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VIA participa de missão em Medellín – Colômbia

Olá, leitores.

Entre 16 e 21 de outubro o grupo VIA Estação Conhecimento participou de uma missão promovida pelo Cidade Inovadora em Medellín – Colômbia. Foram dias imersivos e de muito conhecimento em uma cidade que se transformou socialmente por meio da inovação. Confira um resumo do que encontramos por lá e que pode servir de inspiração para transformar o seu território.

Medellín do medo a confiança

Medellín é a capital da província montanhosa de Antioquia, na Colômbia, conhecida como a “cidade da eterna primavera”. No século XX a cidade sofreu um rápido crescimento populacional e, atualmente, possui uma população de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. Medellín ficou famosa mundialmente pela presença do narcotráfico e do personagem conhecido como Pablo Escobar. Considerada a cidade mais violenta do mundo na década de 90, a cidade precisou se transformar para não ruir como sociedade. Esse caos só foi superado pela união dos diversos atores em prol do desenvolvimento baseado no conhecimento. Após 20 anos, a cidade logra os resultados de uma política de estado que utilizou como premissa a inovação para transformar a realidade da sociedade.

Santiago Uribe, diretor do escritório de resiliência de Medellín e, responsável por conduzir nossas visitas durante nossa estadia, fez uma apresentação sobre a transformação da cidade. Segundo Santiago, em 1991 foram registrados 6.349 homicídios, um número extremamente alto para qualquer cidade. Após um pouco mais de 20 anos, Medellín não integra a lista das 50 cidades mais perigosas do mundo há 5 anos. Em 2021 foram 369 homicídios, número impensável 2 décadas atrás. Assim, Santiago nos relatou que a cidade saiu do sentimento de MEDO para a CONFIANÇA a partir da união dos entes públicos e privados.

Essa transformação iniciou ainda na década de 90 por meio da criação do Consultório Consultivo de Medellín, idealizado para ouvir as necessidades das pessoas. “A partir de 1991, durante 4 anos, fomos bairro por bairro conversar com as pessoas para saber o futuro que queríamos. Falando com todos sobre segurança, emprego, mobilidade, cultura, educação e moradia para buscar um futuro alternativo” – Santiago Uribe.

Esse processo de escutar as pessoas foi fundamental para estabelecer estratégias que atendessem as necessidades das pessoas. A transformação de uma cidade, passa necessariamente por transformar as pessoas. Outra iniciativa que auxiliou nesse processo de escuta ativa e foi um marco para a cidade foi um programa de televisão muito popular em Medellín chamado ARRIBA MI BARRIO. O objetivo do programa era divulgar as inquietações dos moradores locais.

Após esses 4 anos de escuta ativa, Medellín criou um documento que continha três princípios a serem atingidos em 20 anos (1995-2015): ser uma cidade segura, inclusiva e resiliente. Assim, Medellín passou a realizar iniciativas que transformaram medo em segurança, equidade e inclusão. Para esse processo ter sucesso, foi preciso fomentar uma cidade baseada na sociedade do conhecimento, a partir da união da universidade, do estado e das empresas.

União dos atores – Comissão Universidade, Estado, Empresa (CUEE)

O processo de transformação real da sociedade industrial para uma sociedade baseada no conhecimento aconteceu a partir de 2003 com a criação da CUEE – Comissão de Universidade, Estado e Empresa. Essa comissão, considerada um “tanque” de pensamento e ação por Elkin Echeveria Garcia, ex-presidente da Ruta N e diretor de inovação da cidade de Medellín, se baseou em um diagnóstico realizado no mesmo ano que indicava como única alternativa de desenvolvimento, a mudança do perfil de uma cidade industrial para uma sociedade baseada no conhecimento. Aliado a isso, pessoas líderes surgiram na cidade em todas as esferas para colocar as estratégias pensadas em ação. Essa comissão existe até hoje e, agregou a sua esfera a sociedade civil. A CUEE se reúne mensalmente na Ruta N para acompanhar e propor ações de inovação para a cidade. Nesse processo de união entre os diferentes entes, não apenas as instituições formais foram consideradas como importantes. Garcia considera a atuação das entidades informais como fundamental para o processo, “instituições informais as vezes são chaves, pois são pontos de encontro entre todo o ecossistema.”

