Parque Cientifico

Desafios futuros no estudo de parques científicos e tecnológicos

Os parques científicos e tecnológicos são encontrados em sua maioria na Europa e Ásia. Entretanto, diferentes parques estão instalados no mundo todo. De acordo com a International Association of Science Parks and Areas of Innovation (IASP) com 77 países associados, no mundo temos 400 parques científicos distribuídos (UNESCO, 2017).

Desse modo, não há na literatura acadêmica um consenso sobre  as definições desses habitats. Contudo, é comum que estes ambientes apresentem as seguintes características:

  •  Concentração de empresas de alta tecnologia e centros de serviços especializados;
  • Existência de pelo menos uma universidade ou instituto de tecnologia com o qual as empresas residentes possam manter alguma forma de vínculo formal;
  • Promoção da transferência de conhecimento, como conhecimento tácito e tecnologia para organizações residentes.

Dessa maneira, o parque científico e tecnológico é um ambiente inovador e parte essencial para a evolução de qualquer setor. Seja por meio do processo de educação ou de P&D para desenvolvimento de novos produtos.

Como resultado, alguns autores pesquisaram e demonstraram estudos evidenciados no artigo Science and technology park: future challenges, algumas brechas que devem ser estudadas. Dessa maneira,  sendo possível ter uma visão mais sistêmica do que o parque científico e tecnológico representa como habitat de inovação.

Em consonância com o tema aqui discutido,  serão apresentadas lacunas para futuros estudos referentes a parques científicos e tecnológicos.

Lacunas em parques científicos e tecnológicos

National context: Foi observado, que permanece um indicativo  na literatura de haver mais estudos em economias não maduras ou emergentes. Sendo assim, há uma ausência de estudos em diferentes contextos que comparam empiricamente os parques científicos e tecnológicos em economias maduras e não-maduras, ou economias emergentes.

Geographic region: Faltam estudos que analisem e comparem empiricamente os parques científicos e tecnológicos em diferentes continentes, principalmente fora da Europa e da Ásia.

Focus: A carência dos parques científicos e tecnológicos pode influenciar positivamente as empresas instaladas devido às suas próprias operações ou devido à empresas que não podem absorver o conhecimento?

Specification of the study

Os estudos apresentam em sua maioria um levantamento do estado da arte sobre tópicos essenciais de parques científicos e tecnológicos. Inegavelmente identificando os principais métodos e técnicas utilizados. Em contrapartida, o contexto econômico segue na maioria dos estudos e as regiões geográficas mais estudadas. Fornecendo orientação para estudos futuros e observando lacunas, oportunidades e desafios.

Science and Technology Park and the regional development: foram analisados 56 artigos. Deles,  24 estudos que de alguma forma abordam esse tema, seja na contextualização ou nos resultados. 22 identificam algum efeito positivo. No entanto, 10 estudos concluíram que as empresas de base tecnológica implantada no parque contribuíram menos que o esperado. Dessa forma, esperam-se pesquisas que fundamentam o impacto a longo prazo do parque para o desenvolvimento regional.

Contribution of STPs to resident companies: Os resultados indicam que foi positivo nas empresas, com 42,86%, Apenas oito estudos encontraram impactos menores do que o esperado, e apenas um não encontrou impacto significativo. Porém se faz necessário maiores estudos sobre a contribuição dos parques para as empresas residentes.

Method: A lacuna identificada é o pequeno número de revisões de literatura.

Alguns Parques Científicos e Tecnológicos

Others: outra lacuna importante é, que esse maior vínculo com as universidades pode ser formal, informal ou estar relacionado à recursos humanos, como a contratação de recém-formados. Se fazem necessários estudos que comprovem o valor desse relacionamento para o’parque e para as instituições.

Neste contexto, o estudo do artigo Science and technology park: future challenges, contribui para a discussão do impacto dos parques sobre as empresas residentes nesses ambientes. O artigo ainda destaca a necessidade de se analisar parques, avançando um método tradicional e linear, considerando a heterogeneidade desses habitats de inovação. Além de indicar uma série de lacunas que podem ser aprofundadas mostrando a importância desse habitat para o desenvolvimento regional, para as empresas residentes e para a sociedade do entorno.

REFERÊNCIAS

ASSOCIATION OF UNIVERSITY RESEARCH PARKS (AURP). Disponível em: <http://www.aurp.net>. Acesso em: 03 abr 2018.

HENRIQUES, Iago Cotrim; SOBREIRO, Vinicius Amorim; KIMURA, Herbert. Science and technology park: future challenges. Technology in Society, v. 53, p. 144-160, 2018.

INTERNATIONAL ASSOCIATION OF SCIENCE PARKS (IASP). Disponível em:<https://www.iasp.ws >. Acesso em: 03 abr. 2018

UNESCO. Science Policy and Capacity-Building. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/science-technology/university-industry-partnerships/science-parks-around-the-world/>. Acesso em: 03 abr 2019.

WESSNER, C. W. Understanding research, science and technology parks: global best practice: report of a  symposium. National Research Council of the National Academies, Washington DC, The National Academies Press, 2009.

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Milena Teixeira

Bibliotecária e Mestranda em Engenharia do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde dedica-se a pesquisar centros de inovação e parques científicos, tecnológicos e de inovação. Entusiasta da cultura de empreendedorismo e inovação, nas horas livres participa e faz a cobertura de eventos na área para o Grupo VIA.

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