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Panorama Nacional dos NITs das IFES é apresentado na Conferência Anprotec 2025

A atuação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) foi tema de destaque na Conferência Anprotec 2025, com a apresentação do estudo “Atuação dos NITs nas IFES: Panorama Nacional e Estratégias para o Fortalecimento”, conduzido por Juliana de Souza Corrêa, Jacques Mick, Eduardo Nascimento e Clarissa Stefani Teixeira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com Pedro Carelli, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O trabalho traz um diagnóstico inédito sobre a estrutura, os desafios e as oportunidades dos NITs das universidades federais brasileiras, a partir de um levantamento realizado pelo Colégio de Pró-reitores de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação (Copropi/Andifes), com a participação de 60 das 69 IFES.

Estrutura e desafios dos NITs

O estudo revela que a maioria dos NITs está vinculada às pró-reitorias de pesquisa e inovação e conta, em média, com dez integrantes por equipe, majoritariamente servidores técnico-administrativos e bolsistas. Apenas um pequeno número possui fundações de apoio plenamente envolvidas na operacionalização de suas atividades.

Apesar de desempenharem papel estratégico na gestão da propriedade intelectual, na transferência de tecnologia e na articulação com o setor produtivo, os NITs enfrentam desafios estruturais e operacionais, como a falta de orçamento próprio, carência de profissionais especializados e vínculos precários.

Produção e resultados

As IFES somam cerca de 14 mil pedidos de proteção intelectual, mas apenas 370 ativos geraram royalties — concentrados em poucas instituições. Essa disparidade evidencia o potencial ainda pouco explorado do capital intelectual universitário e a necessidade de ações mais proativas de prospecção e valoração de tecnologias.

Acesse o painel interativo e conheça os dados completos:
Portal do Conhecimento – NITs das IFES (SINOVA/UFSC)

Empreendedorismo: uma agenda em construção

O levantamento também revelou lacunas no apoio a empresas-filhas (spin-offs) e iniciativas empreendedoras de estudantes e egressos.

Ainda, poucos NITs possuem programas estruturados de formação empreendedora, e há baixa integração com incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos em várias regiões do país.

Recomendações e caminhos para o fortalecimento

O estudo propõe estratégias em três horizontes temporais — curto, médio e longo prazo — para o fortalecimento dos NITs:

  • Governo Federal: criação de uma política nacional de financiamento e de uma carreira pública específica para a inovação.

  • IFES: incorporação definitiva da inovação como eixo dos Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI) e fortalecimento das equipes e infraestrutura dos NITs.

  • NITs: atuação mais proativa nos ecossistemas locais, ampliação das competências em valoração, transferência de tecnologia e empreendedorismo.

Um olhar para o futuro

O artigo destaca que a consolidação de uma universidade inovadora e empreendedora depende do comprometimento institucional, de políticas públicas consistentes e de uma maior aproximação entre academia e setor produtivo.

A pesquisa abre espaço para estudos qualitativos sobre os arranjos institucionais de inovação nas universidades, reforçando o papel estratégico dos NITs como agentes de transformação e desenvolvimento nacional.

Em breve o artigo será disponibilizado nos anais da Conferência para leitura completa do estudo.

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Juliana de Souza Corrêa

Doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela UFSC, formada em Relações Internacionais (UFSC) e com especialização em Inovação em Gestão Pública. Servidora da UFSC, atuando junto à SINOVA e integrante do Grupo VIA realizando pesquisas com foco em inovação e empreendedorismo universitário.