Outros marcos são reconhecidos nesse processo de transformação pela inovação. Em 2008 para melhorar a transferência de tecnologia e aumentar a relação universidade empresa foi criado o programa Tecnova, para articular as parcerias entre universidade e empresa e fomentar a transferência de tecnologia e conhecimento. Em 2009, é criada a Ruta N, com o propósito de apoiar a inovação na cidade, “não criamos um programa de empreendedorismo, mas sim, atuamos nos problemas reais da cidade e o empreendedorismo foi consequência. Se o estimulo a inovação funciona, os empreendimentos disparam” – destaca Garcia. Assim, foram criadas incubadoras, aceleradoras, fundos de investimento e outros mecanismos para apoiar ações inovadoras na cidade. Outro item importante destacado foi a democratização da metodologia da inovação para todos da cidade. “Todos são capazes de inovar, inclusive no seu dia-a-dia, na vida pessoal, é preciso atingir todas as camadas” – Garcia.

Medellín estabeleceu um Plano Decenal de CT&I em 2010. Para garantir o cumprimento do plano, a comissão de inovação de Medellín aprovou um acordo, que independentemente do governo municipal, teria um plano de C,T&I para os próximos 10 anos. Este acordo foi mantido. Dessa forma, Medellín colhe os frutos de políticas executadas a longo prazo. Recentemente, em 2017, foi criada a política pública de Desenvolvimento Econômico. Em 2020, foi criado o primeiro Valle del Software, colocando Medellín no centro da revolução industrial 4.0. Como resultado de todas essas ações na cidade, a Colômbia reconheceu em 2021 Medellín como o primeiro distrito de ciência, tecnologia e inovação do país. Atualmente, Medellín está trabalhando na política pública para os próximos anos, aliando C,T&I com a sustentabilidade ambiental. Vamos destacar alguns desses itens a seguir.

Desenvolvimento da cidade apartir de Planos Urbanos Integrados – PUI

Orientados pelos princípios de uma cidade segura, inclusiva e resiliente, Medellín criou a partir de 2003 os Planos Urbanos Integrados (PUI). São mais de 21 espalhados pela cidade. Os planos possuem como princípios a aproximação, acessibilidade e integração das pessoas. Uma das iniciativas do PUI foi a construção de um metrô que conecta todas as partes da cidade. Integrado ao metrô, há um sistema de teleféricos chamado Metro Cable que conecta o plano com o morro.

Dessa forma, um percurso que demorava 3 horas de uma comunidade até o centro, passou a levar de 20 a 30 minutos. A partir dessas construções, foi realizado o uso misto do solo, fazendo parcerias com a iniciativa privada para colocar equipamentos privados nas estruturas públicas. A acessibilidade e integração das pessoas resultou na diminuição drástica da violência nas comunidades. Não há dados científicos de correlação, mas, comunidades que receberam o Metro Cable diminuíram consideravelmente os números relacionados a violência. Lembram dos princípios? Uma cidade mais inclusiva a tornou mais segura e resiliente.

 

Um fato curioso sobre o sistema de metrô, foi que para evitar atentados de Pablo Escobar nas estações, uma santa foi construída em cada estação. Como Pablo era muito religioso, ele nunca atacava locais protegidos por santas. Essa foi uma estratégia inteligente que impediu Pablo Escobar de atacar as estações de metrô.

Arte, cultura, educação e lazer nas comunidades

Santiago Uribe nos indagou: qual o maior recurso natural de uma cidade? As pessoas, respondeu ele. Um ecossistema não é formado por prédios, mas pelas pessoas. É preciso dar acesso as pessoas para que utilizem os serviços da cidade. É preciso aproximar os serviços das pessoas que moram nas comunidades. As sociedades decaem a medida que se afastam do centro. Para reverter isso, um plano integrado também levou equipamentos públicos para as periferias.

Seguindo os princípios de aproximação e acessibilidade, foram construídos equipamentos culturais e de lazer nas comunidades, como centros poliesportivos e bibliotecas para aproximar as pessoas do uso desses ambientes. Segundo Santiago Uribe, um espaço enorme e bonito no centro se torna inacessível para pessoas que moram nos bairros distantes, contribuindo para a exclusão dessas pessoas. Dessa forma, é mais válido construir inúmeras pequenas bibliotecas e espaços de cultura e lazer espalhados pela cidade. E como eles medem o senso de proximidade? Quando uma criança consegue chegar na escola sem caminhar muito, então há proximidade.

