Os planos de desenvolvimento territorial – Bogotá em foco
A série Via na Colômbia apresenta como o país dos indicadores transforma a realidade de seus cidadãos por meio da Rede Cómo Vamos
Os planos, realizados no início de cada governo, definem as rotas da administração distrital que determinam os ramos da cidade para as ações de governo. As propostas devem ser passíveis de quantificação e são subsidiadas pelos dados objetivos e subjetivos do Cómo Vamos.
Além disso, são publicados anualmente os informes de monitoramento e avaliação do desempenho do Conselho de Bogotá. O conselho de Bogotá tem a responsabilidade de vigiar e debater a gestão da administração do distrito. Para envolvimento da população, há, por exemplo, iniciativas de gamificação das ações alinhadas aos planos de desenvolvimento da cidade. É uma excelente forma de envolver o cidadão para informar o que vem sendo realizado e o que ainda precisa ser feito pelo governo.
No caso de Bogotá, María Lucía Rueda – coordenadora de localidades da Bogotá Cómo Vamos – contextualiza sobre a importância dos planos de desenvolvimento e políticas públicas a partir dos indicadores existentes. Adequar as agendas para trabalhar as principais problemáticas dos bairros ou da própria cidade pelos diferentes atores, faz a diferença nas ações e otimiza recursos, pois os temas que são problemáticos, muitas vezes não estavam na agenda prioritária dos governos. Então, o Cómo Vamos estimula tanto o estudo quanto o debate aos temas mais frágeis. Além disso, o poder do movimento está em conseguir chamar as pessoas, especialmente os representantes governamentais, que acabam fazendo uso dos indicadores e que, com conhecimento de causa, podem definir planos de desenvolvimento econômico e ter uma visão compartilhada, que na maioria das vezes acaba afetando outras demandas. Entretanto, a Rede também estimula que todas as pessoas da cidade levem suas propostas para as melhorias da cidade nos encontros cidadãos que promovem.
Villegas indica que o envolvimento do cidadão é priorizado, pois observa-se que a percepção do mesmo faz com que haja mudança no comportamento humano, tanto para melhor quanto para pior, nos diferentes aspectos da qualidade de vida. Assim, a percepção do cidadão para com sua cidade é chave nesse processo. Neste contexto, diferentes são as ações realizadas para a disseminação do conhecimento, como mesas técnicas de trabalho e eventos grandes, que apresentam os informes. Na verdade, todo conteúdo gerado disponibilizado não define soluções, mas apresenta dados suficientes para a tomada de decisão na realização de ações públicas.
Outro ponto de importante contextualização é a formação dos agentes públicos. A capacitação sobre a transparência de dados é ponto necessário para elevar a qualidade do que a rede recebe. Entretanto, nem com 19 anos de rede é possível obter dados do governo com a “organização” que se espera. Assim, a rede transforma o que é recebido para dados abertos e estes consequentemente são acessíveis a comunidade por meio da página da rede. Além disso, como forma de verificação e confiabilidade dos dados, são solicitados ao governo sempre informações (dados) dos últimos três anos. Assim, segundo Villegas há certeza de que os mesmos são fidedignos independente de quem informa.
Análises ampliadas da Colômbia
Os dados da Rede Cómo Vamos permitem análises intensivas em diversos aspectos das cidades. Além dos informes de qualidade de vida e da pesquisa de percepção cidadã, a rede lança o índice de progresso social das cidades da Colômbia e o índice de cidades universitárias.
Entretanto, as análises não param por aí. Só em Bogotá, outros documentos que podem ser identificados são: informes especiais que apresentam por exemplo, violência contra mulheres, uso de bicicleta, cifras de segurança e de moradores de rua. Informações sobre o entorno de escolares para a convivência e informe especial sobre o centro da cidade também são análises realizadas. Bogotá Cómo Vamos apresenta o panorama das regiões da cidade, assim como encontrado nos informes do centro da cidade. Como ação, a partir dos dados apresentados, são realizados projetos, como por exemplo “Todos pelo Centro” pois, segundo María Lucía Rueda alguns temas como educação, segurança e mobilidade foram pontos críticos na região do Centro de Bogotá. Na verdade, a iniciativa se concentra em reunir as pessoas para indicar oportunidades de melhorias com foco na qualidade de vida.
Essas ações são encontradas em todas as regiões de Bogotá, pois assim, os moradores conseguem se identificar mais com as ocorrências e realidades do bairro e apresentam visão mais profunda da cidade, afirma Rueda.
Enfim, observa-se que o Movimento Cómo Vamos vai além dos dados. Ele engaja pessoas na realidade das cidades, em busca de melhorias e oportuniza a participação cidadã balizando a tomada de decisão dos gestores públicos.
Vamos lá? Se queremos transformar a cidade todos somos peças chave!
Quer saber mais? Acompanhe a Rede de Monitoramento Cidadão de Florianópolis! Em breve teremos novidades!
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