O papel do governo chinês nos parques científicos e tecnológicos
Olá, tudo bem? Em 2019, escrevi juntamente com Patrick Scheidt (VIA), Clarissa Teixeira (VIA) e o professor Irineu Frey (PROFNIT), um estudo sobre o papel do governo chinês nos parques científicos e tecnológicos. O país que mais cresce no mundo foi alvo de intenso estudo no ano que passou. Dessa forma, resolvemos compreender como o país asiático atua em relação aos seus parques de alta tecnologia. Esses, também conhecidos como zonas de alta tecnologia.
Uma síntese do estudo
A motivação para estudar a China é de que, a partir do seu rápido crescimento nas últimas décadas, o país começou a se destacar no desenvolvimento de inovações, principalmente, no setor de tecnologia e criação de startups. Dessa maneira, o modo de atuação governamental nesse crescimento orientado a ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) merece a atenção, principalmente, de países emergentes. Portanto, nosso estudo teve como objetivo analisar o papel do governo nos parques científicos e tecnológicos chineses. Buscou-se nesse aspecto, entender como ocorreu essa evolução histórica de apoio à C,T&I do país asiático. Assim como, a função do governo central de orquestrar essas políticas e de estabelecer diretrizes com os governos locais para operação dos parques tecnológicos.
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Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura na base de dados Scopus. A partir do protocolo de seleção, foram filtrados 12 artigos científicos que serviram de base para nossa análise.
Principais resultados
Os resultados demonstram que o governo Chinês exerce forte influência sobre o desenvolvimento dos parques no país. Principalmente, a partir da década de 80, o governo promoveu fortemente políticas para criação de parques tecnológicos, principalmente, por meio do programa Torch. Além disso, incentiva um processo de descentralização regional com objetivo de diminuir as disparidades regionais. Assim, em geral, o poder prático sobre os parques científicos e tecnológicos chineses é de responsabilidade dos governos locais. Cabe ao governo central estabelecer diretrizes e certificar aqueles que tiverem melhores resultados.
Por fim, ao que se diz respeito a PCTs, a função do governo é pensada para passar gradualmente de uma posição política e administrativa centralizada tradicional para a um prestador de serviços que construa, de maneira proativa, parcerias público-privadas.
Destaque para o Programa Torch
O programa Torch, teve com uma de suas principais estratégias a criação de parques científicos e tecnológicos nacionais. Assim, foi desenvolvido para apoiar o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia por meio do estabelecimento de PCTs, incubadoras, financiamento de projetos e formação de recursos humanos. O programa foi liderado pela universidade e, portanto, a promoção de parques científicos também foi uma das principais políticas sob este guarda-chuva.
Além do programa Torch, outros programas foram lançados nos anos 80, tais quais, o Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Alta Tecnologia (Programa 863); o Programa Nacional de Pesquisa Básica (Programa 973); e, Programa Nacional de Infraestrutura Científica e Tecnológica.
Como resultado, o número de PCTs no país asiático aumentou consideravelmente na última década, o que demonstra a forte crença na eficácia dessas políticas. O principal objetivo da política de parques é promover a capacidade tecnológica da China. Além disso, nesses ambientes, espera-se que as instituições de pesquisa e as empresas cooperem e interajam devido à sua próxima localização.
O artigo completo você encontra aqui.
Confira nossas outras publicações sobre o país:
- Habitats de Inovação na China
- An analysis of the role of the science & technology parks in china’s development of technological innovation (Em fase de publicação)
- Uma análise sobre os sistemas regionais de inovação da China (Em fase de publicação)
Reference
SCHEIDT, Patrick Walter Rüdiger et al. UMA ANÁLISE SOBRE O PAPEL DO GOVERNO CHINÊS NOS PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS (ZONAS DE ALTA TECNOLOGIA) NA CHINA. Revista EletrÔnica do Alto Vale do ItajaÍ, [s.l.], v. 8, n. 13, p.073-083, dez. 2019.
Guilherme Paraol
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