Atualmente, Medellín conta com mais de 50 bibliotecas que atendem desde crianças até adultos e proporciona qualidade de vida e lazer as pessoas que estão distantes do centro urbano.

A cidade também apostou na comunicação para mudar a cultura local. Há símbolos espalhados pela cidade dessa transformação. Por exemplo, um presídio que foi transformado em uma universidade e atende mais de 10 mil alunos, e uma arena de touros de Pablo Escobar transformada em uma escola, utilizando o mesmo formato para demonstrar essa transformação.

Desenvolvimento Cultural de Moravia

Também visitamos o Centro de Desenvolvimento Cultural de Moravia, que reúne expressões artísticas, culturais e comunitárias. O Centro de Desenvolvimento Cultural da Moravia é o local que acolhe expressões artísticas de todos os tipos para a criação, experimentação e descoberta dos talentos da comunidade. Também se caracteriza por uma ampla diversidade cultural que se manifesta em expressões rurais e tradicionais, práticas artísticas, as memórias do bairro, o movimento afro e os projetos comunitários que ali acontecem. Este é mais um exemplo de uma acupuntura urbana  que foi feita na cidade, levando um centro que proporciona inúmeras atividades de cultura e lazer para jovens e crianças para uma comunidade carente.

Unidades de Vida Articulada (UVA)

Visitamos uma Unidades de Vida Articulada (UVA) criadas a partir de 2015 para fornecer espaços públicos de qualidade para os bairros mais pobres de Medellín. Esses espaços foram construídos nos tanques de água que abastecem a população. Estes eram pontos escuros na cidade que foram iluminados e abertos. Agora atendem a toda a população, com atividades de lazer, como, piscina e robótica no mesmo espaço. Dessa forma, Medellín caminha para ser a cidade mais educada, mais inovadora e melhor “esquina” da América. Objetivos que orientam todas as ações e projetos de cidade.

Formação de pessoas e cultura de inovação no centro da estratégia de inovação da cidade

Também conhecemos o MOVA – Centro de Inovação de Professores. Por meio de seus processos de formação, fomenta, promove e integra o ser, o conhecer, o criar e o reconhecer. Ao mesmo tempo, possibilita experiências pessoais e profissionais voltadas à geração de práticas educativas diversas e contextualizadas. É um programa de gestão de propostas e ações, gerado de e para professores. O centro é norteado pensando em qual é a educação que Medellín quer para os próximos 10 anos.

Comuna 13 e a transformação social por meio de coletivos engajados

Medellín é dividida em 21 comunas. As comunas são unidades administrativas que auxiliam na organização do território. Uma comuna pode ser formada por mais de um bairro. A Comuna 13, localizada na parte oeste da cidade, já foi considerada o território mais violento de Medellín. Por muitos anos, a Comuna 13 sofreu com a guerra entre narcotraficantes e a polícia. Para mudar essa realidade, um coletivo de jovens insatisfeitos com tudo que viviam resolveram agir e transformar a comunidade em que viviam. Como nos disseram, não foi o estado que mudou a realidade deles, foram as próprias pessoas dos bairros que agiram em prol de uma melhor segurança e qualidade de vida.

Um dos símbolos desse movimento, foi uma ação contrária ao toque de recolher. No início do ano 2000, as pessoas eram obrigadas a permanecerem em suas casas após o início da noite. Contrariando esse movimento, as pessoas começaram a sair de casa à noite e ocupar os espaços públicos. Isso levou a uma grande atividade noturna na cidade e transmitiu maior sensação de segurança, uma vez que, inibiu ações de violência que aconteciam quando ninguém estava na rua.

Ademais, os coletivos começaram a oportunizar aos jovens ensinamentos de música, arte e dança. Dessa forma, foi dada a oportunidade para os jovens de uma vida digna, não precisando se render a vida do crime. Desse movimento surgiu o Grafitour. Um coletivo de grafiteiros que coloriram a comuna 13. Hoje, essa comuna é visitada por milhares de turistas. E, mesmo que ainda existam gangues e facções, a violência e a qualidade de vida da população melhoraram consideravelmente. Os jovens possuem maiores oportunidades e a vida do crime passa a não ser a única escolha. As imagens a seguir são da Comuna 13.

