pelo documento diz respeito a necessidade de investimentos desde os primeiros anos da escola. Segundo a UNESCO, não haverá a massa crítica de qualidade para se candidatarem a bolsas de estudos para pesquisa ou ainda para receber prêmios por excelência. Assim, as indicativas é para uma mobilização que não pode ser esporádica.

Mulheres ainda são minoria nos campos da Indústria 4.0

O mundo está passando por uma transformação fundamental que está mudando a maneira como se vive, se trabalha e se pensa. Estas mudanças apresentam implicações de longo alcance para o papel das mulheres na sociedade, em geral, e em particular nas ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

Mulheres na ciência

As mulheres continuam sendo uma minoria em áreas como as tecnologias de informação digital, computação, física, matemática e engenharia. Estes resultados indicam que os campos que efetivamente impulsionam a quarta Revolução Industrial e, se associam aos empregos do futuro, ainda não englobam as mulheres. Além disso, na Inglaterra, por exemplo, as mulheres representavam, em 2017, 70% dos funcionários em empregos com alto risco de automação. Isto pode ser impactante a medida que a Indústria 4.0 automatiza seus empregos. Por um lado, haverá eliminação de ocupações manuais consideradas perigosas e tarefas repetitivas e, por outro, haverá demissão massiva das mulheres.

As mulheres estão deixando os campos de tecnologia em maior número do que homens. Como fatores que interferem nestes resultados são citadas as condições do local de trabalho, a falta de acesso a recursos criativos, papéis de atuação e uma carreira paralisada.

Para a escassa atuação das mulheres em áreas como a inteligência artificial o documento sugere uma necessidade de progresso em direção a esforços conjuntos entre governo, academia e empresas para não apenas atrair meninas e mulheres para estes campos, mas também ter estratégias de retenção destes talentos.

Segundo a UNESCO “para ser verdadeiramente transformador, as políticas de gênero e os programas precisam transformar as relações de gênero”.

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