II TCDS: Relembre o segundo dia do evento
Nos dias 18 e 19 de agosto, foi realizada a segunda edição do Encontro Internacional de Territórios Criativos para o Desenvolvimento Sustentável, o II TCDS. Este grandioso evento reuniu palestrantes e painelistas internacionais para tratar de assuntos referentes à economia criativa e aos territórios criativos. Este post contém um breve resumo sobre o segundo dia do evento, cujo vídeo de gravação pode ser acessado clicando aqui. Siga na leitura e saiba mais!
Turno da manhã
As atividades do dia iniciaram com o painel “Florianópolis e sua posição como Cidade Criativa UNESCO em gastronomia”, mediado por Fábio Kossmann, mestre em Indústria Criativa, e que contou com a presença de atores das diferentes hélices da inovação impactados pelo título. Anita Pires, educadora social, jornalista e empresária, tratou dos antecedentes do projeto, da criação do FloripAmanhã e da agenda estratégica para a cidade, com foco no turismo aliado à gastronomia. Fabiana Mortimer Amaral, doutora em Química Analítica, demonstrou um olhar das Instituições de Ensino sob o título, afirmando que o mesmo trouxe um espaço de discussão de ações e estudos para o desenvolvimento da indústria criativa local.
Ainda no painel, Juliano Richter Pires, secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Florianópolis, relatou a inserção do poder público municipal no projeto, mostrando os antecedentes da cidade e a realidade atual, cuja comparação pode ser feita até mesmo com cidades internacionais. Por fim, Daniel Chissini de Castro, técnico em Gastronomia, expos seu relato como representante de Florianópolis em Phuket – Tailândia e em Macau – China nos congressos das Cidades Criativas da Gastronomia da UNESCO, e a importância do título para os chefs que atuam no setor de gastronomia.
Na sequência, Renata Galbinski Horowitz, mestre em Economia e Política da Cultura e Indústrias Criativas, palestrou sobre “A Economia Criativa e a Preservação do Patrimônio Cultural no Distrito Criativo de Porto Alegre”. Para isso, discorreu sobre sua dissertação de mestrado, que teve como temática e resultado a proposição de um relevante projeto de distrito criativo para a capital do estado do Rio Grande do Sul.
Após, o evento foi contemplado com a palestra sobre “Tolerância, diversidade e capital humano no placemaking criativo”, realizada pela Kim-Marie Spence, professora de Indústrias Criativas e Política Cultural na Queen’s University Belfast, e mediada pela Carina Rapetti, diretora geral da Associação Triple Hélice, diretora de projetos, investigadora e professora. A palestrante abordou sobre assuntos como consumo, diversidade, economia e comunidade sob o prisma da cultura e da criatividade, além de expor peculiaridades dos cases “Downtown Kingston Cultural” e “Kingston Creative”.
A palestra “Territórios culturais, criativos e do conhecimento” foi conduzida por Iván Mauricio Perdomo Villamil, sociólogo e especialista em gestão cultural, políticas públicas e planejamento e mestre em ambiente e sociedade, e mediada por Jorge Piqué, um dos organizadores do evento e gestor da UrbsNova. O palestrante pautou sua fala em exposições de ações de cunho criativo implantadas na Colombia, a partir do projeto “Colômbia potência de la vida”.
Turno da tarde
Janaína Gladino de Barros, doutora em Ciência da Propriedade Intelectual e Inovação, mediou as apresentações de pesquisas científicas selecionadas para serem publicadas nos anais do II TCDS. Neste segundo dia, sete trabalhos foram apresentados:
- “Inovação social e economia criativa no Vidigal” de autoria de Dalia Maimon Schiray, Pierre Ohayon, Cristine Clemente de Carvalho, Milla Cristine Almeida da Silva e Kleiton Moura Silva.
- “Cidades criativas e o soft power: desenvolvimento regional com base na consolidação do Distrito Centro-Gare” de autoria de Bárbara Silveira Inácio Rocha, Júlia de Lara Bonotto e Sibele Vasconcelos de Oliveira.
- “Propriedade intelectual em território criativo: marca coletiva para o Centro Histórico, Salvador, Bahia” de autoria de Angela Machado Rocha e Márcia Magalhães Guimarães.
- “Tenondé Park Hotel, a requalificação que trouxe um novo olhar para a Região Missioneira” de autoria de Marcela Guimarães e Silva e Alice Disconsi Carvalho.
- “Políticas de turismo e economia criativa para o desenvolvimento sustentável: análise da participação do poder público” de autoria de Ana da Cruz Alcântara Campos Vieira, Rafaela Julia da Silva e Marcos Eduardo Carvalho Gonçalves Knupp.
- “Turismo Criativo em Minas Gerais: um campo de estudos em formação” de autoria de Glenda Nunes Gomes, Patrícia Morais Lima, Gian Luca Souza Calabro, Tainá Ribeiro Antunes e Ana Célia Melo Lopes.
- “Cidades e trabalhos criativos: reflexões sobre a experiência do Distrito Criativo Centro-Gare” de autoria de Marina Breda, Edgar da Silva Saturnino e Sibele Vasconcelos de Oliveira.