A Casa Kolacho, localizada na Comuna 13 é um espaço que concentra as atividade da comunidade e traz uma série de integrações entre as pessoas e os movimentos entre arte, grafite, dança e música.

Espaço de encontro dos artistas da Comuna 13.

Ruta N – o centro de inovação de Medellín que coordena todo o ecossistema de inovação da cidade

A Ruta N é o centro de inovação e negócios de Medellín criada em 2009 e que coordena todas as ações de inovação da cidade. É um espaço criado para inspirar e incentivar a inovação, criando condições favoráveis para negócios e empreendedorismo. Mais que isso, um espaço aberto a pensar as necessidades do futuro com a construção de respostas e possibilidades no presente.

A Ruta N foi criada onde era, em 1980, o lixão da cidade, um território bastante complexo, com cerca de 20 mil pessoas vivendo em condições sub-humanas. Nesse mesmo local, após um pouco mais de duas décadas foi constituído o distrito de inovação de Medellín, que inclui a Ruta N, a Universidade de Antioquia, o Centro de Formação de Professores e o jardim botânico. Sendo mais um símbolo da transformação da cidade, Santiago Uribe nos comenta “se transformamos esse local, podemos transformar qualquer lugar da cidade e do mundo.”

A Ruta N foi criada para pensar e articular a inovação na cidade guiada pelo plano de C,T&I que é baseado em três áreas prioritárias: saúde, energia e tecnologias da informação e comunicação. O novo plano de C,T&I está sendo pensado com olhar para o futuro. “Pensamos sempre em 20 anos para frente, o que queremos no futuro que precisamos fazer hoje, qual o problema hoje que devemos solucionar para atingirmos o que queremos no futuro”.

O propósito da Ruta N é contribuir para o melhoramento da qualidade de vida dos habitantes de Medellín através da ciência, tecnologia e inovação, de forma includente e sustentável. Assim, são trabalhadas 3 dimensões: i) Atração de talentos, capital e empresas globais; ii) Desenvolvimento e fortalecimento do tecido empresarial inovador e empreendedor; iii) Necessidades e desafios da cidade.

A Ruta N possui mais de 1500 empresas incubadas, mais de 2000 talentos inspirados em tecnologias 4.0, mais de 300 pessoas capacitadas em tecnologias específicas, mais de 400 bancos de talentos gerados, mais de 17 mil empregos de qualidade criados, mais de 160 empresas apoiadas para encontrar talentos em C,T&I, mais de 400 empresas de base tecnológica atraídas de 32 países. Estes são apenas alguns números que demonstram os resultados da atuação da Ruta N em Medellín.

O orçamento da Ruta N é oriundo da Empresa Pública de Medellín (EPM) que destina 7% dos seus lucros para o centro. Alejandro Hincapié Baena – Gerente de Portfolio na Ruta N, comenta sobre a atuação do centro de inovação: “identificamos os problemas reais e atuamos nesses problemas a partir de programas e iniciativas. Identificamos o que falta no ecossistema e então realizamos parcerias para solucionar esse problema. Podem ser soluções de Medellín da Colombia ou de fora do país”. Portanto, a Ruta N atua como articuladora e não compete com nenhum outro ator.  Baena comenta, “se algo já existe, agregamos essa solução e não criamos um novo programa. Não competimos com ninguém, se já existe algo, aproximamos a solução da demanda. Não queremos liderar, queremos articular”.

A Ruta N apesar de ser uma entidade pública, não carrega uma única bandeira, não tem um dono. Pertence ao ecossistema, tendo em seu conselho representatividade de todas as hélices. “Passamos muito tempo identificando atores e conectando com eles. Hoje já temos uma rede bastante ampla e articulada no nosso ecossistema” – Alejandro Hincapié Baena.

Medellín e a 4ª revolução industrial

Medellín colocou como centro de sua estratégia se preparar para a 4ª revolução industrial. Para isso, está criando nas comunidades um espaço chamado Centros del Valle del Software (Centros de Vale de Software). Davinson Mosquera González, coordenador dos Centros del Valle del Software nos contou como foi o processo e qual a importância desses centros para a cidade.

