O papel da pré-incubadora universitária
Elementos chave e operação da pré-incubadora universitária
A primeira pré-incubadora definida na Europa foi estabelecida em 1997 na Universidade de Bielefeld, na Alemanha, e foram posteriormente os anfitriões mais prováveis para centros de pré-incubação. Desde então, novos modelos de habitats de inovação surgiram nas universidades, evidenciando uma necessidade no mercado, uma instalação de pré-fase, ou fase de pré-incubação, visando facilitar o apoio aos empreendedores nascentes, proporcionando um ambiente para desenvolver e testar negócios ou ideias ainda insipientes. Para a pré-incubadora universitária se torne efetiva é preciso que alguns elementos fundamentais e consistência na sua operação. Para saber mais sobre o conceito de pré-incubadora você pode acessar este post.
Elementos chave
Em mais de duas décadas desde a criação das primeiras pré-incubadoras diversos modelos foram criados e implantados em universidades. Porém, alguns elementos são recorrentes na literatura e essenciais para o seu funcionamento dentro dos centros universitários. São eles:
- Envolvimento com diferentes atores: é necessária a atuação da universidade com alunos, pesquisadores, professores e recém graduados. O envolvimento da universidade é importante não somente com os interessados em desenvolver ideias, mas também para apoiar o processo de comercialização e transferência das ideias científicas ou tecnológicas. Outros atores que devem estar envolvidos no processo são agências de desenvolvimento regional, centros de inovação e empreendedorismo, incubadoras e fundos de financiamento, públicos ou privados.
- Infraestrutura física: a pré-incubadora deve fornecer as instalações necessárias para o desenvolvimento das ideias dos acadêmicos, fornecendo um espaço propício para a conexão entre os diferentes atores. Deve disponibilizar instalações físicas e de comunicação (telefone, mobiliário, computador, fax, escritório). Também é fundamental que a pré-incubadora possua um espaço virtual de suporte aos pré-incubados, onde possam receber conselhos e sanar dúvidas.
- Estratégias de propriedade intelectual: pode existir o conflito de interesse entre a instituição e o aluno ou pesquisador. Desta forma, a pré-incubadora precisar ganhar experiência em negociar em nome do potencial empreendedor, de forma que ambas as partes se beneficiem.
Operação e interação
As pré-incubadoras universitárias propiciam uma interação entre as esferas institucionais para fomentar as condições de inovação tanto nas economias industrializadas como nas em desenvolvimento. As universidades propiciam um ambiente acolhedor quando fomentam essas iniciativas. Dessa maneira, a universidade possui um papel fundamental na operação das pré-incubadoras, pois propiciam que os estudantes possam ser mentorados e guiados para um futuro possível negócio. As pesquisas acadêmicas devem direcionar ideias para modelos de negócios que gerem benefícios para a sociedade e assim, contribuir para a diminuição do índice de mortalidade das micro e pequenas empresas (MPEs), principais geradoras de emprego na sociedade. A pré-incubação foi inicialmente direcionada para acadêmicos que não possuem empresa constituída, entretanto veio favorecer os que idealizaram projetos com inovação tecnológica e viabilidade financeira e comercial. A figura abaixo mostra o processo dinâmico de desenvolvimento de negócios em uma pré-incubadora universitária. Os participantes verbalizam suas ideias de negócios embrionárias, passam por diversos serviços (espaço de escritório, treinamento, consultoria, orientação) e deixam a pré-incubadora como uma recém-nascida empresa iniciante.
O papel da pré-incubadora de empresas é re-treinar, reposicionar atitudes e mudar a mentalidade e o comportamento de futuros empreendedores. É importante ressaltar que o processo de pré-incubação universitário não está focado somente na viabilidade do negócio, mas também em desenvolver o perfil empreendedor dos selecionados. Diante desse contexto, fomentar a pré-incubação universitária é uma tendência em algumas universidades públicas e privadas. Desta forma o empreendedorismo universitário, é reconhecido como um agente importante de crescimento e desenvolvimento econômico nacional, as pré-incubadoras nas universidades, aproximam os estudantes das empresas que já estão operando, promovem créditos acadêmicos, o que para alunos geralmente são uma motivação e um ambiente seguro para testar novos empreendimentos.
- Este post foi baseado no artigo O papel da pre-incubadora universitária, de Milena Maredmi Teixeira, Rayse Kiane de Souza e Clarissa Stefani Teixeira, publicado no 4º Congresso Nacional de Inovação e Tecnologia – INOVA 2019. Você pode acessar o artigo na íntegra pelo link.
Referências:
Deutschmann, M. What difference a’pre’makes: University business preincubators in Germany. A national survey(No. 5). Lüneburger Beiträge zur Gründungsforschung, 2007.
Rayse Kiane
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