II TCDS: Relembre o primeiro dia do evento
Nos dias 18 e 19 de agosto, aconteceu a segunda edição do Encontro Internacional de Territórios Criativos para o Desenvolvimento Sustentável, o II TCDS. O evento reuniu palestrantes e painelistas de diversas partes do mundo para abordar e discutir assuntos relacionados aos territórios criativos. Siga na leitura e saiba mais sobre como foi o primeiro dia de atividades.
Você pode visualizar a gravação deste dia clicando aqui.
Turno da manhã
O painel de abertura contou com a participação de profissionais ligados ao governo. Rafael Nogueira é presidente da Fundação Catarinense de Cultura e explanou sobre o trabalho da Fundação, afirmando que o governo estadual pretende e trabalha para transformar Santa Catarina em um estado que tenha a economia criativa como uma de suas marcas. Ana Fagundes é diretora do Departamento de Artes e Economia Criativa da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul (SEDAC – RS) e expos sobre o trabalho desenvolvido pela SEDAC – RS, especialmente sobre o RS Criativo, um programa estratégico de estado, que fomenta e desenvolve municípios, a partir de vários eixos de atuação, dentre os quais estão os territórios criativos. Pedro Fagundes é Diretor de Articulação e Governança da Secretaria dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura e abordou sobre as atividades do Ministério, demonstrando o trabalho desenvolvido para fomentar a economia criativa como um pilar de desenvolvimento econômico para o país.
Após isso, houve a palestra de “Políticas públicas para territórios criativos e o Ministério da Cultura”, com a fala de Andrea Santos Guimarães, diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura, na Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura. Andrea pautou sua apresentação na exposição de políticas públicas voltadas a economia criativa no Brasil e insights sobre como o governo pretende trabalhar a economia criativa nos próximos anos. Tratou sobre assuntos como a importância econômica da economia criativa, os setores da economia criativa no país, o consumo cultural, os mecanismos de fomento, as políticas para o desenvolvimento e os mercados criativos.
As pessoas que têm brilho no olho se conectam e a economia criativa tem muito disso!
– Clarissa Stefani Teixeira.
Na sequência, Jorge Piqué, um dos organizadores do evento e gestor da UrbsNova – Agência de Design Social e Inovação, e Renata Galbinski Horovitz, mestre em Economia e Política da Cultura e Indústrias Criativas, apresentaram sobre uma consultoria feita pela UrbsNova, que propôs o projeto de um centro criativo na cidade de Rio Grande – RS. Os painelistas expuseram, portanto, sobre o trabalho desenvolvido, o qual pautou-se no diagnóstico das condições atuais do centro da cidade, na avaliação da possibilidade de ser criado um distrito criativo no local e nas proposições de linhas de ação e ações específicas para o desenvolvimento do projeto a partir de uma governança.
Ana Carla Fonseca Reis, doutora em Arquitetura e Urbanismo, com a primeira tese no Brasil sobre cidades criativas, palestrou a partir do tema “A economia criativa e sua relação com os ecossistemas de inovação”. Pautou sua fala em acompanhar o percurso da economia criativa diante de três olhares: um deles que começa pelas indústrias e setores criativos, um que se expande para tratar sobre o que é a economia criativa e um que demanda uma localização, um território. Diferentes cases voltados à economia criativa também foram apresentados, demonstrando a aplicabilidade da mesma nos territórios.
A economia só é criativa se as pessoas o forem.
– Ana Carla Fonseca Reis
Turno da tarde
Fabiane Frois Weiler, doutora em Desenvolvimento Regional, foi uma das mediadoras das apresentações de pesquisas científicas selecionadas para serem publicadas nos anais do II TCDS. Neste primeiro dia, seis trabalhos foram apresentados:
- “A comunicação como uma dimensão do desenvolvimento: o distrito criativo de Santa Maria – RS” de autoria de Elisa Lübeck desde que articulados Flavi Ferreira Lisboa Filho.
- “Leitura visual urbana: atributos visuais da comunicação aplicada a um mobiliário urbano para a Região das Missões” de autoria de Alice Disconsi Carvalho desde que articulados Marcela Guimarães e Silva.
- “Cidades Criativas UNESCO no Brasil e economia criativa em ecossistemas locais de inovação: uma análise de indicadores” de autoria de Gustavo Simas da Silva, Vânia Ribas Ulbricht desde que articulados Tarcísio Vanzin.
- “Brasília Cidade Criativa do design: desafios e perspectivas de integração a partir doo conceito de cidades criativas, inteligentes, humanas e sustentáveis ” de autoria de Rafael Moraes Reis, Marcel Garcia de Souza, Marília Cerqueira Soares Martins Souto, Nathália de Mello Faria desde que articulados Pedro Vilhena Rodrigues.
