Everton

O Capital Social como vantagem organizacional

Compreender o capital social e suas implicações como vantagem organizacional é um passo importante para atuar melhor na gestão do conhecimento. Entre as definições existentes, o capital social é associado a relações e relacionamentos estabelecidos pelos indivíduos dentro e fora das organizações e também como relações que as organizações têm entre si e com os indivíduos externos a ela. O capital social foi tema de aula da disciplina de Engenharia e Gestão do Conhecimento da graduação em Engenharia de Materiais da UFSC. A apresentação foi feita por Everton Ricardo do Nascimento, doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC/UFSC).

A partir da apresentação, os graduandos puderam ter contato com conceitos, dimensões, dinâmica e identificação de relações. Para começar, Everton apresentou o capital social sob a visão de Putnam (1995), como um incremento para a construção de uma sociedade, ao reunir “características de redes vida sociais, normas (incluindo reciprocidade) e confiança – que habilitam os participantes a agirem juntos mais efetivamente” (1995, p. 664).

Pela contribuição de Nahapiet e Goshal “é a soma dos recursos atuais e potenciais incorporados dentro, disponíveis através e derivados de redes de relacionamento possuídas por uma unidade individual e social” (NAHAPIET; GOSHAL, 1998, p. 243).

Os estudos destes dois autores levam à compreensão de três dimensões do capital social para chegar ao capital intelectual: cognitiva, estrutural e relacional.

  • Dimensão cognitiva:
    • tem a ver com o modo como os indivíduos entendem ou percebem os comportamentos e posturas de outros indivíduos dentro de suas redes de relacionamentos.
    • permite que “os atores determinem modelos comuns de comportamento, desenvolvam expectativas sobre quais precedentes futuros de comportamento irão oferecer e para compreender quando novos conhecimentos e informações são trazidos para dentro da rede” (BUTLER; PURCHASE, 2008, p. 533).

 

  • Dimensão estrutural:
    • Tem a ver com quem eu alcanço e como eu alcanço e apresenta as redes de relacionamentos como um “valioso recurso na condução de questões sociais, sendo a dimensão estrutural considerada como o padrão de conexões entre os atores de uma organização” (NAHAPIET; GHOSHAL, 1998, p. 244).

 

  • Dimensão relacional:
    • Prevê aspectos mais informais e particulares das relações, como amizade, confiança e respeito, trazidos e gerados pelas pessoas nas organizações. CARMONA-LAVADO et al, 2010)

Para ser auferido como vantagem organizacional, o capital social deve ser observado em um ciclo de conhecimento, como o baseado por Narayan e Cassidy (2001):

Fonte: Adaptado de Narayan; Cassidy (2001).

 

Quando se fala em capital intelectual, considera-se que o mesmo “trata de relacionamentos, não é uma coisa, não é um objetivo (…) é uma rede de conexões. Se dá pelo esforço coletivo. É resultado de encontros e troca de ideias” (EDVINSSON, 1997, p.372).

Sob o aspecto de resultado, o capital intelectual também é visto como a “soma de todo conhecimento que a empresa utiliza para alcançar vantagem competitiva” (SUBRAMANIAM; YOUNDT, 2005, p.451).

Identificada a dinâmica de relações que constituem o capital social, fica mais claro o entendimento do quanto ele pode contribuir com a soma de conhecimento, criação de valor ou geração de riqueza, a partir da mobilização das redes em que os indivíduos estão inseridos.

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Sicilia Vechi

Mestranda em Mídia e Conhecimento pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC/UFSC).