Ao final das apresentações de trabalhos, o evento seguiu com a palestra “A Experiência do Distrito Criativo Bombarda em Porto”. Esta foi ministrada por Tânia Almeida Santos, mestre em Economia e Gestão da Inovação e empreendedora e diretora do primeiro hub criativo do Porto, em Portugal, e por Marina Barros Costa, criativa com formação técnica profissional em Design, Fotografia e Restauro e que dinamiza o Quarteirão Bombarda há 24 anos. Apresentaram um histórico de criação deste hub criativo e suas principais características, atividades realizadas, serviços oferecidos e o legado deixado para a cidade de Porto, bem como expuseram o olhar para o futuro deste território.
O painel “Hubs Criativos e Territórios” contou com a participação de diversos representantes de hubs e territórios internacionais, para compartilhar experiências. Susy Silva lidera projetos nas áreas da Economia Criativa e das Cidades Produtivas, dentre os quais está a incubadora Mouraria Creative Hub, em Lisboa – Portugal. Keiko Galvão Okamura é superintendente de Desenvolvimento da Economia Criativa na Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer do Mato Grosso e apresentou sobre o projeto de um hub público, o Grande Hotel da Criatividade, no Mato Grosso – Brasil. Antônia Wallig é presidente da Associação Cultural Vila Flores e uma das fundadoras e atual gestora do Vila Flores, ecossistema criativo localizado em um patrimônio cultural arquitetônico em Porto Alegre – Brasil.
Também neste painel, Ludmilla Rossi é CEO do Juicyhub e co-fundadora do Grupo Mkt Virtual e expos sobre o hub de inovação e economia criativa Juicyhub, localizado em São Paulo – Brasil, um ambiente de conectividade focado nos ODS 11, 8 e 5. Tânia Almeida Santos é fundadora do CRU Creative Hub, no quarteirão artístico do Porto – Portugal, o qual foi pauta de sua fala, e faz parte do European Creative Hubs Network e do Bombarda Quarteirão Criativo. José Luís Costa pertence à cooperativa cultural LARGO Residências, um projeto sócio-cultural que desenvolve atividades culturais e promove o desenvolvimento social em Lisboa – Portugal. Neste painel houve interação entre os participantes e o público ouvinte, com trocas de experiências, que visaram enriquecer a criatividade nos territórios.
Após isso, o evento seguiu com o painel “Experiências dos Distritos Criativos do Brasil”, o qual foi mediado pela profª Drªa. Clarissa Stefani Teixeira, uma das organizadoras do evento e líder do Grupo VIA Estação Conhecimento, e teve a participação de representantes de distritos criativos brasileiros, os quais apresentaram sobre o histórico de criação dos distritos e os desafios de governança. Jorge Piqué, fundador da UrbsNova, expos sobre o case do Distrito Criativo de Porto Alegre, o primeiro distrito criativo do Brasil, criado em 2012 na cidade de Porto Alegre, e premiado pelo Prêmio Brasil Criativo 2023, como melhor território criativo do Brasil. Rodrigo Decimo, vice-prefeito de Santa Maria – RS e coordenador executivo do Distrito Criativo Centro-Gare, tratou sobre o case deste distrito, lançado em 2022, a partir de movimentações propostas por diferentes atores da cidade de Santa Maria em anos anteriores. Marcelo Bohrer, atual head de Novos Negócios e Produtos da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, expos sobre a experiência do Distrito Estreitar, da cidade de Florianópolis – SC, um território que visa potencializar a criatividade e a inovação local. Helio Leite atua como gerente de Articulação Institucional na CDL Florianópolis e representa diversos conselhos, grupos e fóruns, dentre os quais está o Distrito 48 (Distrito Criativo do Leste do Centro Histórico), cuja localização está junto ao Centro Histórico de Florianópolis – SC, uma região vocacionada para a economia criativa.
As atividades do evento terminaram com a palestra sobre “Transformações da Economia Criativa diante das Tecnologias 4.0”, a partir da fala de Javier Hernandez Acosta, professor associado, reitor da Escola de Artes, Design e Indústrias Criativas da Universidad del Sagrado Corazón e ex-diretor do Departamento de Administração de Empresas. Suas exposições basearam-se no contexto das indústrias criativas, a partir de temas que impactam sua existência, como as tecnologias, bem como impactos gerados na sociedade a partir das indústrias pautadas na criatividade e nas inovações.
Ainda, ao final do evento, houve o lançamento da 15ª edição da Revista VIA, sobre a temática de distritos criativos, com abrangência dos territórios criativos e da economia criativa. Acesse aqui!
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Post realizado em co-autoria com Danisson Luiz dos Santos Reis – Doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pela Universidade Federal de Alagoas. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Sergipe. Atuo há cerca de 10 anos com Inovação, Empreendedorismo, Criatividade e Sustentabilidade. Integrante do Grupo de Pesquisa VIA Estação do Conhecimento.
Juliana Duarte Ferreira
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