Como fazer para que a transformação não seja apenas no centro ou na ruta N? Criando os centros Vale del Software nos bairros. Seguindo o mesmo preceito de acessibilidade e aproximação, González comenta que este é provavelmente o programa mais estratégico de Medellín, pois leva o conhecimento da indústria 4.o para as comunas. São 8 centros já em operação e a expectativa é atender todas às 21 comunas até o final de 2023 (outros 3 ainda serão entregues até dezembro/2022).

“Focamos na atuação nos bairros, não apenas na revolução tecnológica, mas sim, em uma revolução cultural. Em 5 ou 10 anos poderemos ver a transformação que essa iniciativa terá. A transformação na cidade acontece em massa, não apenas em um grupo pequeno que acessa a universidade. Existem locais com máquinas mais avançadas, mas o nosso objetivo é ter espaços onde as pessoas possam acessar a pé” – comenta González. 

Os centros atendem 2 públicos, pessoas que querem aprender e adquirir um novo conhecimento, por meio de participação em oficinas diárias, por exemplo, como fazer game, como usar drones, impressora 3D, etc. E, também são atendidos empreendedores que querem prototipar uma solução. São atendidas não apenas as empresas tecnológicas, mas também as tradicionais. Para isso, os empreendedores possuem uma rota a ser percorrida conforme sua necessidade: ideação; pré-incubação (protótipo); incubação; aceleração; e, consolidação (empresas âncoras) que vão requerer patentes, serviços mais especializados.

Depois de identificar a necessidade dos usuários, é ofertado um voucher ao empreendedor com um valor específico. O empreendedor então é direcionado para uma instituição que presta esse serviço. Após o empreendedor utilizar o serviço é feito uma avalição para ver se a necessidade foi atendida e se há uma nova necessidade para iniciar um novo ciclo.

O espaço possui coworking, oficinas, palestras, mentorias, bootcamps, hackathons, impressão 3D, cortadora a laser, CNC… Algo importante destacado por González é a construção dos centros no meio da comunidade: “se faz o centro dentro da escola se fecha para a comunidade, para dar acesso a toda a população, se colocarmos em escola ou universidade vai barrar o princípio de acessibilidade.” Portanto, os centros de software são considerados a porta de entrada do ecossistema de inovação de Medellín para a população.

Medellín e o futuro

Medellín agora se projeta para o futuro. Ainda há  muito ser feito e a diminuição da desigualdade é um desafio que precisa ser superado. Pensando no futuro, a cidade está trabalhando em uma política pública de C,T&I aliado a sustentabilidade. Nessa nova política foram definidos 3 objetivos para a cidade: 1º diminuir a emissão de carbono – Medellín carbono zero; 2º cidade inteligente – aumentar os índices de digitalização; 3º talento e emprego 4.0 – como aumentar os talentos para a indústria 4.0. Essas missões foram construídas em conjunto com as universidades, prefeitura e demais atores.

Este é um pequeno resumo da viagem. Visitamos locais culturais e de lazer como a praça botero e o parque explora. Em breve, voltamos com mais conteúdo dessa viagem. Para finalizar, deixo algumas palavras e frases de destaque que anotei durante a semana que passamos em Medellín, para reflexão:

  • “A inovação tem que ser acessível”
  • “A inovação é seletiva”
  • “Não podemos seguir todos os caminhos”
  • “Não temos todas as respostas”
  • “O mais importante é fazer as perguntas corretas”
  • “É preciso encontrar a criatividade em seu próprio ecossistema”
  • “A criatividade é muito importante para transformação de uma cidade”
  • “O essencial é invisível aos olhos”
  • “O ecossistema de inovação é uma carreira de tartarugas”
  • “A inovação necessita tempo”
  • “O privado e o público não competem, se complementam”
  • “Não é construir a biblioteca, é formar as pessoas que vão fazer a transformação da cidade”
  • “Não é a infraestrutura, são as pessoas”
  • “A arte é um elemento importantissimo da cidade”
  • “Não são os prédios, são as pessoas que formam um ecossistema de inovação”
  • “A pobreza não gera violência, a desigualdade sim”
  • “É preciso ouvir as pessoas”

Gostou desse post? Nos acompanhe que em breve teremos novidades relacionadas a Medellín!

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Guilherme Paraol

Doutorando no PPEGC (UFSC) e membro do grupo de pesquisa VIA - Estação Conhecimento. Realiza pesquisa com foco em ecossistemas de inovação. Atua nos projetos de mapeamento, ativação e orquestração de ecossistemas de inovação.