Aceleração De Startups

Aspectos críticos para a aceleração de startups

O que deve conter no processo de aceleração para otimizar os ganhos das startups?

Os processos de aceleração de startups são programas de duração limitada, onde há investimento de capital, espaço de trabalho, networking e mentorias. Tudo isto a fim de escalonar e até internacionalizar as startups. Um estudo realizado por Cohen, Fehder, Hochberg e Murrayd (2019), mapeou o panorama das aceleradoras norte-americanos analisando as variações em seus recursos críticos de projeto. Em sua pesquisa os autores identificaram uma literatura fragmentada sobre o tema, com resultados discrepantes. Assim, algumas pesquisas mostram o processo de aceleração como algo positivo para as startups, porém algumas demonstram que pode ser negativo e muito desafiador.

Diante desta literatura dividida, os autores conduziram uma pesquisa visando identificar quais são os aspectos críticos do processo que influenciam no sucesso das startups graduadas. Para isto, utilizaram os dados do SARP (Seed Accelerator Rankings Project). Este é um ranking de classificação anual de programas de aceleração dos EUA. Além disto, os autores conduziram mais de 100 entrevistas semi estruturadas com diretores, mentores, startups e investidores.

Resultados da pesquisa

Em primeiro lugar como resultado os autores conseguiram construir um panorama das aceleradoras dos EUA. Desta forma identificaram o surgimento das aceleradoras no ano de 2005, porém tomando força somente no ano de 2011, logo após a crise americana de 2008.

Em segundo lugar, um aspecto interessante levantado pelos autores é que as aceleradoras estão espalhadas quase que de maneira igualitária pelos EUA. Isto se deve ao fato que grande parte dos fundadores de aceleradoras retornarem à locais próximos de onde passaram sua infância. Dessa forma, levando investimento e incentivando o empreendedorismo por todo o país.

Em terceiro lugar como resultados da pesquisa está o background dos fundadores de aceleradoras. Os pesquisadores apontam que, em média, as aceleradoras possuem 2 fundadores. Sendo estes 54% empreendedores, 32% investidores, 10% do setor público e 7% da academia, assim sendo o ator com menor representação.

E em quarto lugar, os patrocinadores são 62% direto de corporações, 57% de investidores, 34% do governo, 20% de ONGs e 16% de universidades.

Aspectos críticos

Assim, quanto aos aspectos críticos para a aceleração de startups os autores elencam 12 aspectos que devem ser incluídos planejados em qualquer processo de aceleração. Em síntese, são eles:

  • Número de startups selecionadas, influencia nos recursos disponíveis.
  • Composição da seleção. Uma composição homogenia pode gerar competitividade, porém possibilita mais informações especializadas.
  • Duração do programa. Normalmente varia entre 4 meses e um ano.
  • Localização da aceleradora.
  • Participação de conselheiros.
  • Possuir espaço de coworking para os acelerados.
  • Promover demodays.
  • Possuir um programa educacional para os acelerados.
  • Dispor de uma variedade de patrocinadores.
  • Equidade entre zero e 15%.
  • Financiamento entre zero e 600 mil dólares.
  • Mentoria. Influencia o que a startup é capaz de aprender.

Em síntese, quanto aos aspecto mencionados, os autores fazem dois apontamentos. As acelerados com fundadores que possuem experiência prévia corporativa, governamental, em investimentos ou são empreendedores, têm maior probabilidade de levantar capital e avaliações significativamente mais altas para as startups graduadas. E também, uma duração maior do programa está associada a um melhor desempenho para graduados.

A pesquisa completa pode ser acessada por este link. Para saber mais sobre aceleradoras você pode ler o post conceitual e o nosso e-book!

Referências

Cohen. S.; Fehder, D. C. ; Hochberg, Y. V.; Murray, F. The design of startup accelerators. Research Policy, v. 48, p. 1781-1797, 2019.

The following two tabs change content below.

Rayse Kiane

Mestre e doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Sistemas de Informação pela mesma instituição . Realiza pesquisas interdisciplinares sobre: inovação na educação, mídia e conhecimento, compartilhamento de conhecimento por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), open science e usabilidade de software.