Vista De Cima De Uma Cidade Com Muitos Prédios, Veículos E árvores No Litoral, Remetendo A Temática De Cidades Criativas.

Cidades Criativas no Brasil

Dez cidades brasileiras fazem parte do seleto grupo internacional de Cidades Criativas, reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O que são Cidades Criativas?

De acordo com Pessoa (2013), as Cidades Criativas são espaços urbanos no qual a articulação eficiente entre atividades sociais e artísticas, indústrias culturais e governo são capazes de produzir uma movimentação cultural que desenvolve, atrai e retém talentos, promove diversidade social, aumenta a oferta de empregos, gera maior conhecimento entre cidadãos, aumenta o potencial criativo de empresas e instituições, atrai turistas e, assim, contribui significativamente para a economia da cidade e a qualidade de vida das pessoas. Para Wittmann (2019), estes espaços incentivam as interações entre seus agentes sociais, culturais e econômicos, viabilizando que os mesmos gerem negócios. Portanto, são baseadas em projetos que obedecem às singularidades locais dos centros urbanos, para contribuir com soluções criativas aos problemas encontrados. Conheça mais sobre as características singulares desses espaços criativos.

Diante disso, com o intuito de promover a cooperação entre cidades que reconhecem a criatividade como um fator importante no desenvolvimento urbano em aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no ano de 2004, criou a Rede de Cidades Criativas (Creative Cities Network – UCCN). Esta Rede reconhece que as cidades podem se inserir nos seguintes campos criativos: Artesanato e Artes Populares; Artes Digitais; Cinema; Design; Gastronomia; Literatura e Música (UNESCO, 2021).

Quais cidades brasileiras receberam esse título?

Dez municípios brasileiros receberam este título de reconhecimento internacional pela UNESCO: Curitiba (PR), Brasília (DF) e Fortaleza (CE), na temática de design; Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Salvador (BA), na categoria de música; João Pessoa (PB), no grupo de artesanato e artes populares; e Santos (SP), no tema de cinema.

Em Curitiba, o título provou o seu potencial no desenvolvimento do design como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável. No caso de Brasília, o reconhecimento na categoria do design demonstrou o aproveitamento do potencial contido na essência da capital do país. Para Fortaleza, o selo reflete um esforço coletivo em transformar a cidade em aspectos como mobilidade, cultura, lazer e qualidade de vida.

Belém tornou-se referência internacional, demonstrando a peculiaridade da sua gastronomia, a qual figura para o mercado turístico com um símbolo de destaque. Assim como em Belém, em Florianópolis, com o setor gastronômico reconhecido, passou-se a fomentar, ainda mais, o turismo local. O recebimento do título por Paraty é explicado pela importância da gastronomia na cultura e história da cidade, bem como pelo seu desenvolvimento consistente e continuado. Para Belo Horizonte, sua gastronomia foi valorizada em virtude de que possui autenticidade e representatividade cultural e é um potente setor da economia criativa.

Salvador, única cidade da categoria de música, recebeu este título uma vez que a música é uma das principais expressões culturais locais e de reconhecimento internacional. João Pessoa, por sua vez, também é a única cidade integrante do grupo de artesanato e artes populares. Isso porque é o principal centro regional de comércio de artesanato e apresenta destaque para a produção de diferentes artes. Por fim, Santos, cidade criativa do cinema, tem este título explicado principalmente por ser um excelente cenário para produções cinematográficas.

Referências: 

PESSOA, M. O que é uma Cidade Criativa. Marcus Pessoa. 2013.  Disponível em: https://marcuspessoa.com.br/o-que-e-uma-cidade-criativa/. Acesso em: 26 de Fev. de 2021.

WITTMANN, T. Cidades criativas: ativos intangíveis como recurso central de criação de valor. Via Revista, Florianópolis, 6. ed., ano. 4, p. 5-10, abr. 2019.

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Juliana Duarte Ferreira

Mestranda em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bacharela em Administração pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar). Integrante do Grupo de Pesquisa VIA Estação Conhecimento. Estuda sobre a temática de gestão da propriedade intelectual.

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