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Duas cidades brasileiras conquistam espaço na Rede de Cidades Criativas da UNESCO em 2019

Com Belo Horizonte e Fortaleza o Brasil passa a ter dez cidades criativas na rede internacional

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou em 2004 sua Rede de Cidades Criativas para promover a cooperação com e entre cidades que identificam a cultura e a criatividade como fatores estratégicos para o desenvolvimento urbano sustentável. A rede é considerada pela organização um laboratório de ideias e uma incubadora de práticas inovadoras e, as cidades que a integram e estão espalhadas pelos cinco continentes, possuem a missão de utilizar a indústria cultural e a indústria criativa como meios para tornar as cidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.

Saiba mais sobre cidades criativas em: o ambiente das cidades criativas

As cidades que integram a rede possuem características e identidades diversas, mas compartilham entre si o compromisso de colaborar, trocar boas práticas e conhecimento, além de buscar estabelecer parcerias e projetos para o alcance dos objetivos da rede. A Rede de Cidades Criativas da UNESCO cobre sete campos criativos: artesanato e folclore, mídia, cinema, design, gastronomia, literatura e música. Cada cidade membro faz parte da categoria considerada o seu ponto mais forte.

Atualmente a rede conta com 180 cidades em 72 países, 8 delas no Brasil: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no Design; João Pessoa (PB) em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA) na Música e; Santos (SP) no Cinema. Ano passado Florianópolis sediou o 2º ECriativa, encontro das cidades criativas brasileiras da UNESCO. 

Para tornar-se membro da rede, as cidades interessadas devem enviar uma inscrição ligada a uma das sete categorias criativas e demonstrar seu interesse e capacidade de contribuir para o alcance dos objetivos da rede. Para participar efetivamente, cada cidade deve presentar um plano de ação com projetos, iniciativas ou políticas ligadas aos objetivos da rede e que serão executadas nos quatro anos seguintes. As inscrições ocorrem anualmente e cada país pode endossar até quatro inscrições, das quais a UNESCO elege no máximo duas e em campos criativos diferentes.

Confira aqui o case da cidade criativa Idanha-a-Nova na UNESCO

As novas cidades criativas da UNESCO

Em 2019, quatro cidades brasileiras tentaram ganhar títulos, duas mineiras e duas do Nordeste: Belo Horizonte (MG) na categoria Gastronomia, Cataguases (MG) em Cinema, Fortaleza (CE) no Design e Aracaju (SE) na música. No dia 30 de outubro a UNESCO divulgou a lista com as 66 cidades designadas neste ano, das quais 2 são brasileiras: Belo Horizonte e Fortaleza. A rede agora conta com 246 cidades:

Em todo o mundo, essas cidades, cada uma a seu modo, fazem da cultura o pilar, e não um acessório, de sua estratégia. Isso favorece a inovação política e social e é particularmente importante para as novas gerações”, diz a diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay. 

Com a entrada das novas cidades o Brasil passa a ter 4 cidades no campo da gastronomia e 3 no campo do design na rede internacional. Agora o país soma 10 eleitas na rede da UNESCO, mas ainda não apresenta representante nos campos: literatura e mídia. Talvez em 2020? 🙂

Se interessa pelo tema “cidades criativas”? Confira os atalhos do conhecimento da VIA:

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É advogada urbanista, pesquisadora, mestre e doutoranda pela Universidade Federal de Santa Catarina com estágio doutoral na Sapienza Università di Roma. Atua na intersecção entre cidades, inovação e sustentabilidade. agathadepine@gmail.com