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Onde estão as incubadoras universitárias no Brasil?

As incubadoras universitárias são espaços onde a produção de conhecimento que trespassa ensino, pesquisa e extensão colabora para que a comunidade universitária viabilize a transferência de conhecimento e tecnologia (CULTI, 2007; GOERK, 2009).

Atuação das incubadoras

Um dos principais e mais antigos habitats de incentivo ao empreendedorismo no Brasil, as incubadoras apoiam a criação e o desenvolvimento de negócios inovadores. Assim, têm o propósito de abrigar e impulsionar o desenvolvimento de novas empresas por meio da aglomeração de conhecimento e compartilhamento de recursos (AZEVEDO; TEIXEIRA, 2016).

Portanto, podemos dizer que uma incubadora trata-se de uma organização que tem como objetivo principal auxiliar empreendimentos em fases iniciais, oferecendo suporte gerencial e técnico para que se desenvolvam e prosperem no mercado  (VIA REVISTA, 2018).

Entre os serviços oferecidos por esses ambientes estão: espaço físico; acesso à internet; telefonia; conexão com instituições financeiras, instituições de pesquisa e órgãos governamentais; e apoio administrativos e assistenciais em diferentes áreas, como marketing, finanças, contabilidade, recursos humanos e jurídica (VIA REVISTA, 2018).

Para saber mais sobre incubadoras acesse a VIA REVISTA

Incubadoras universitárias no Brasil

O movimento das incubadoras no Brasil  foi traduzido de um formato de desenvolvimento de empresas de alta tecnologia para uma iniciativa cooperativa de serviços de baixa tecnologia, traduzindo a experiência organizacional desenvolvida no projeto inicial para enfrentar as profundas desigualdades endêmicas à sociedade brasileira (ETZKOWITZ, 2013).

As primeiras incubadoras brasileiras a partir de iniciativas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para viabilizar espaços de apoio aos empreendimentos inovadores do país (AZEVEDO et al. 2016). O movimento se popularizou, e já ao final da década de 1990 havia mais de 100 desses espaços em território nacional, a maioria em universidades, outras criadas por governos (STAL et al., 2016).

Mais recentemente, dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) indicam a existência de 404 incubadoras brasileiras (ANPROTEC et al., 2021).

O grande papel das incubadoras universitárias é o de transformar seus pesquisadores e cientistas em empreendedores (VIA REVISTA).

De acordo com o estudo de Faustino da Silva et al (2021) em relação às 108 Instituições de Ensino Superior Federais sendo 68 universidades federais (UFs), dentre elas, uma universidade tecnológica (Universidade Federal Tecnológica do Paraná); 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e 2 Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs), observa-se a distribuição das 94 incubadoras universitárias mapeadas conforme figura abaixo:

incubadoras universitárias

Fonte: Faustino da Silva et al (2021).

Observa-se que nas regiões com número expressivo de IES, a presença de incubadoras em cada uma delas segue como tendência crescente, estando a maioria das instituições no Nordeste e Centro-Oeste (FAUSTINO DA SILVA et al, 2021).

Vinculação organizacional

O estudo de Faustino da Silva et al (2021) também identificou os vínculos das incubadoras nas estruturas organizacionais das IES. Foi estabelecido que àquelas vinculadas à órgãos, setores ou afins que estivessem em esferas cuja responsabilidade é de pró-reitorias de “Pesquisa”, “Ensino” ou “Extensão”, respectivamente, seriam consideradas os vínculos dentro dessas três esferas. Assim, àquelas que diferissem desse critério, foram alocadas como “Outros”.  O gráfico abaixo apresenta os resultados:

Vinculo organizacional das incubadoras universitárias

Fonte: Faustino da Silva et al (2021).

 

Alguns dos vínculos categorizados como “Outros” referem-se a incubadoras ligadas a Agências de Inovação ou Núcleos de Inovação Tecnológica que não se encontram em Pró-reitorias de Pesquisa. Em outros casos, as  incubadoras estavam ligadas a uma pró-reitoria que se estabelecia ao mesmo tempo como pesquisa e extensão. Também enquadram-se nessa caracterização àquelas cuja atividade de incubação não era regulada de forma única ou sistêmica, portanto, cada caso se encontrava dependente de um vínculo específico de atuação dentro da IES (FAUSTINO DA SILVA et al, 2021).

Por fim, também alocaram-se nessa categoria àquelas ligadas diretamente à diretorias ou setores específicos da reitoria diferentes das comumente estabelecidas, como diretorias de inovação e empreendedorismo ou setor de habitats de inovação como é o caso da Universidade Federal de Rondonópolis e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (FAUSTINO DA SILVA et al, 2021).

Para conferir o estudo completo, acesse aqui

Referências Bibliográficas

ANPROTEC; SEBRAE; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO. Impactos do Modelo Cerne. 2021.

AZEVEDO, I. S. C.; TEIXEIRA, C. S. Incubadoras: alinhamento conceitual [recurso eletrônico]. Florianópolis: Perse, 2016. Disponível em: <https://via.ufsc.br/downloadebook-incubadoras/> Acesso em: 13 de ago. 2022.

FAUSTINO DA SILVA et al 2021. Análise das incubadoras universitárias na estrutura organizacional das Instituições de Ensino Superior do Brasil. In: 31ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação, 2021. Anais dos Trabalhos apresentados na 31ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação, 2021. p. 10-23.

STAL, E.; ANDREASSI, T,; FUJINO, A.. The role of university incubators in stimulating academic entrepreneurship. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 13, n. 2, p. 89-98, 2016.

VIA REVISTA. Incubadoras: o que são e para que servem? Ano 3 – N°4 – setembro de 2018. Disponível em:<https://via.ufsc.br/wp-content/uploads/2018/09/revistaVIA-4ed.pdf>. Acesso em 13 de ago. 2022.

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Juliana de Souza Corrêa

Mestranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina, formada em Relações Internacionais (UFSC) e com especialização em Inovação em Gestão Pública. Servidora da UFSC e integrante do Grupo VIA atuando junto ao Pacto pela Inovação de Santa Catarina e realizando pesquisas com foco em inovação e empreendedorismo.

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