- “Cidade patrimônio e criativa: estudo de caso sobre políticas públicas no município de Ouro Preto – MG” de autoria de Felipe Vecchia Guerra, Suzana Fernandes de Paula, Luiz Cláudio Alves Viana, Carolina da Rocha Mendes desde que articulados Ingrid Chaves Lima Ferreira Guimarães.
- “A paradiplomacia e a internacionalização de cidades criativas: um estudo de caso para Santa Maria – RS” de autoria de Bárbara Silveira Inácio Rocha desde que articulados Joséli Fiorin Gomes.
Após as apresentações de trabalho, o evento seguiu com a palestra “Transmídia e a indústria cultural do Século XXI”, conduzida por Danisson Reis, doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento, e com participação do palestrante Alexandre Linck. Este é doutor em Literatura e proprietário do canal “Quadrinhos na Sarjeta”, espaço em que debate filosofia, cultura e política a partir da ótica dos quadrinhos. O palestrante pautou sua fala principalmente na conceituação do termo “transmídia”, fazendo um resgate conceitual deste assunto e dos diversos elementos que o compõem e dos impactos gerados na sociedade.
A palestra seguinte foi realizada por Carolina Biberg Maia, coordenadora do Programa RS CRIATIVO, assunto anteriormente introduzido no painel de abertura do evento. Sua exposição baseou-se em detalhar a estruturação e a forma de funcionamento do Edital de Territórios Criativos do Rio Grande do Sul, o qual faz parte do RS Criativo. Também foram apresentados alguns projetos contemplados pelo Programa, expondo novamente a aplicabilidade e os benefícios da economia criativa nos territórios.
Mary Sandra Guerra Asthon, doutora em Comunicação Social, mediou o painel “O futuro do turismo nos territórios criativos”, o qual contou com a participação de Décio Coutinho, administrador e mestre em Gestão do Patrimônio Cultural, e Magnus Luiz Emmendoerfer, pós-doutor em Administração Pública, Empreendedorismo e Turismo. Décio desdobrou sua fala sob o conceito de criatividade, aliado às cidades, que são espaços vivos e de comunicação, e aos territórios, o qual pode se transformar em celeiro para novos negócios criativos. Magnus tratou sob o tema a partir da ótica da Rede Internacional ligada à economia criativa e às políticas públicas da qual faz parte e da sua vinculação com quatro instituições, atividade por meio da qual busca tratar da economia criativa em rede e parcerias.
A criatividade é mais do que estratégica, ela é vital!
– Décio Coutinho
Depois, Guilherme Paraol, doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento, mediou a palestra “Medellín Criativa (2018 – 2030)”, exposta por Oscar Santiago Uribe, que é Antropólogo, professor universitário e diretor do Escritório de Resiliência de Medellín, na Colômbia. Sua exposição pautou-se em uma retomada histórica sobre a cidade, passando pela realidade atual do ecossistema local e conduzindo para sua caracterização como uma cidade criativa e os impactos da criatividade e da cultura no território e na vida das pessoas. Hoje, Medellín é um exemplo mundial da prática da economia criativa.
O evento também contou com a palestra “Cadeias Produtivas Culturais Internacionais e Ecossistemas Culturais”, realizada por Andy Pratt, diretor do Centro de Cultura e Indústrias Criativas da City University e membro da primeira Cátedra UNESCO em Economia Criativa Global, e mediada por Edna dos Santos-Duisenberg, economista e mestre em Políticas de Desenvolvimento, com 30 anos de carreira nas Nações Unidas. Andy, um dos maiores nomes da economia criativa mundial, conduziu sua fala a partir da contextualização e caracterização das redes internacionais de produção e ecossistemas culturais, bem como da importância das mesmas para o contexto da economia criativa nos territórios.
Ao final do primeiro dia do evento, foi exibido um vídeo elaborado por Marisa Henderson, chefe da seção de Economia Criativa e Comércio da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Marisa afirmou que apesar de diversos desafios mundiais, como as desigualdades sociais nos territórios, a recente pandemia, a atual guerra na Ucrânia, os desafios ambientais e outras problemáticas, a economia criativa segue sendo um setor crucial.
O primeiro dia do II TCDS foi um sucesso! O vídeo de gravação no canal do Youtube já possui mais de 1.800 visualizações, além de inúmeros comentários de um público engajado e interessado na temática de economia criativa internacional. Siga nos acompanhando nos próximos posts do blog para saber mais sobre o segundo dia de evento!
Post realizado em co-autoria com Danisson Luiz dos Santos Reis – Doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pela Universidade Federal de Alagoas. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Sergipe. Atuo há cerca de 10 anos com Inovação, Empreendedorismo, Criatividade e Sustentabilidade. Integrante do Grupo de Pesquisa VIA Estação do Conhecimento.
Juliana Duarte Ferreira
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