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A política de inovação para os ecossistemas de inovação

Hoje o tema discutido é a política de inovação e sua importância para os ecossistemas regionais de inovação. Uma vez que, a política atua fortemente nos seus direcionamentos. Por exemplo, a política de inovação é fortemente interligada à estratégia regional de inovação (RIS3) da Europa.

Evolução da politica de inovação

Cai e Huang (2018) consideram o ambiente político o fator mais importante para operação do ecossistema de inovação. Assim, Woronowicz et al., (2017), revela que um novo modelo de política está emergindo. Portanto, nele, as prioridades devem surgir do processo de descoberta empreendedora. Desse modo, o papel das autoridades públicas é criar condições adequadas para o processo empreendedor, os quais constróem continuamente a capacidade de inovação dos atores do ecossistema.

O modelo de política idealizado pelo programa de especialização inteligente está de acordo com o papel defendido por Cai e Huang (2018). Por exemplo, a política defende que as estratégias regionais devem ser impulsionadas pela mobilização de agentes regionais. Estes, trabalham juntos em torno de processos de descoberta empreendedora (NIETH et al., 2018).

Como exemplo de evolução de política de inovação temos a Inglaterra. De fato, o país evoluiu de uma abordagem de cluster, para o foco no desenvolvimento de ecossistemas de inovação. Como citam Huggins e Willians (2011), a política de clusters foi um foco importante por algum tempo. No entanto, o apoio para alguns setores específicos não é mais o ideal. É preciso apoiar todos os setores, especialmente onde há perspectiva de rápido crescimento.

Photo by Benjamin Davies on Unsplash

A terra da rainha tem promovido atividade política para estimular o desenvolvimento de culturas empreendedoras. Dessa forma, isso ocorre por meio do sistema educacional e pela promoção de empreendimentos juvenis. Assim, busca-se promover uma cultura de inovação.

Os resultados de tais medidas apenas podem ser verificadas à longo prazo. Desse modo, os formuladores de políticas regionais enfrentam pressão para entregar resultados de curto prazo. Assim, este é um dilema enfrentado pelos decisores políticos do país.

A política de inovação é um processo de aprendizado

Estes processos de descoberta empreendedora procuram contribuir de forma construtiva para a inserção regional. Mas, embora seja atraente, a especialização inteligente e a descoberta empreendedora nem sempre funcionam bem na prática. Embora os parceiros possam facilmente chegar a acordo sobre a estratégia de inovação regional e uma primeira rodada de intervenções, à medida que a estratégia se desenvolve, podem repetir as abordagens adotadas inicialmente na primeira rodada de estratégia.

Isso é problemático porque a política de inovação é um processo de aprendizado. Assim, em regiões com menos tradição, uma primeira rodada de estratégia pode envolver atividades simples que pretendem criar capacidade entre parceiros, por exemplo, dando a cada parceiro alguns projetos nos quais aprendem a participar de atividades coletivas.

No entanto, se não houver conhecimento coletivo estratégico das redes em que os parceiros estão inseridos, isso pode prejudicar o acordo sobre desenvolvimentos coletivos, diluindo os investimentos, com o resultado de que a região não avança, mas fique estagnada ou retroceda.

Riscos da política de inovação

Huggins e Willians (2011) destacam que é preciso ter cuidado com a intervenção no nível regional. Dessa forma, as politicas devem promover as necessidades empreendedorismo e crescimento. No entanto, devem respeitar o processo de seleção de mercado e evitar perturbar a concorrência.

Além disso, se deve equilibrar a procura por resultados socialmente desejáveis, como a promoção da igualdade. Ao mesmo tempo que, não sufoque a descoberta e a competição empresarial. Além de prejudicar ainda mais as regiões atrasadas. Portanto, essas questões sugerem que os componentes da política empresarial regional precisam ser cuidadosamente considerados.

Para saber mais acesse: ecossistemas de inovação

Referências

CAI, Bin-Qing; HUANG, Xin-Huan. Evaluating the Coordinated Development of Regional Innovation Ecosystem in China. EKOLOJI, v. 27, n. 106, p. 1123–1132, 2018.

HUGGINS, Robert; WILLIAMS, Nick. Entrepreneurship and regional competitiveness: The role and progression of policy. Entrepreneurship & Regional Development, v. 23, n. 9–10, p. 907–932, 2011.

NIETH, L. et al. Embedding entrepreneurial regional innovation ecosystems: reflecting on the role of effectual entrepreneurial discovery processes. European Planning Studies, v. 26, n. 11, p. 2147–2166, 2018.

WORONOWICZ, Tanja et al. Towards a Regional Innovation Strategies Modelling. Procedia Computer Science, Universität Bremen, Bremen, 28359, Germany, v. 104, p. 227–234, 2017.

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Guilherme Paraol

Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento (UFSC) e membro do grupo de pesquisa VIA - Estação Conhecimento. Realiza pesquisas com foco em ecossistemas de inovação. Atua em diversos projetos de inovação.