NIT

Desafios atuais no âmbito dos NITs

As práticas de inovação e empreendedorismo nas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) estão cada vez mais constantes. Nesse sentido, a demanda dos Núcleos de Inovação e Tecnologia (NITs) além de aumentarem em número, aumentaram também em grau de complexidade.

O que são Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT)

Os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) são estruturas instituídas por uma ou mais Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICTs), com ou sem personalidade jurídica própria, que tenha por finalidade a gestão de política institucional de inovação e por competências específicas previstas na Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016.

São setores que tem como objetivo gerar e promover as políticas de inovação e empreendedorismo, a utilização do conhecimento e o uso de novas tecnologias oriundas de universidades e institutos de pesquisa.

Em geral, os NITs são responsáveis pela depósito e gestão da Propriedade Intelectual (PI), contratos de licenciamento e transferência de tecnologia (TT),  auxílio na criação de spin-offs acadêmicas, disseminação da cultura empreendedora, relacionamento com as empresas e representantes da ICT ou Universidade no âmbito da política de inovação.

Desafios para os NITs

As práticas empreendedoras e inovadoras são adotadas por diversos atores que interagem entre si culminando nas em um ecossistema composto por hélices das inovação. Desse modo, os NITs precisam se conectar com diferentes agentes para que a ICT tenha uma efetiva política de inovação, gerando, assim, alguns desafios como:

  • Aumentar interação com os grupos de pesquisa e compartilhar infraestrutura e laboratórios
  • Atuar em conjunto com os habitats de inovação
  • Criar confiança mútua nas relações ICT-empresa
  • Promover ações focadas no relacionamento com as empresas
  • Valorizar o empreendedorismo
  • Apoiar e dar segurança ao surgimento de startups e spin-offs

Desse modo, percebem-se alguns gargalos na atuações dos NITs: valorização insuficiente da cultura de proteção de PI e TT nas ICT; baixa cultura empreendedora dos docentes;  não há política de vagas em concursos para as necessidades de um NIT e não se vê um acompanhamento dos projetos com a finalidade de criar relacionamentos funcionais e organizacionais de longo prazo.

Também se observam gargalos de gestão como falta de continuidade operacional, alta rotatividade de pessoal e  entraves burocráticos.

NITs

Movimentos necessários aos NITs

Alguns movimentos podem mitigar os desafios e gargalos como:

• Estabelecer um modelo de gestão apropriado para os NITs levando em consideração a perspectiva de carreira, menor burocracia e garantia operacional, sendo a personalidade jurídica própria uma saída para esse movimento;
• Valorizar o pesquisador inovador;
• Bolsas institucionais para projetos P&D para solucionar desafios das empresas;
• Fornecer capacitação continuada dos NITs em temas relacionados à inovação;
• Criar ferramentas para prospecção de artigos, patentes, mercados;
• Promover o empreendedorismo.

Assim, percebe-se que o avanço da atuação desse ambiente requer mudanças em todo o ecossistema de inovação e uma ampla estratégia que seja capaz de fornecer talentos e recursos para que o NIT possa cumprir suas responsabilidades de maneira eficiente gerando resultados a todos que, em última instância,  consiste em cumprir a missão de traduzir o conhecimento e gerar desenvolvimento socioeconômico por meio da inovação.

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Juliana de Souza Corrêa

Doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela UFSC, formada em Relações Internacionais (UFSC) e com especialização em Inovação em Gestão Pública. Servidora da UFSC, atuando junto à SINOVA e integrante do Grupo VIA realizando pesquisas com foco em inovação e empreendedorismo universitário.