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Comparação entre rankings de cidades

Estudo sobre as cidades

Um dos grupos de estudos semanal do #teamVIA abordou a temática de cidades com artigos sobre diferentes nomenclaturas. Igualmente, em publicações do grupo, diversas já foram as contribuições acerca desta tipologia como um habitat de inovação e a geração de conhecimento. Assim, você pode acompanhar nossos trabalhos por meio dos atalhos do conhecimento.

city road surrounding buildings during daytime

Semelhantemente ao artigo “What are the differences between sustainable and smart cities?” (Ahvenniemi, Huovila, Seppa e Miimi, 2017) apresentado e de seu post, em 2018 publicamos o artigo “Cidades inteligentes e empreendedoras: um estudo comparativo entre rankings” no VIII Congreso Internacional de Conocimiento e Innovación (CIKI) 2018 (FLOR; TEIXEIRA, 2018). O artigo retrata as diferenças entre os rankings e mostra a necessidade de estudos científicos que considerem a cidade em uma visão holística.

Cidades inteligentes e empreendedoras

O trabalho portanto aborda a temática de cidades empreendedoras e inteligentes sob a perspectiva de rankings de mensuração. Também, tem-se como motivação a elevada expansão populacional, a ampliação das carências urbanas e a procura por melhores condições. Ainda que os rankings tenham objetivos claros de classificação comparativa, estes podem não refletir as demandas do território e das pessoas. Sendo assim, o artigo faz uma análise de indicadores de cidades inteligentes e empreendedoras de forma a avaliar a necessidade a que cada um se propõe a suprir.

Para isso, a metodologia se dividiu em 4 fases distintas. i) selecionar rankings brasileiros de cidade do mesmo ano; ii) identificar as dimensões de cada ranking, iii) identificar os indicadores e sub indicadores de cada ranking; e iv) analisar de forma comparativa os rankings.

Para tanto, os rankings analisados para cidades inteligentes e empreendedoras foram do Connected Smart Cities (CSC) e Endeavor, de 2016. Assim, o CSC aborda 11 eixos em 73 indicadores, levando em consideração o conceito de conectividade. Similarmente, o da Endeavor aborda 7 dimensões em 15 indicadores e 60 sub indicadores sob âmbitos de empreendedorismo e inovação.

Comparação entre tipologia de cidades

Em análise comparativa entre os diferentes mecanismos, obteve-se os seguintes resultados:

black and brown city buildings during daytime

Cidades Inteligentes:

  • Três eixos do CSC foram totalmente associados ao da Endeavor. Sendo estes o de urbanismo, energia e empreendedorismo;
  • 27 indicadores do ranking de cidades inteligentes não foram relacionados;
  • Eixos de tecnologia e inovação, economia, mobilidade e educação do CSC foram quase totalmente relacionados;
  • Nos eixos segurança e governança apenas um indicador de cada ranking foi relacionado;
  • Os eixos de meio ambiente e saúde não obtiveram indicadores semelhantes ao de cidades empreendedoras.

Cidades Empreendedoras:

  • 29 indicadores da Endeavor não obtiveram conexão com o CSC;
  • Todos os indicadores da dimensão de infraestrutura obtiveram semelhanças;
  • As dimensões de mercado, acesso à capital e inovação obtiveram diversos indicadores semelhantes;
  • As dimensões de capital humano e ambiente regulatório obtiveram poucas associações;
  • A cultura empreendedora como dimensão não obteve nenhum indicador semelhante ao CSC.

Considerações sobre ranking

Os diferentes mecanismos apresentam panoramas gerais e específicos acerca das cidades em diferentes vertentes.

Visto que o ranking CSC é mais abrangente, o de cidades empreendedoras é específico ao aprofundar questões de empreendedorismo. Portanto, explana acerca de sete dimensões para surgimento de novas ideias, criação de empresas e tecnologia para estas.

Flor e Teixeira (2018) ponderam que mesmo uma das dimensões do CSC ser o empreendedorismo, esta não possui inúmeras semelhanças ao estudo da Endeavor. Os autores relacionam isso uma vez que o ranking de cidades empreendedoras aborda o empreendedorismo de forma minuciosa como temática desconsiderando questões transversais de uma cidade. Por conseguinte, são necessários mecanismos de mensuração com diferentes profundidades e objetivos a fim de ter panoramas adequados.

 

Referências

AHVENNIEMI, H; HUOVILA, A.; PINTO-SEPPA, I.; AIRAKSINEN, M. What are the differences between sustainable and smart cities? Cities, vol. 60, part A, pp. 234-245. 2017.

FLOR, C. S.; TEIXEIRA, C. S. Cidades inteligentes e empreendedoras: um estudo comparativo entre rankings. CIKI 2018. 15p. 2018.

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Clarissa da Silva Flôr

Administradora pela UFSC, atenta às mudanças, à inovação e às diferentes formas de pensar. Técnica em meio ambiente que se preocupa com o futuro das pessoas e do planeta e percebe a pesquisa como uma forma de criação de conhecimento e evolução.

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