Incubadoras

O Fluxo de Conhecimento em Incubadoras

Fluxo de conhecimento em incubadoras de negócios é tema de discussão no grupo VIA

Incubadoras são fontes ativas de fluxo de conhecimento para seus incubados. Na sexta feira do dia 17 de agosto, o grupo de pesquisa Via Estação Conhecimento, discutiu um estudo de caso.

O artigo Knowledge flow in Technological Business Incubators: Evidence from Australia and Israel.  A partir das discussões, foi levantado diversos conceitos que fundamentam o fluxo do conhecimento em incubadoras.

A associação nacional de incubação de empresas (NBIA) define as incubadoras tecnológicas de negócios como uma ferramenta catalisadora para o desenvolvimento econômico. Ela fornece aos empreendedores uma gama de recursos e serviços empresariais (NBIA 2007).

Grimaldi e Grandi (2005) classificaram as incubadoras em quatro categorias: centros de inovação empresarial; incubadoras de empresas universitárias; incubadoras privadas independentes; e incubadoras privadas corporativas.

Dessa modo, as necessidades do mercado começaram a surgir. Consequentemente novas demandas apareceram, fazendo com que as incubadoras comecem a se especializar em áreas específicas de acordo com a necessidade do local ou das instituições nos quais estão instaladas (AZEVEDO; TEIXEIRA, 2016). Para saber mais sobre as características das incubadoras leia: Análise característica das incubadoras de base tecnológica!

O objetivo das incubadoras de negócios

Com o proprosito, de gerar novos negócios as incubadoras verificam e contribuem com os agentes que fornecem aos incubados não apenas conhecimento tecnológico, mas também, outros tipos de conhecimento. Nesse sentido, a cooperação com entidades externas pode dar às empresas acesso a informações, conhecimentos e recursos valiosos que teriam sido difíceis ou mais caros de construir internamente (CHESBROUGH, 2006).

Portanto, a importância das redes, cooperação e compartilhamento de conhecimento com entidades externas, é cada vez mais reconhecida tanto na literatura de empreendedorismo (BØLLINGTOFT, 2012, JOHANNISSON, 2017) quando de inovação de inovação (WEST, BOGERS, 2014).

Inegavelmente a capacidade das incubadoras de proporcionar oportunidades de trabalho em rede é destacada como um dos serviços mais importantes prestados pelas incubadoras modernas (BØLLINGTOFT, 2012; PETERS et al., 2004).

As incubadoras, argumenta Etzkowitz (2002), não são entidades isoladas. Sobretudo, são entidades em rede apoiadas por ambiente regulatório e por programas de financiamento do governo. Lofsten e Lindelof (2001) sugerem que as empresas empreendedoras localizadas em incubadoras são mais propensas a ter relacionamento com universidades do que outras empresas.

Autores como Vanderstraeten e Matthyssens (2012) colocam que, utilizando alinhamentos externos e internos, uma incubadora pode alcançar uma diferenciação de serviços que pode aumentar o valor dos incubados. Afim de enfatizar o valor, Campbell e Allen (1987) sugerem que a rede interna entre os incubados dentro de uma incubadora é igualmente importante a redes externas potencializando a sinergia entre as empresas.

Resultados apresentados do artigo Knowledge flow in Technological Business Incubators

As incubadoras têm várias fontes de conhecimento e as utilizam em diferentes estágios em seu ciclo de vida de incubação. Dessa maneira, categorizamos os portadores de conhecimento em duas fontes, fontes de conhecimento universitário e fontes de conhecimento de know-how (RUBIN;  AAS e STEAD, 2015).

A fonte de conhecimento do know-how é  a maneira pela qual o conhecimento informal é compartilhado entre as partes interessadas da incubadora. Já as universidades desempenham um papel importante nos processos fornecendo instalações, consultoria especializada e até mesmo estagiários para as incubadoras.

