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5 aplicações de Gestão do Conhecimento na versão do estagiário

P.S.: Se você imagina que este post pretende afetar a reputação do pessoal da graduação, pode pensar exatamente o inverso. Da cuca fresca e da disposição de um timaço de estagiários de Engenharia de Materiais da UFSC, tiramos algumas lições sobre o quanto a Gestão do Conhecimento está presente nas rotinas de nossas empresas.

A Gestão do Conhecimento é um desafio em múltiplas áreas. Afinal, que conjunto de boas práticas organizacionais poderia resolver com a mesma eficiência problemas como: a resistência de equipes a mudanças operacionais de uma fábrica? A perda de registro sobre um processo desenvolvido por uma empresa de tecnologia?

Questões como estas permearam o segundo encontro da disciplina de Engenharia e Gestão do Conhecimento desta terça-feira (20/09), com os alunos de graduação em Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Santa Catarina.

Os estudantes participaram de discussões propostas por Patrícia Fernanda Dorow, doutoranda no curso de pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC/UFSC), e pela pós-doutoranda do programa, Dorzeli Trzeciak, a convite da professora Clarissa Stefani Teixeira, titular da disciplina.

Com base nas próprias experiências em estágios curriculares, os estudantes encontraram aplicações possíveis para a Gestão do Conhecimento, que podem contribuir com processos, serviços e produtos envolvendo a Engenharia de Materiais. Veja os depoimentos que colhemos na aula.

Confidencial

“Atuei em uma empresa que apresentou uma política de proteção às informações, aplicando termos de confidencialidade aos estagiários. Acho que essa é uma forma para eles de preservar o conhecimento consolidado lá.”

Testando

“Fiz estágio em uma fábrica onde o setor de planejamento pensava em uma estratégia e imediatamente chamava o setor técnico para aplicar, fazer o teste antes de fazer valer as mudanças. Achei essa comunicação entre os setores uma maneira interessante de ter certeza das escolhas. É importante saber se as decisões funcionam na prática. Isso valoriza o conhecimento de todas as pessoas na empresa.”

Mudanças, sim

“Percebo que poderia ter mais gestão do conhecimento em empresas que estagiei, quando penso na resistência a mudanças de setores da operação, do chão de fábrica, onde as pessoas já dominam um jeito de fazer as coisas, onde tem muito conhecimento tácito envolvido.”

Rodízio de função

“Tive uma oportunidade ímpar em um estágio que realizei para uma grande empresa. Fui convidado a ficar uma semana trabalhando na área operacional, mas não como estagiário de engenharia e sim como um dos operários. Depois desse período, cheguei ao estágio com uma série de anotações. Percebi muitas coisas, muitas mudanças simples, que as pessoas que estavam trabalhando ali há muito tempo, de repente, não conseguiam ver. Da mesma forma, os gestores também não se davam conta desse tipo de detalhe.”

Meio de comunicação

“Às vezes o estagiário acaba sendo um meio de comunicação entre a operação e a gestão em uma empresa. Algumas vezes eu me senti assim, porque era abordado no refeitório por funcionários que não tinham hábito de dialogar, nem acesso direto à gestão, mas que vinham conversar, dar ideias, apontar soluções. Penso que posso ter sido útil nesses casos. As empresas podem pensar mais nisso para aproximar as pessoas.”

As vivências relatadas enriqueceram o encontro e reforçaram que a Gestão do Conhecimento não deve ser uma iniciativa isolada, mas integrada às rotinas e processos das organizações. Faz bem para todos, do diretor ao estagiário.

 

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Sicilia Vechi

Mestranda em Mídia e Conhecimento pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC/UFSC).