Incubadoras brasileiras: do espaço físico a empresas inovadoras de alto impacto
Reconhecidas como um dos principais habitas de inovação, as incubadoras amadureceram muito ao longo das três décadas de existência.
Historicamente as incubadoras têm como objetivo acompanhar o nascimento de um negócio inovador desde o seu estágio inicial, apoiar no seu desenvolvimento e prepará-lo para atuação no mercado. No Brasil, as primeiras incubadoras começaram a surgir após o lançamento de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1984, que tinha como objetivo a criação de parques tecnológicos no País. O movimento ganhou força com a fundação, em 1987, da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Seguindo uma característica internacional, as primeiras incubadoras brasileiras nasceram dentro das universidades ou estavam a elas ligadas. “Na época, o objetivo principal era transformar a tecnologia e conhecimento das universidades em negócio e leva-los para o mercado”, conta o especialista em incubação de empresas e coordenador de projetos da Anprotec, Carlos Eduardo Bizzotto.
Quatro gerações de incubadoras: amadurecimento
Desde o seu surgimento nos anos 80 até os dias atuais muita coisa mudou no movimento de inovação e nas incubadoras brasileiras. O “Estudo de Impacto Econômico: segmento de incubadoras de empresas do Brasil”, publicado em 2016 pela Anprotec e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), aponta que as incubadoras brasileiras estão em sua terceira geração.
A Associação considera como de primeira geração as incubadoras que tinham como foco a oferta de espaço físico de boa qualidade a baixo custo, além da oferta de recursos compartilhados. Já a segunda geração passa a oferecer serviços de apoio ao desenvolvimento empresarial, como treinamentos e assessorias. Já as incubadoras da terceira geração, além dos elementos disponibilizados pelas incubadoras das duas gerações anteriores, focam sua atuação na criação e na operação de redes para acesso a recursos e conhecimentos, e na oferta mentorias e coaching.
Segundo o especialista Carlos Eduardo Bizzotto, atualmente está surgindo uma quarta geração de incubadoras, que, além de ter uma preocupação em dar suporte de qualidade e oferecer os melhores serviços para o desenvolvimento das empresas incubadas, também tem um olhar para o impacto destes empreendimentos. “O foco passa a ser a geração de empreendimentos de alto impacto – social, ambiental, econômico – para promover o desenvolvimento da região. Não basta mais apenas gerar empresas de qualidade, ela precisa contribuir para que o ecossistema se desenvolva”, destaca o especialista. Para Bizzoto, as incubadoras de hoje devem se apoiar no tripé: gerar empresas inovadoras, promover o desenvolvimento regional e atuar em rede.
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REFERÊNCIAS:
ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Estudo, Análise e Proposições sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil – relatório técnico. Brasília: ANPROTEC, 2012. 24p. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br/ArquivosDin/Estudo_de_Incubadoras_Resumo_web_22-06_FINAL_pdf_59.pdf>
__________________. Estudo de impacto econômico: segmento de incubadoras de empresas do Brasil. Brasília: ANPROTEC/SEBRAE, 2016. 26p. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br/Relata/18072016%20Estudo_ANPROTEC_v6.pdf>
AZEVEDO, I. S. C; TEIXEIRA, C. S. (orgs). As Incubadoras de Santa Catarina [recurso eletrônico]. Florianópolis: Perse, 2018. 51p. Disponível em: <via.ufsc.br/wp-content/uploads/2018/04/e-book-Perfil-das-Incubadoras-de-SC.pdf>
Tatiana Wittmann
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