Os resultados encontrados pelos autores foram divididos em três etapas:

  • O conhecimento tecnológico é crítico para uma incubadora individual e para o incubado. Nos casos Israel e Austrália, por exemplo, o conhecimento tecnológico foi necessário para buscar ideias e para conduzir os processos de desenvolvimento de novos produtos  e desenvolvimento de novos serviços (RUBIN; AAS; STEAD, 2015).
  • O conhecimento de mercado é importante para as incubadas. Compreender as necessidades do mercado nos estágios iniciais de uma empresa parece ser crítico para a sobrevivência e pode ser alcançado por meio de colaborações realizadas entre incubadoras ou pela consulta de marketing fornecida pela equipe de gerenciamento da incubadora (RUBIN; AAS; STEAD, 2015).
  • O conhecimento financeiro é a busca pela fonte de financiamento começa em um estágio muito inicial do ciclo de vida das incubadoras, preparando a empresa para alcançar o próximo “marco de financiamento”. Desse modo, para poder atrair mais financiamento na prática, a gestão de incubadoras  examina as empresas que se candidatam a ingressar na incubadora, e esse processo de seleção sinaliza o sucesso de um prospecto para os investidores (RUBIN; AAS; STEAD, 2015).

Ainda não conhece o conceito de incubadoras ? Visite nosso post de alinhamento conceitual da série de habitats de inovação.

Tem interesse em saber mais sobre as incubadoras em Santa Catarina? Acesse aqui.

Já conhece a quinta maior Incubadora do mundo? Assista:

Veja em nossa galeria as 5 vencedoras do World’s Top University-linked Business Incubators & Accelerators 17/18.

 

Referências

AZEVEDO, Ingrid Santos Cirio de; TEIXEIRA, Clarissa Stefani. Incubadoras: alinhamento conceitual. Florianópolis: Perse, 2016. 29p.

BØLLINGTOFT, Anne. The bottom-up business incubator: Leverage to networking and cooperation practices in a self-generated, entrepreneurial-enabled environment. Technovation, v. 32, n. 5, p. 304-315, 2012.

CAMPBELL, Candace; ALLEN, David N. The small business incubator industry: micro-level economic development. Economic Development Quarterly, v. 1, n. 2, p. 178-191, 1987.

CHESBROUGH, Henry W. The era of open innovation. Managing Innovation and Change, v. 127, n. 3, p. 34-41, 2006.

ETZKOWITZ, Henry. Incubation of incubators: innovation as a triple helix of university-industry-government networks. Science and Public Policy, v. 29, n. 2, p. 115-128, 2002.

GRIMALDI, Rosa; GRANDI, Alessandro. Business incubators and new venture creation: an assessment of incubating models. Technovation, v. 25, n. 2, p. 111-121, 2005.

LÖFSTEN, Hans; LINDELÖF, Peter. Science parks in Sweden–industrial renewal and development?. R&d Management, v. 31, n. 3, p. 309-322, 2001.

NBIA, 2007. NBIA׳s 2006 State of the Business Incubation Industry Report.

JOHANNISSON, Bengt. Networking and entrepreneurial growth. The Blackwell handbook of entrepreneurship, p. 368-386, 2017.

WEST, Joel; BOGERS, Marcel. Leveraging external sources of innovation: a review of research on open innovation. Journal of Product Innovation Management, v. 31, n. 4, p. 814-831, 2014.

PETERS, Lois; et al. The role of incubators in the entrepreneurial process. The Journal of Technology Transfer, v. 29, n. 1, p. 83-91, 2004.

RUBIN, Tzameret H.; AAS, Tor Helge; STEAD, Andrew. Knowledge flow in technological business incubators: evidence from Australia and Israel. Technovation, v. 41, p. 11-24, 2015.

VANDERSTRAETEN, Johanna; MATTHYSSENS, Paul. Service-based differentiation strategies for business incubators: Exploring external and internal alignment. Technovation, v. 32, n. 12, p. 656-670, 2012.

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Milena Teixeira

Bibliotecária e Mestranda em Engenharia do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde dedica-se a pesquisar centros de inovação e parques científicos, tecnológicos e de inovação. Entusiasta da cultura de empreendedorismo e inovação, nas horas livres participa e faz a cobertura de eventos na área para o Grupo VIA.

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