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Nível de maturidade tecnológica

A avaliação da possibilidade de criação e o potencial de desenvolvimento de uma tecnologia são fatores importantes de serem analisados durante todo o processo de inovação. Além disso, é pertinente verificar a demanda pela tecnologia, os investimentos e riscos financeiros e a perspectiva de permanência no mercado. Por isso, um fator importante de ser compreendido é o nível de maturidade tecnológica de uma inovação.

Caracterizando o nível de maturidade tecnológica

Velho et al. (2017) explicam que a tecnologia, desde o momento em que é criada ou conceitualizada, necessita passar por etapas de evolução até estar plenamente pronta para ser operada, utilizada e comercializada. Desse modo, antes de estar finalizada para cumprir o objetivo de suprir a demanda existente no mercado, a tecnologia transita por diferentes níveis de maturidade. Compreende-se que avaliar em qual nível de maturidade uma tecnologia está inserida facilita o andamento das próximas etapas necessárias para completar o processo de desenvolvimento e criação.

Diante disso, o nível de maturidade tecnológica trata-se de um sistema de métrica/medição sistemático que apoia avaliações da maturidade de uma tecnologia e a consistência de comparação da maturidade entre diferentes tipos de tecnologia (MANKINS, 1995). Conforme exposto por Ribeiro (2019), sua utilização auxilia em diversos aspectos, como: entender o estado de desenvolvimento da tecnologia; dar suporte à tomada de decisões relativas ao desenvolvimento e à transição da tecnologia; ajudar a gerenciar o progresso da atividade de P&D em uma organização; apoiar a gestão de riscos; apoiar as decisões de financiamento da tecnologia; e apoiar as decisões de transição da tecnologia.

Avaliando o nível de maturidade tecnológica

Uma das principais e mais conhecidas ferramentas utilizadas para avaliar o nível de maturidade tecnológica é denominada como TRL (Technology Readiness Level). Criada pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), durante a década de 70, a TRL foi adaptada conforme o passar do tempo e as suas aplicações em diferentes áreas. Atualmente, a escala varia de TRL 1, que corresponde a uma tecnologia sendo descoberta, até TRL 9, a qual indica uma tecnologia pronta para entrar no mercado.

Cores indicando a TRL de 01 a 09 seguida da descrição da TRL.

Fonte: Adaptado de Mankins (1995)

Os níveis de TRL também podem ser agrupados conforme uma perspectiva mais geral de maturidade tecnológica. Inicialmente, a TRL 1, a TRL 2 e a TRL 3 correspondem ao grupo de Pesquisa básica/Prova de conceito preliminar. Em seguida, a TRL 4 e a TRL 5 constituem a etapa de Desenvolvimento Tecnológico. Já a TRL 6 trata da Demonstração da Tecnologia. Após isso, a TRL 7 e a TRL 8 constituem o Comissionamento da Tecnologia. Por fim, a TRL 9 indica a fase de operação.

Além disso, devem ser considerados diversos aspectos para avaliar qual a TRL de uma determinada tecnologia, de forma prática. Portanto, para fazer esta avaliação de modo uniforme, foram criados programas automáticos, denominados como Calculadoras de TRL. Com estes softwares, o interessado na tecnologia responde diversas perguntas e o software classifica a tecnologia no nível TRL adequado.

Referências

RIBEIRO, N. M. Prospecção tecnológica. Salvador (BA): IFBA, 2019. [Recurso eletrônico on-line]. Disponível em: https://profnit.org.br/wp-content/uploads/2019/02/PROFNIT-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-2.pdf. Acesso em: 03 de Nov. de 2021.

MANKINS, J. C. Technology Readiness Levels. ARTEMIS INNOVATION, 1995. Disponível em: http://www.artemisinnovation.com/images/TRL_White_Paper_2004-Edited.pdf. Acesso em: 03 de Nov. de 2021.

VELHO, S. R. K. et al. Nível de Maturidade Tecnológica: uma sistemática para ordenar tecnologias. Parcerias Estratégicas. Brasília-DF, v. 22, n. 45, p. 119-140, jul./dez., 2017.

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Juliana Duarte Ferreira

Mestranda em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bacharela em Administração pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar). Integrante do Grupo de Pesquisa VIA Estação Conhecimento. Estuda sobre a temática de gestão da propriedade intelectual.

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