A Economia Laranja e a Colômbia
Em 2013 surge o termo ECONOMIA LARANJA (RESTREPO; MÁRQUEZ, 2013), tentando encapsular a realidade da economia criativa na América Latina e no Caribe. Países da região criaram estratégias para desenvolver esta expressão da economia do conhecimento, porém, há uma relação estratégica bem sintonizada da economia laranja e a Colômbia, a qual convido você leitor a conhecer um pouco agora.
RELEMBRANDO…O QUE É ECONOMIA LARANJA?
No site oficial da Economía Naranja do governo colombiano, este a define como um modelo de desenvolvimento em que a diversidade cultural e a criatividade são fundamentais na transformação social e econômica de um dado território. Para tal, há ferramentas focadas no desenvolvimento cultural, social e econômico. O website complementa que a economia laranja se baseia na criação, produção e distribuição de bens e serviços culturais e criativos, que podem ser protegidos por direitos de propriedade intelectual.
A ECONOMIA LARANJA E A COLÔMBIA
Antes mesmo do surgimento do termo economia laranja, a Colômbia já tinha uma relação positiva com a economia cultural, tendo criado em 2011 o Observatorio de cultura y economia e hoje objetiva ser uma think tank para a geração, compilação e disseminação de informações e conhecimento sobre atividades culturais e criativas colombianas, servindo como ferramenta analítica para a tomada de decisões por atores públicos e privados.
Em 2018, foi criado o Conselho Nacional da Economia Laranja (CNEN), órgão consultivo ao Governo Nacional, encarregado de formular as diretrizes gerais da política e coordenar as ações interinstitucionais necessárias para a promoção, defesa, divulgação e desenvolvimento da economia laranja.
Em 2019 e 2020, vieram as leis que criaram e regulamentaram as ADNs (Áreas de Desarrollo Naranja) que são espaços geográficos delimitados e reconhecidos por meio políticas territoriais com o objetivo de integrar artistas, criadores, empresários, infraestruturas e equipamentos culturais, dessa forma, consolidando em uma mesma região toda a cadeia de valor dos setores criativos e culturais.
Distritos criativos colombianos conhecidos internacionalmente, hoje também fazem parte desta iniciativa, como: o Bronx e o San Felipe, em Bogotá, criados em 2018; e o San Ignacio e Perpetuo Socorro DC, criado em 2017, em Medellín. Hoje, há na Colômbia 95 ADNs, espalhados por mais de 50 municípios, promovendo o desenvolvimento territorial por meio das indústrias criativas e culturais, sendo sementes de futuros distritos criativos.
Recentemente, há os nodos y mesas responsáveis pela geração de ecossistemas culturais e criativos, fomentando o trabalho coletivo e permitindo a criação de estratégias e ações para os setores criativos e culturais. Atualmente, há 34 nodos y mesas em território colombiano. Há, atualmente, 34 nodos em território colombiano.
O governo também desenvolveu o Sello Colombia CREA que pode ser usado com quaisquer produtos e/ou serviços culturais e/ou criativos do país, identificando a criatividade da Colômbia em qualquer lugar do planeta e incrementando o soft power do país.
RESULTADOS
O “casamento” entre a economia laranja e a Colômbia está dando passos largos por meio de um conjunto de políticas públicas que promovem o desenvolvimento territorial e sustentável em todos os cantos do país. Em breve, poderemos analisar os primeiros “frutos” desta estratégia inovadora. No site oficial da economia laranja do ministério da cultura colombiano, você poderá acessar todos os documentos e dados disponíveis sobre o fortalecimento da economia criativa naquele país.
Referências Bibliográficas
RESTREPO, Felipe Buitrago; MÁRQUEZ, Iván Duque. A Economia Laranja: uma oportunidade infinita. BID: Nova Iorque, 2013. Disponível em:<https://publications.iadb.org/pt/economia-laranja-uma-oportunidade-infinita>. Acesso em: fev. 2022.
ECONOMÍA NARANJA. ABC Economía Naranja. Disponível em: https://economianaranja.gov.co/abc-economia-naranja/. Acesso em: 02 Ago. 2022.
Danisson Luiz dos Santos Reis
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