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Empresa de veículos elétricos revela como mantém a inovação no negócio

Tornar-se um empreendedor inovador é a busca do momento. De olho na alta tecnologia em evolução e nas oportunidades de mercado que correm a internet na velocidade do big data, muita gente sonha em emplacar com um modelo negócio disruptivo, inteligente e com a segurança de atender ao mercado do futuro.

No discurso parece mais fácil, mas existem empreendedores desenvolvendo este perfil de negócio mais perto do que imaginamos. No mês e outubro, o engenheiro mecânico e Mahatma Marostica, egresso da Universidade Federal de Santa Catarina, usou o case de sua empresa de veículos elétricos, a Mobilis , para mostrar aos graduandos de Engenharia de Materiais da UFSC, no CICLO VIA, como criar uma empresa inovadora. Não é fórmula ou manual, é muita pesquisa, planejamento e conhecimento aplicado.

Em aula da Disciplina de Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC), Mahatma reforçou que uma empresa inovadora, nos dias de hoje, precisa nascer com vocacionada para as atividades intensivas em conhecimento e para as mudanças.

“No caso da Mobilis, começamos a pensar em uma forma de mobilidade mais humana e sustentável baseada em uma tecnologia que ainda pode ser considerada embrionária, a dos veículos elétricos, mas que é irreversível. A decisão por investir em um negócio para a inovação precisa considerar esse ponto crítico, para que não se aposte em tendências passageiras. Existem montadoras que tem prazo para começar a produzir apenas veículos elétricos ou híbridos, por pressão dos governos e da sociedade e em busca de maior sustentabilidade. Esta, portanto, é uma tendência irreversível”.

O chassi do veículo elétrico desenvolvido pela Mobilis no laboratório de montagem de protótipos, que fica na Cidade Criativa Pedra Branca, em Palhoça, se diferencia dos convencionais carrinhos de golfe, por exemplo, pela ergonomia, o design voltado ao uso e à segurança aplicada.

O modelo já foi testado e deve estar no mercado em janeiro de 2017, com carroceria adaptável ao uso de indústrias, hotéis, parques de diversões, condomínios e setores de segurança pública. A comercialização começará com veículos não-homologados, os que não precisam de emplacamento. Mas esse é apenas o primeiro degrau para iniciar a geração de receita.

“O veículo está sendo desenvolvido com todas as esperas e o mais modular possível para tornar-se um utilitário e ganhar as ruas, com diversas funcionalidades e baseado em internet das coisas. Precisamos planejar tudo antes, em etapas, para não precisar reprojetar todo o veículo em fases futuras. Temos aprendido com isso que um grande protótipo pode não ser um grande produto. A cada fase de testes, fazemos novas descobertas e melhorias.”

A Mobilis tem uma equipe multidisciplinar, que envolve engenheiros, administradores, designers, e outros profissionais que contribuem com visões distintas na concepção do produto. Um escritório mantido nas imediações da UFSC ajuda a empresa captar talentos. Como empreendedor, a visão de Mahatma é a que uma empresa inovadora é multifuncional.

“Vejo hoje mais sucesso em empresas que são médias em tudo o que fazem do que nas empresas muito especialistas em uma coisa só. Quero dizer que as empresas precisam saber lidar com várias frentes e desafios.”

O empreendedor ressalta que empresas que se pretendem inovadoras estão sempre tentando validar seu negócio e produto, o que faz parte de toda a estratégia de Marketing. Antes dela, porém, empresas com atividades intensivas em conhecimento precisam enxergar informações de mercado com mais ponderação e olhar crítico.

“O empreendedor que está atuando em pesquisa e desenvolvimento não deve confiar totalmente em métricas. Explico: muitas vezes a sua empresa cria métricas que apenas validam aquilo em que você quer acreditar. Métricas podem ajudar você a construir uma argumentação e ao mesmo tempo não representar uma realidade sobre o seu mercado ou sobre a sua empresa. A média nunca é uma boa referência. O empreendedor precisa investigar, planejar, conhecer o seu nicho, em vez de tentar prever coisas a apenas a partir de estatísticas”.

Mahatma integra a direção da Mobilis ao lado do também engenheiro mecânico Thiago Hoeltgebaum e do engenheiro eletricista Paulo Bosquieiro Zanetti. Saiba mais sobre o projeto inovador da empresa na primeira edição da VIA Revista.

 

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Sicilia Vechi

Mestranda em Mídia e Conhecimento pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC/UFSC).