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VIA participa de pesquisa sobre mobilidade e navegação digital de Florianópolis

Navegação digital e mobilidade

Sendo originalmente a pesquisa do Mestrado Acadêmico em Design do Programa de Pós-Graduação em Design (PPG Design) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) da pesquisadora Aline de Camargo Barros, a pesquisa leva em conta a digitalização das sinalizações de orientação nas cidades e o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais aprimoradas para o levantamento e análise de dados urbanos, a fim de compreender a relevância de informações sobre o espaço construído nos aplicativos de navegação digital em rotas para pedestres.

Nesse contexto, tem-se que a maioria dos aplicativos de navegação existentes, como o Google Maps, calcula as suas rotas com base nas informações de distância e tempo. Contudo, na micro escala do pedestre, tais informações muitas vezes não são o suficiente para oferecer uma caminhada mais segura e confortável na cidade. Dessa forma, outras camadas de informações tendem a ser consideradas, como a qualidade do ambiente urbano.

As informações de qualidade do ambiente para pedestres são associadas ao conceito de caminhabilidade, e podem contribuir com a satisfação da usabilidade dos aplicativos de navegação digital, de forma a considerar os interesses e necessidades dos pedestres, promovendo uma experiência mais compatível com as escolhas individuais do caminhar e, portanto, incentivando a mobilidade ativa nos centros urbanos.

Centro de Florianópolis como arena de experimentação

O experimento da pesquisa envolve uma caminhada no centro de Florianópolis, entre o Mercado Público de Florianópolis e a Praça Getúlio Vargas/Praça dos Bombeiros. O participante deve seguir as rotas de um aplicativo de navegação digital e registrar verbalmente e visualmente os elementos do espaço urbano que interferem positivamente ou negativamente em sua segurança e conforto durante o caminhar. O percurso dura, em média, 24 minutos ida e volta, e ao final de cada rota, é realizada uma breve entrevista. O aplicativo Participact Brasil está sendo utilizado como instrumento de pesquisa para registrar as fotos durante o deslocamento do pedestre.

O experimento fornecerá diferentes resultados relevantes para a pesquisa. O fato da pesquisadora acompanhar o experimento permite que a observação direta levante dados sobre a usabilidade dos aplicativos de navegação digital, tanto em relação à eficiência dessa ferramenta na orientação espacial e direcionamento na caminhada, quanto em relação à efetividade e satisfação das rotas dos apps para pedestres.

Espera-se que os dados verbais e visuais registrados pelos participantes durante a caminhada indiquem as informações do espaço urbano construído que mais impactam positivamente ou negativamente em seu conforto e segurança no trajeto. As informações registradas apontam a importância da caminhabilidade das rotas nos aplicativos de navegação digital para pedestres residentes e turistas de Florianópolis, também sugerindo diretrizes no desenvolvimento de mapas em sistemas informativos digitais e híbridos para o deslocamento a pé na cidade.

Onde chegar

A análise descritiva e comparativa dos dados levantados deverá sugerir diretrizes para o desenvolvimento de mapas em sistemas informativos digitais ou híbridos com camadas de informações de qualidade do ambiente construído para pedestres visitantes e residentes da cidade, que promovam, além da orientação espacial, a caminhabilidade no espaço urbano.

Com o desenvolvimento, disseminação e estabelecimento das TICs no cotidiano das cidades, faz-se necessário um olhar mais atento às ferramentas digitais, como os aplicativos de navegação digital, que vem se tornando interfaces comumente utilizadas no dia-a-dia dos cidadãos para o deslocamento dentro da complexa malha urbana das metrópoles contemporâneas. Esta pesquisa visa aprimorar a usabilidade dos apps de navegação digital para pedestres com uma abordagem centrada no usuário, a fim de oferecer experiências de percurso prazerosas, incentivando o caminhar nas cidades e a mobilidade urbana ativa. Ao investigar sobre a relevância de informações da qualidade do ambiente construído nos apps de navegação, é possível oferecer rotas mais seguras e confortáveis aos pedestres, de acordo com as suas preferências e necessidades em um determinado contexto.

A pesquisa torna-se ainda mais relevante ao se inserir dentro do contexto brasileiro, tendo como estudo de caso a cidade de Florianópolis. A capital apresenta uma forte economia turística, que demanda por sistemas informativos de orientação de qualidade, como também é um pólo de inovação e conhecimento, que aponta a possibilidade de implementação de iniciativas inovadoras e capacidade de desenvolvimento de projetos com tecnologias sofisticadas para enfrentar os desafios urbanos e sociais existentes.

Mais informações

O experimento foi realizado com dez participantes voluntários, sendo metade deles residentes da cidade e a outra metade turistas ou moradores que se mudaram recentemente para Florianópolis (a menos de um ano). Os percursos e entrevistas iniciaram no dia 12 de Fevereiro e se encerraram no dia 3 de Março. Uma outra etapa de levantamento de dados do estudo é o questionário online, que pode ser respondido por residentes e turistas da capital até o dia 10 de Março.

Ficou interessado? A previsão de conclusão da pesquisa é para o primeiro semestre de 2022, com a publicação dos resultados ainda no ano vigente.

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Carlos Marcelo Faustino da Silva

Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento, um dos primeiros pesquisadores nacionais a abordar ambidestria organizacional sob a perspectiva da inovação aberta. Contador pela UFMT, mentorava startups desde a graduação, por isso começou a atuar próximo a ambientes de inovação, já tendo fundado e administrado núcleos de incubação de empresas. Atualmente, segue mentorando startups e empresas de outras configurações, e estudando estratégias para melhorias de metodologias em ambientes de inovação.