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Entendendo aceleradoras: um novo modelo de incubação

Aceleradoras como um novo modelo de incubação

Esse post é sobre o estudo do artigo “Understanding a new generation incubation model: The accelerator“, o qual foi analisado no encontro semanal da VIA Estação Conhecimento. A princípio, pesquisas anteriores ao artigo estavam entendendo aceleradoras como um novo modelo de incubação. Dessa forma, aceleradoras tornaram-se um termo abrangente para qualquer programa que forneça facilities como: orientação, oportunidades de networking e acesso a recursos. Assim, o desafio principal é entender suas características. Antes de tudo é importante assumir a heterogeneidade dos diferentes modelos de incubação. Em resumo, entender como as aceleradoras diferem dos mecanismos de incubação existentes.

Aceleração é um modelo de incubação introduzido na Europa no final dos anos 2000. Entretanto, a primeira aceleradora foi criada em Cambridge, Massachusetts, no ano de 2005. Por conseguinte, esta serve de fonte de inspiração para outras posteriores.

Modelo de incubação

Modelo de incubação é definido como a maneira que a entidade de incubação provêm auxilio para startups aumentarem a probabilidade de sobrevivência das empresas. Portanto, é o modelo usado pela organização ou mecanismo para fornecer serviços de incubação para empresas iniciantes. Dessa forma, gera e captura valor a partir deles (Amit e Zott, 2010; George e Bock, 2011).

No setor público: incubadoras de empresas são reconhecidas como um instrumento popular para fomentar o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico regional (Smilor e Gill, 1986).

No setor privado: a força motriz se dá por rent-seeking. Dessa maneira, a incubadora cresce de maneira separada, com o envolvimento de investidores como uma maneira de melhorar o fluxo de portfólio (Miller e Bound, 2011).

Quatro amplos modelos de incubação

Segundo Barbero (2014), há 4 modelos amplos de incubação:

  • Business Innovation Centres – Foco no desenvolvimento econômico regional
  • University Incubators – Facilita a comercialização de tecnologia
  • Research Incubators – Embutidas nos institutos de pesquisa, valoriza o output gerado com pesquisa
  • Stand-Alone Incubators – Foco na seleção e auxílio de empreendimentos de risco com grande potencial

Serviços de auxílio

Como apontam Dettwiler (2006) e Schwartz (2013), os modelos de incubação incluem pelo menos 4 dos 5 seguintes componentes abaixo:

  • Acesso a recursos físicos
  • Serviços de auxílio de escritório
  • Acesso a capital
  • Suporte de processo
  • Serviços de networking

Aceleradora: definição e características

Cohen e Hochberg (2014) definem aceleradora como uma organização que visa acelerar novas “criações de risco”. Uma vez que estas provem educação e mentoria para os participantes destas criações, durante um tempo limitado.

Podemos mencionar algumas características das aceleradoras:

  • Oferecem serviços intangíveis como mentoria e networking
  • Não são projetadas para fornecer recursos físicos ou facilities de escritório
  • Menos focados em capital de risco e mais ligados a business angels
  • Suporte por tempo limitado (em média de 3 a 6 meses)

Vemos que o processo de aceleração está ligado a um estágio posterior ao de incubação. Uma vez que o negócio já tomou forma e está estabelecido. Assim, os riscos do investimento são reduzidos e há possibilidade maior para a atuação de business angels. É, teoricamente, após as etapas de pré-incubação e incubação, que a aceleradora deve entrar em cena.

Considerações finais

As informações sobre aceleradoras ainda advêm de publicações muito recentes. Dessa forma, o presente artigo de 2014 já pode estar desatualizado em alguns aspectos. Assim, devido a novidade do fenômeno, ainda existem incertezas sobre o sucesso futuro de aceleradoras. Porém, é fato que as estas desempenham um papel importante no estímulo ao empreendedorismo.

O VIA Estação Conhecimento possui um excelente e-book de alinhamento conceitual sobre aceleradoras. No qual pode ser encontrado mais informações sobre o tema.

REFERÊNCIAS

GEORGE, Gerard; BOCK, Adam J. The Business Model in Practice and its Implications for Entrepreneurship Research. Entrepreneurship: Theory And Practice. Singapore, p. 83-111. jan. 2011.

ZOTT, Christoph. Business Model Design: An Activity System Perspective. Long Range Planning. S.i, p. 216-226. jun. 2010.

SMILOR, Raymond W.; GILL, Michael D.. THE NEW BUSINESS INCUBATOR. S.i: Lexington Books, 1986. 199 p.

BARBERO, José L. et al. Do different types of incubators produce different types of innovations? The Journal Of Technology Transfer. S.i., p. 151-168. abr. 2014.

MILLER, Paul; BOUND, Kirsten; The Startup Factories: The rise of accelerator programmes to support new technology ventures. NESTA. jun. 2011.

DETTWILER, Paul; LINDELÖF, Peter; LÖFSTEN, Hans. Utility of location: A comparative survey between small new technology-based firms located on and off Science Parks—Implications for facilities management. Technovation. S.i, p. 506-517. abr. 2006.

SCHWARTZ, Michael. A control group study of incubators’ impact to promote firm survival. The Journal Of Technology Transfer. S.i, p. 302-331. jun. 2013.

COHEN, Susan; HOCHBERG, Yael V.. Accelerating Startups: The Seed Accelerator Phenomenon. Ssrn Eletronic Journal. S.i.. mar. 2014. Disponível em: <https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2418000>. Acesso em: 10 jul. 2019.

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Patrick Walter Rüdiger Scheidt

Graduando em Eng. de Materiais, aficionado por ciência, tecnologia e inovação. Mergulhador (Divemaster PADI®).

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