Floripa recebe Jorge Piqué para falar sobre o Distrito C de Porto Alegre
Jorge Piqué vem a Florianópolis para compartilhar experiência sobre o Distrito C
Distrito C, em Porto Alegre, é um Polo de Economia criativa e dois outros setores econômicos, a economia do conhecimento e de experiência, no formato de parque urbano aberto. Convivem em um mesmo território de aproximadamente 250 hectares, não apenas locais de trabalho, mas também moradia, patrimônio histórico, educação, espaços verdes de lazer.
O projeto, lançado em 2013, é uma iniciativa da UrbsNova – Agência de Design Social, desenvolvendo iniciativas de inovação social para outras empresas, governos e organizações não governamentais.
Distrito C: movimento coletivo
As atividades realizadas no Distrito C são de natureza inovadora e são construídas coletivamente. Na verdade, segundo Piqué, não é apenas a inovação pela inovação. A estratégia é mesclar a tradição com as chamadas ilhas de inovação que vão surgindo no decorrer das atividades e são incorporadas por coisas que eventualmente são banais, mas que se transformam.
O Distrito C nasceu de maneira orgânica em uma região que havia problemas de insegurança e alagamentos. A região desde os anos 70 apresentada degradação. Uma área com muitas indústrias, mas que apresentava decadência em termos de moradia e empresas.
Na prática, na região já havia uma discussão sobre o 4º Distrito. O projeto do 4º Distrito é diferente, é maior e engloba o Distrito C, assim como ilustra a imagem abaixo.
Inicialmente se pensava em levar a economia criativa para o território. Entretanto, a partir da análise da realidade local, observou-se que já haviam pessoas alocadas no território em atividades de economia criativa. Assim, não era um movimento de trazer talentos e sim realizar expedições para se reconhecer o material humano do local.
A dinâmica do Distrito C não quer dizer que todos participam de todas as atividades. As pessoas participam daquilo que conseguem e que se interessam. Se não há objeções das propostas, as ações são tocadas por aqueles que se voluntariam.
Os objetivos do Distrito Criativo são o desenvolvimento econômico e a transformação urbana.
- Desenvolvimento econômico: valorizar, qualificar e divulgar todos os artistas e empreendedores de economia criativa, do conhecimento e da experiência que fazem parte do coletivo.
- Transformação urbana: promover a melhoria urbana da área, trazendo naus qualidade de vida aos empreendedores e, em consequência, a moradores e visitantes.
Qualidade e densidades são necessárias em Distritos Criativos
Os critérios para o Distrito C foram pautados em qualidade e densidade. Para Piqué é preciso ter conexão do território. E essas conexões são cada vez mais possíveis se os atores estiverem próximos. Assim, os cidadãos usufruem desse território que é de todas as pessoas. Existe um relacionamento que é estimulado entre os atores que convivem no espaço. Quanto maior a qualidade e densidade melhor para as conexões.
Os chamados núcleos (Núcleo São Geraldo, Núcleo Visconde, Núcleo Florida, Núcleo Cervejaria) do Distrito são os que se conhecem mais. Quanto mais longa a distância entre as pessoas, pior. O trabalho de conhecimento entre os pares é feito constantemente, mas é de longo prazo. A colaboração de longo prazo é mais difícil. Mas o adensamento do território é importante para as conexões, salienta Piqué.
Mapeamentos são realizados no Distrito C
Mapas mandam mensagem clara e fácil. Entretanto, o mais importante é saber quem são os participantes do Distrito C. Os mapas são estratégias que permitem que as pessoas se conheçam e saibam da existência uma das outras. No entanto, apenas o georeferenciamento dos empreendimentos não é suficiente para o sucesso. O mapa do ecossistema é importante, mas não é o fundamental. Os mapas surgem a partir da conversa com as pessoas e não ao contrário! As pessoas se reconhecem.
Além disso, tem muitos lugares do Distrito C que ainda são secretos. Muitas pessoas não querem ser pontuadas no mapa.
Em contrapartida, todos são os olhos do Distrito. Quando as pessoas observam pessoas novas no território, automaticamente há comunicação para que estas sejam convidadas. Parece uma família que quer crescer, coloca Piqué.
A riqueza do Distrito é ter pessoas diferentes, ou seja, pessoas mais velhas e novas atuando em conjunto. Todos são profissionais. Não existe amadorismo no Distrito, destaca Piqué.
As pessoas querem estar em ambientes que façam sentido. As pessoas têm visão diferenciada do Distrito C. Piqué salienta que as visões precisam ser respeitadas, mesmo que diferentes.
O mapa do Distrito C pode ser visualizado aqui!
Os números do Distrito C
Ano de início: 2013
Locais participantes: 100
Pessoas participantes da rede: entre 200 e 300
Empregos diretos e indiretos: 1000
Número de prédios históricos no Distrito: 19
Acompanhe as informações do Distrito C aqui!
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Já conhece o Centro Sapiens? O Distrito Criativo de Floripa?
Agradecemos ao Centro Sapiens e ao Sebrae pela viabilidade do evento! #GoGoGo
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